Atendimento a pacientes com tuberculose conta com ambulatório multidrogarresistente
O Município de Santos conta, desde maio, com Ambulatório Multidrogarresistente, mantido pelo Programa de Controle da Tuberculose, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ele é destinado a pacientes que exigem drogas mais complexas quando há reincidência da doença ou retratamento por abandono. Antes, os pacientes resistentes às drogas convencionais eram tratados no Instituto Clemente Pereira, em São Paulo. Com a instalação de ambulatório em Santos, que ainda precisa de espaço mais adequado, o município passa a economizar recursos na remoção, além de melhorar a qualidade de vida dos portadores dessa doença de alta incidência em Santos. O ambulatório funciona às segundas e quintas-feiras, das 13 às 17 horas, na Rua Luíza Macuco nº 40, em espaço do Centro de Saúde Martins Fontes. Um dos pontos importantes no tratamento da tuberculose é a supervisão, que ajuda a evitar o abandono antes da cura. Por essa estratégia, o paciente é convencido a tomar comprimidos ou cápsulas (de isoniazida, rifampicina e pirazinamida) nas policlínicas ou é medicado em casa por uma equipe de auxiliares de enfermagem. Os remédios convencionais são fornecidos pela SMS, por um período mínimo de 6 meses. O custo dos medicamentos para os portadores multirresistentes é caríssimo, em torno de 3 mil e 500 dólares. Para esses casos, o fornecimento dos remédios é feito pelo Ministério da Saúde. Além do alto custo do tratamento, o aspecto mais grave é que esse tipo de tuberculose pode levar o paciente a transmitir bacilos resistentes, sem contar que, em muitos casos, a doença evolui para a morte. Neste ano, o ambulatório vem atendendo cerca de 40 a 50 pacientes/mês portadores de tuberculose e 10 multirresistentes. Em toda a região a Dir XIX informa que são 32 pacientes que adquiriam resistência a alguma das drogas convencionais. Geralmente, os doentes que abandonam o tratamento são aqueles que contrairão futuramente a tuberculose do tipo resistente. O perfil desses pacientes se assemelha, situando-se num quadro de alcoolismo, desemprego e baixo nível sócioeconômico. No Brasil, há 85 mil casos confirmados da doença por ano. Mas a estimativa é que esse número chegue a 120 mil. Outros dados mostram que 6 mil pessoas morrem por ano de tuberculose e 12% abandonam o tratamento. DOENÇA AINDA PREOCUPA Santos registra, a cada ano, dezenas de novos casos de tuberculose. Segundo dados recentemente divulgados pela DIR-XIX estavam em tratamento em Santos, no ano passado 448 pessoas, sendo 374 novos casos. Em 2000 a situação era pior. Havia 652 em tratamento e surgiram 531 novos casos. O índice de cura melhorou em relação ao ano de 2000, embora o abandono ao tratamento ainda seja considerado alto, um quadro que é ainda mais grave em outros municípios da região. Em 2001, 68,1% dos pacientes de Santos obtiveram cura, sendo que no ano anterior, o índice foi de 67,7%. Já o abandono caiu de 21,2% em 2000, para 17,6% em 2001. A cidade da região com maior índice de abandono ao tratamento, no ano passado, foi Mongaguá com 39%, seguidas por Bertioga, 25% e Guarujá, 21,1%, Itanhaém 20,9% e São Vicente 19%. O Litoral apresenta a maior incidência de tuberculose no Estado e supera também os índices do País. ATENÇÃO AOS SINTOMAS A tuberculose é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria conhecida como Bacilo de Koch. Ela pode causar lesões em qualquer parte do organismo humano, mas tem preferência pelos pulmões. Entre os sintomas mais comuns estão tosse por mais de 3 semanas, febre baixa, geralmente à tarde, cansaço fácil, perda de peso e suor noturno. O tratamento é um dos aspectos mais importantes, já que deve ser mantido por, no mínimo, 6 meses. Caso haja abandono, a bactéria pode sobreviver, multiplicando-se e causando uma forma mais grave da doença, a tuberculose resistente. Na prevenção, é importante vacinar a criança com o BCG ao nascer, manter a casa arejada, ter alimentação equilibrada, evitar lugares com grande aglomerações. A faixa etária mais atingida é a dos adultos, de 20 a 49 anos, representando 70% dos casos, havendo a proporção de 3 homens para cada mulher.