Sentinela completa um ano de atividades
O Programa Sentinela está completando um ano de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes de Santos. Neste primeiro ano de atividades, o Sentinela conseguiu o reconhecimento da população santista, que hoje sabe poder contar com um lugar aonde as denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes são atendidas, sendo possível assim romper definitivamente a cultura do silêncio, que é tão grave quanto a própria violência. Desenvolvido pela Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac), em parceria com a Asspe Associação Santista de Pesquisa Prevenção e Educação em DST/Aids, o Programa Sentinela oferece serviços especializados para crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual e seus familiares; acompanha permanentemente os casos atendidos junto à rede de serviços, família e comunidade; e viabiliza abrigamento, quando necessário. Trabalha ainda na abordagem educativa às crianças e às adolescentes exploradas sexualmente nas ruas. A eficácia do programa no combate à violência sexual infanto-juvenil em nosso município foi reconhecida recentemente em uma ampla pesquisa realizada pelo Unicef na América Latina. De acordo com o relatório final da consultora Ara Gena Martinez, o modelo desenvolvido em Santos deve ser utilizado em todos os países vizinhos, por sua excelência. Com um único telefonema você pode salvar uma criança. Um dos principais diferenciais do programa santista é o Disque Denúncia, serviço que funciona 24 horas e que tem como objetivo ser o elo de ligação entre o serviço e a população, recebendo denúncias sobre casos que envolvam violência sexual, garantindo sempre o sigilo do informante. Por meio do Disque-Denúncia as pessoas também recebem orientações e informações sobre os recursos disponíveis na comunidade com relação à exploração e ao abuso sexual. O número do Disque Denúncia é 3223-2333. Em um ano, foram muitos os avanços, mas ainda há muito mais por fazer. Os próximos passos do programa são no sentido de sensibilizar toda sociedade para esse grave crime. As crianças e adolescentes vulneráveis a esse tipo de violência sofrem danos irreparáveis para seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Educadores e profissionais da saúde que atuam diretamente com crianças e adolescentes também estão sendo orientados para identificar e encaminhar os casos, mesmo quando existir apenas a suspeita. As equipes do Sentinela estão preparadas para intervir nas diferentes situações, sempre em busca da proteção devida às crianças e adolescentes. BALANÇO DE 1 ANO DO PROGRAMA SENTINELA NÚMERO DE ATENDIMENTOS 2001 Abuso Sexual 51 casos 35 sexo feminino 16 sexo masculino Exploração Sexual 69 casos Todos sexo feminino 2002 Abuso Sexual 18 casos 14 sexo feminino 4 sexo masculino Exploração Sexual 13 casos Todos sexo feminino QUEM É O AGRESSOR Abuso sexual Exploração Sexual Pai ou padastro 28% Pai e padastro 14% Outros familiares (avô, irmão, tio) 6%Outros familiares 3% Outros agressores (vizinho, amigo, namorado da mãe, padrinho) 66% Desconhecidos (aqueles que pagam para manter relações sexuais) 83% COMO OS CASOS CHEGAM AO SENTINELA Rede Municipal (saúde, educação) 32% Denúncia anônima 25% Conselho Tutelar 43% 18 DE MAIO DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES Esse dia foi instituído pela Lei Federal nº 9.970, em 2000, com a intenção de destacar a data em que Aracelli, uma menina de oito anos, foi assassinada, após ter sido espancada, drogada e estuprada em 1973, na cidade de Vitória, no Espírito Santos. Um crime que comoveu todos os brasileiros pela frieza e crueldade com que foi cometido. O objetivo da data é mobilizar toda a sociedade a participar dessa luta de prevenção e combate à violência sexual infanto-juvenil.