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Escola Radical ganha reconhecimento mundial

Publicado: 21 de fevereiro de 2014
19h 07

Jornalistas ingleses, holandeses e espanhóis vão mostrar o trabalho realizado pela prefeitura na Escola Radical. Criada em 1992, a unidade gerenciada pela Semes (Secretaria de Esportes) é a primeira escola pública de surfe e bodyboarding do país. Muitas pessoas já aprenderam a se equilibrar sobre as pranchas nas ondas que quebram na praia da Pompeia, em frente ao posto dois, onde está localizada a escola.

Nas últimas semanas, o trabalho ali desenvolvido ganhou repercussão graças à superação de Raphael dos Santos, 12 anos, portador de paralisia cerebral desde o nascimento, que aprendeu a andar há cerca de dois anos, após começar a praticar o surfe.

Fabiana dos Santos, mãe de Raphael, se emociona com o resultado. “Esperei dez anos para vê-lo andar. Eu fazia de tudo, até que descobri que faltava um ingrediente. O mar”. Ela não esconde a gratidão que tem pelos professores. “Entreguei o Rapha para uma equipe de anjos”.

Conforme o menino foi crescendo, não conseguia andar, nem falar. Aos nove anos, passou por uma cirurgia nas pernas e ficou em cadeira de rodas. “Fizemos uma análise inicial do caso e com o tempo fomos superando barreiras. Ele serve de exemplo para muitas pessoas”, disse Cisco Araña, coordenador da escola.

O trabalho realizado chamou a atenção da imprensa local, passou em rede nacional e trouxe a Santos equipes da BBC (Inglaterra) e da Omroep Mx TV (Holanda). “Sou correspondente internacional e conheço muitos países considerados de Primeiro Mundo que não possuem trabalhos como esse”, disse Katy Sherriff, da TV holandesa. Nos próximos dia, será a vez dos jornalistas do El Mundo (Espanha) retratarem a unidade municipal.

Exemplos de superação

Na Escola Radical existem outros exemplos de superação. O primeiro surfista deficiente visual do país também passou por aulas ali: Valdemir Pereira, o Val. “Todos gostam de falar que aqui no Brasil nada é bom, mas esse lugar é um exemplo a ser seguido”.

A terceira idade também tem seu espaço e sua principal representante, Fusae Nishida, 84 anos: “É uma sensação incrível estar na onda, minha cabeça mudou completamente depois do surfe”, disse a aluna, praticante do surfe há 10 anos.

Fotos: Raimundo Rosa