Idosos encontram felicidade nos Centros de Convivência
Dança de salão, ginástica rítmica, alongamento, bailes. As oficinas que movimentam o corpo continuam sendo as mais procuradas pelos idosos que frequentam os três centros de convivência (Ceconvs), da Secretaria de Assistência Social (Seas).
As aulas são as que registram menos faltas e o ambiente é sempre alegre. Das 2.202 pessoas inscritas em oficinas nos três Ceconvs, 1.389 (63%) fazem atividades físicas e 813 (37%) realizam atividades culturais e manuais.
Se na política de assistência social os Ceconvs têm a função de fortalecer os vínculos familiares e comunitários dos idosos, a felicidade é uma ferramenta para atingir esse objetivo.
Avaliações
A chefe do Ceconv Vila Nova, Sílvia Carneiro, entende que as oficinas de atividade física proporcionam alegria. Mas ela acredita que as experiências de vida parecidas ajudam na reconstrução dos vínculos comunitários.
“Estes idoso já criaram os filhos, alguns têm netos, já perderam parentes, amigos de infância. Aqui, fazem novos amigos. E isso acaba com a solidão e a violação de direitos”.
A chefe do Ceconv Isabel Garcia, Rosa Testa, explica que o trabalho sempre procurou acolher as pessoas nas necessidades delas. “Eles chegam encaminhados pelos Cras (Centro de Referência de Assistência Social), entram na oficina de seu gosto e, aos poucos, formam novos círculos de amigos. Até casais de namorados se formaram aqui”.
O chefe do Ceconv da Zona Noroeste, Arilto Mattos, trabalha há 16 anos com idoso e disse não saber quantas pessoas viu entrar de forma cabisbaixa no serviço e mudar para melhor após fazer aulas nas oficinas e conviver com outros idosos. “Os idosos querem envelhecer ativamente, e isso reflete na saúde”.
Opiniões
“Morei em São Paulo e estou há um ano e meio em Santos. É muito melhor viver a velhice aqui. A cidade é plana, o povo é mais acolhedor e a Prefeitura dá mais apoio”, Paulo Deolindo Apolinário, 72 anos, aposentado.
“Em 1991, eu perdi meu filho que tinha 27 anos e me separei. Voltei a trabalhar, mas foi aqui (Ceconv Isabel Garcia) que encontrei apoio emocional para não me deprimir, seguir em frente e reconstruir minha vida”, Neusa Miguel, 73 anos, aposentada.
“Eu frequento o centro de convivência há 21 anos. Se não fosse bom, não ficaria tanto tempo. Fiz muitos amigos e encontrei uma forma boa de viver a vida, que é dançando e ensinando as mulheres a dançar”, Carlos Lúcio de Carvalho, 79 anos, aposentado.
“Eu nunca gostei muito de ginástica, mas por recomendação médica tinha de fazer algum exercício. Estou há 20 anos dançando, mexendo o corpo, me divertindo. Não saio mais daqui”, Hermínia Brandão da Rocha, 76 anos, aposentada.
Foto: Marcelo Martins