Ministério público referenda acordo firmado entre as partes

Em mais uma tentativa de negociação, entre a categoria dos estivadores e o Ogmo, foi firmado, ontem (11), no final da tarde, após negociação que durou cerca de seis horas, um documento no qual o Sindicato dos Estivadores aceita a transferência da escala para o Órgão Gestor de Mão-de-Obra na metodologia de escolha numérica, mas atendendo a algumas sugestões da categoria. O Ministério Público do Trabalho, representado pelo promotor Luiz Eduardo Guimarães Bojart, referendou o acordo que, em seguida, seria levado à assembléia dos estivadores. Para evitar novos problemas e confrontos com os escaladores do Ogmo, que ontem só conseguiram escalar 26 trabalhadores, que portavam senha do órgão gestor (enquanto cerca de 800 que se auto-escalaram na metodologia do Sindicato não conseguiram ingressar nos navios), foi decidida a paralisação das atividades no Porto, até as 7 horas de hoje (12), quando poderá prevalecer a nova sistemática. Três pontos ficaram definidos: a escala continua a ser feita pelos 24 contratados do Ogmo, sem participação de nenhum estivador; haverá rodízio de 80 em 80 dias, nas funções dos monitores da Estiva, que antes era privilégio dos 80 diretores da categoria, dessa forma os 3.245 registrados podem se revezar na tarefa; e ficou estabelecido o sistema numérico seqüencial (ao invés da escolha aleatória), eliminando-se o sistema de números pares e ímpares, na definição das turmas. A seqüência de chamada será de fora para dentro, por exemplo, números 100 e 2, 99 e 3, e assim por diante.