Nunca é tarde para aprender
Aluna aplicada, dona Pedrina dos Santos Vieira é a primeira da fila. Com 68 anos e entusiasmo de quem está aprendendo a juntar as primeiras sílabas, cuida do caderno como quem cuida de um tesouro. Assim como as alunas de primário, no estojo há mais canetas do que o necessário. Elas funcionam como um incentivo: são presentes dos filhos para que se esforce nos estudos. Há quatro meses, incentivada por uma vizinha, dona Pedrina resolveu correr atrás de um antigo sonho: aprender a ler e a escrever. Matriculou-se na Oficina do Saber, do Cecon Isabel Garcia da 3ª Idade, equipamento da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac). Desde então, estudar português, matemática e estudos sociais faz parte da rotina da dona de casa. Às terças e quartas-feiras, das 13h30 às 16h30, tem encontro marcado com os colegas de classe e com a professora. Mudou minha vida. Agora sei fazer contas, consigo me expressar melhor e não fico com medo de falar errado. Quatro meses de estudo depois, hoje pode-se ver dona Pedrina feliz da vida no supermercado com a listinha de compras que ela mesma escreveu. Agora não esqueço mais nada, comemora. Outro feito é o bilhete que ela pode escrever para aqueles que trabalham pelo bem estar dos idosos da Cidade. Muito obrigada, vocês recuperaram nossa dignidade. A oficineira do projeto Vovô Sabe Tudo da Seac, Regina Serra, é responsável por transmitir os conhecimentos para os alunos. Com a arte de ensinar correndo nas veias, a professora orgulha-se da aluna aplicada. Ela é esforçada e por isso já progrediu bastante. Uma nota para ela? Nove no ditado, mas 10 na lição de vida.