Sms mantém grupo de gestantes soropositivas com atendimento especial
Uma das iniciativas que dão um diferencial ao Município na redução da Transmissão Vertical do HIV e da sífilis congênita (assunto de recente portaria do Ministério da Saúde) tem sido o trabalho desenvolvido pelo Programa de Transmissão Materno Infantil (TMI) da Coordenação de DST/Aids/Hepatite, desde 97. Dentro desse trabalho, existe o Grupo de Gestantes Soropositivas que funciona no Núcleo Integrado da Criança NIC na rua Conselheiro João Alfredo, 60, no Estuário, com reuniões às terças-feiras, às 10 horas. Os encaminhamentos são feitos pelas policlínicas e Craids, mas todas as interessadas podem comparecer, sendo que a cada semana (num total de seis encontros) é convidado um especialista para discutir um tema, tais como exames que devem ser feitos, medicação adequada para a prevenção da transmissão, postura correta, cuidados com o bebê, sexualidade, além do apoio psicológico, num momento em que a gestante está mais vulnerável. No ano passado, 66 gestantes soropositivas passaram pelo grupo, sendo que 5l já tiveram seus filhos num total de 53 nascidos vivos (houve dois casos de gêmeos). O acompanhamento do pré-natal e o trabalho de orientação no grupo levaram 43 a utilizarem o AZT (zidovudine) já durante a gestação. O uso de medicamentos antiretrovirais, já a partir da l4ª semana e também na hora do parto, contribui de forma decisiva para a redução do risco de contaminação do bebê. Somando-se ainda a não amamentação,(já que o leite materno pode transmitir o vírus) , a redução de risco chega a 67,5%. A não amamentação contribui com a redução de contaminação de 7% a 22%, enquanto as intervenções profiláticas na hora do parto e puerpério respondem por 50%. Em Santos, o índice de TMI vem caindo ano a ano, ficando no ano de 2001 em 2%. Mesmo para gestantes que não fizeram pré-natal, mas fizeram o teste rápido de HIV na hora do parto, houve resultados favoráveis. Seis descobriram que eram portadoras na hora do parto e trê delas aceitaram utilizar a profilaxia recomendada, enquanto as outras três não puderam receber por haver incompatibilidade com o uso de drogas. Os seis bebês foram beneficiados com o tratamento de AZT. Outra iniciativa importante já adotada em Santos é a cesárea eletiva, ou seja, com data marcada, já que o parto natural oferece mais riscos de contaminação. A cesárea é recomendada para gestantes com carga viral maior que mil cópias. Os bebês também fazem uso do AZT em forma de xarope durante os seis primeiros meses, com acompanhamento do NIC até os 18 meses. APOIO PSICOLÓGICO DÁ TRANQUILIDADE PARA ENFRENTAR O DIAGNÓSTICO DO HIV A gestante soropositiva também recebe uma Agenda (livreto), lançada no final do ano passado, com várias orientações envolvendo as normas de prevenção da transmissão do vírus HIV para o bebê e os cuidados que são necessários durante e após a gestação, numa linguagem acessível e agradável. Já no grupo de gestantes, além de orientações gerais, existe o apoio psicológico. Os aconselhamentos ajudam a gestante a enfrentar a revelação do diagnóstico e outras dificuldades que forem surgindo, inclusive com o apoio familiar que também é trabalhado pela equipe. Outra orientação importante envolve o planejamento familiar, permitindo que sejam conhecidos todos os métodos anticoncepcionais existentes, embora fique a critério da paciente soropositiva decidir quantos filhos pretende ter, mas conhecendo os riscos. A troca de experiências também é salutar, num período em que a mulher fica emocionalmente mais sensível e o resultado reagente para HIV pode contribuir para se sentir mais vulnerável. O fortalecimento da mulher para uma gestação saudável é o objetivo desse trabalho, já que nos grupos há espaço para discussão de todos os assuntos.