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Alunos formados no Salão Autoestima contam histórias de superação

Publicado: 21 de julho de 2015
14h 39

Superação foi a marca da turma de 61 formandos do primeiro semestre dos cursos de manicure e de cabeleireiro do Salão Autoestima, da Secretaria de Assistência Social (Seas). A formatura foi na noite desta segunda-feira (20), no Teatro Guarany.

A coordenadora de Desenvolvimento Social, Débora Marques, leu trechos dos depoimentos de alunos, em que relataram as dificuldades que tiveram de superar e o quanto mudaram no decorrer das aulas. Alguns iam a pé para o curso, ou não tinham dinheiro para almoçar. Outros, tiveram que aprender a acreditar na própria capacidade. O evento contou com a participação dos colaboradores da Escola Dermares (que forneceu o certificado técnico), Centro Técnico Sumirê e o Centro Técnico Salvatore.

Parceiro

O presidente do Rotary Clube Ponta da Praia, José de Lima, que ajuda na manutenção do equipamento da Seas, sensibilizou-se com os depoimentos. “É um orgulho participar de um projeto humanitário. Esse curso vai ter efeito para toda a vida deles (alunos), e foi além da formação profissional”. O Rotary aproveitou a ocasião e anunciou a doação de dez mesas novas de manicure.

Formandos relatam mudanças

Cristiano dos Santos Vogt, 43 anos, foi comerciante no Sul do País. Filho de classe média, concluiu o Ensino Médio e teve uma vida confortável até conhecer as drogas. Acabou nas ruas, passou por diversas cidades até chegar a Santos, onde traçou sua recuperação. “Quando entrei no curso, tracei uma estratégia de guerra”. Isso significava preencher o tempo com aulas de cabeleireiro, pela manhã, no Autoestima, e à tarde no curso de Segurança no Trabalho, no Senai.

Ele deixou de dormir no papelão e entrou para o Serviço de Acolhimento de Adultos, Idosos e Famílias em Situação de Rua (SeAcolhe-AIF). “Eu era individualista, não aceitava as diferenças”, diz Cristiano, que começa a chorar: “me reencontrei como ser humano no curso e hoje sou voluntário e corto cabelo no (Centro Espírita) Ismênia de Jesus”.

Cabeça erguida

Elisa Bispo Chapetta, 34 anos, ficou desempregada nos últimos quatro anos e, em janeiro, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Bom Retiro a encaminhou ao Salão Autoestima para aprender uma profissão e conseguir renda. “Eu sempre trabalhei em minha vida e o desemprego mexeu muito comigo, eu vivia de cabeça baixa, não conseguia olhar na cara de ninguém”.

Para ela, não foi fácil levantar a cabeça e terminar os cursos de manicure e de cabeleireiro. “O pessoal me dava força. Hoje eu reconheço que sou capaz e ando de cabeça erguida”.

Preconceito

Vania Thomaz, 32 anos, sofreu tanto bullying na vida que abandonou a escola. Vítima de preconceito, era discriminada com frequência. “Isso começou a mudar quando eu entrei no Salão Autoestima e ninguém me olhava torto. As pessoas eram carinhosas e eu achava tudo estranho, não estava acostumada”.

O respeito dos colegas e dos professores devolveu a confiança a ela. Terminou o Ensino Médio enquanto aprendia a cortar cabelos, fez acordo com a empresa onde trabalhava há três anos e, com o dinheiro, pretende montar um salão.

“Eu me inscrevi no vestibular. Vou tentar ingressar no Serviço Social, Ciências Contábeis e Estética e Cosmético. Eu nunca pensei em fazer faculdade, mas hoje estou cheia de planos e confiante”.

Foto: Marcelo Martins