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Ana costa já tem 1km de canteiro central pronto

Publicado: 11 de maio de 2001
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A Avenida Ana Costa já está com aproximadamente 1,12 Km de canteiro central concluído. O trecho envolve sete quadras, entre as avenidas Vicente de Carvalho e Francisco Glicério e se constitui a na primeira etapa reurbanizada com a padronização do piso e maior arborização. Ontem, funcionários da empreiteira SPEO - São Paulo Engenharia e Obras preparavam os últimos 120 metros (60 de cada lado) de uma faixa de passeio, com cerca de 40 cm de largura, na quadra em frente ao Clube Sírio Libanês. De acordo com José Ursulino, encarregado da Microniza, empresa que detém a tecnologia em concreto estampado, o serviço deverá estar pronto hoje, ficando apenas alguns pontos isolados para acabamento. As obras de reurbanização do canteiro central da Av. Ana Costa foram retomadas pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), em abril passado, mesmo sem a Prefeitura ter recebido o repasse da verba estadual, proveniente do Departamento de Apoio e Desenvolvimento às Estâncias (Dade). O Governo Municipal resolveu assumir a obra porque ela é considerada extremamente emergencial e a paralisação vinha causando transtornos à população e oferecendo riscos de acidentes pessoais por causa dos buracos. COLCHA DE RETALHOS A obra prevê a reformulação de 10 mil m², distribuídos por 2.900 metros de extensão, em substituição aos que os técnicos chamavam de colcha de retalhos, formada por vários materiais e modelos. O canteiro central da Av. Ana Costa apresentava trechos acabados em mosaico, ladrilhos hidráulicos com várias estampas e dimensões, além de espaços remendados com diversos desenhos, sem nenhuma organização visual. O novo piso está sendo executado em concreto colorido estampado, que é aplicado diretamente sobre uma base de pedra britada, sem necessidade de contrapiso convencional utilizado na colocação de ladrilhos. O serviço obedece várias etapas que vão desde a demolição e remoção do passeio antigo, rebaixamento de guias, aplicação de brita, nivelamento, demarcação das faixas e plantio de árvores. As faixas são produzidas separadamente, porque, segundo o encarregado da Microniza, o concreto é entregue pronto na sua cor natural e seu tingimento é feito no momento da aplicação. O desenho específico de cada faixa é obtido com uma capa de borracha, que pressionada sobre o concreto deixa sua impressão. Antecedendo a colocação do molde é aplicado um pó desmoldante, que evita a aderência da borracha. Concluída essa fase, o novo piso é varrido, lavado e vedado com uma camada de seladora à base de água. Após a secagem, o acabamento final é dado com a aplicação de verniz, que confere proteção e brilho. MEIO AMBIENTE O projeto de revitalização do canteiro central da Av. Ana Costa, procurou valorizar o cidadão com as travessias de pedestres desenhadas para conforto e segurança das pessoas, principalmente deficientes físicos e, ao mesmo tempo, proporcionar um meio ambiente agradável, com a manutenção das características paisagísticas. Nas extremidades de cada quadra, o rebaixamento, tanto do piso como das guias, chegando em certos lugares de grande fluxo, a três metros de extensão, é um dos itens abordados pelo arquiteto, que considera essas travessias o destaque físico da obra. As cores, foram definidas após diversos estudos cromáticos, prevalecendo os tons pastel: ocre, pêssego (amarelo claro) e cinza. No desenho, o projeto procura realçar as palmeiras existentes , envolvendo-as num quadrilátero gramado de 6,25 m² cinturado por uma fita pêssego. Os limites são demarcados por uma faixa ocre contínua de ambos os lados, proporcionando a referência visual do canteiro central. Entre essas listras, os espaços quadrados ou retangulares, dependendo da distância entre as áreas, foram preenchidas com plataformas cinza. Em relação à arborização, manteve a linguagem única que caracteriza a Av. Ana Costa, como a avenida das palmeiras, propondo o plantio de novos exemplares da mesma espécie, nos espaços entre as árvores mais antigas. PLANTA DO REI O nome "imperial" atribuído às palmeiras que caracterizam a Av. Ana Costa, tem origem na época do Brasil Colônia, entre 1808 e 1818, período em que D. João esteve radicado no Rio de Janeiro como regente da Coroa Portuguesa e a sua coroação como rei de Portugal, do Brasil e de Algarves. Durante essa década, D. João (como rei recebeu o título de D. João VI), proporcionou o desenvolvimento da colônia e o comércio exterior com outras nações. Desse intercâmbio, importou a espécie das Antilhas e passou a cultivá-la no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde há uma árvore com mais de 150 anos e pode ser considerada a "mãe" de todas as espalhadas pelo País. Em Santos, existem cerca de 300 palmeiras imperiais, algumas plantadas no início do século, principalmente as da Av. Ana Costa, que conta com 128 unidades adultas. Essas árvores que já alcançaram 30 metros de altura, podem ser encontradas também na Av. Conselheiro Nébias, Praça dos Andradas, frente à Afândega, na entrada do túnel e na orla, nos bairros da Ponta da Praia e Gonzaga. Oficialmente, a "oreodoxa oleracea", foi reconhecida como Palmeira Imperial, em 1941, quando a Secretaria da Agricultura do Estado, através do Departamento de Botânica, lançou o livro "O Jardim Botânico de São Paulo", tendo como seus autores F.C. Hoehne, Moyses Kuklman e Oswaldo Handro. Definitivamente, a Av. Ana Costa manterá a denominação de "avenida das palmeiras", depois de concluída a reurbanização do canteiro central e o plantio de novos exemplares. Nessa primeira etapa em conclusão, a Seosp plantou 40 unidades, elevando para 112, o número de palmeiras imperiais, num trecho de aproximadamente 1.200 metros de extensão. Isso significa quase uma árvore a cada 10 metros e nessa proporção, a avenida pode chegar a ter 280 unidades. A quadra mais arborizada se constitui, agora, no espaço formado entre a avenida à beira-mar e a Praça da Independência, onde já existiam 10 palmeiras e houve o plantio de mais 11. O trecho de menor número de exemplares, também é o mais curto. Localizado na sequência viária, entre a praça e a Rua Azevedo Sodré, reúne 10 árvores, seis antigas e quatro novas. As cinco quadras seguintes, apenas uma não tem 17 palmeiras e corresponde ao canteiro localizado entre as ruas Luiz Suplicy e Goiás. Nesse espaço, estão plantadas 13 palmeiras, na sua maioria (11 delas), há muito anos.