Valongo Moto Classic é prova da paixão pelas ‘duas rodas’
Só mesmo a palavra paixão para explicar as verdadeiras loucuras de muitos dos proprietários de ‘duas rodas’ reunidos sábado (25) no 4° Valongo Moto Classic, que atraiu centenas de pessoas ao Centro Histórico, mesmo sob chuva intermitente - eles vieram de várias cidades da região e de São Paulo para o encontro na Estação do Valongo, que já se tornou tradição.
Histórias como a de Alfredo Claro Filho, o Alfredinho, seis vezes campeão paulista e campeão brasileiro de 1972. Quarenta anos depois, o destino lhe devolveu a Mondial 125 azul, de 1952, com a qual conquistou os títulos. “Meu filho me telefonou às duas horas da manhã para dizer que havia encontrado a minha moto no porão da casa onde participava de uma festa. Eu nem quis saber o estado dela ou o preço. Comprei na hora”, comentou, brincando ter “óleo dois tempos” correndo nas veias. Com 18 motos no quintal de casa, Alfredinho vê na neta de 15 anos o mesmo entusiasmo de sua juventude. “Ela já está treinando para ser piloto”, conta, orgulhoso.
MAIS HISTÓRIAS - O empresário Miguel Rodrigues não escondia a satisfação em ver a surpresa das pessoas com sua Lambretta amarela, ano 1961, que descobriu encostada em um posto de gasolina de Santos, seis anos atrás. Foram dois anos e meio de restauro e hoje, ao passear com o filho no Jardim Casqueiro, onde mora, atrai olhares curiosos. Proprietário de mais uma Lambretta, duas Vespas, uma 750 Four e outra 4 Four, Rodrigues reconhece que a duas rodas amarela é a ‘queridinha’. Tanto que mandou confeccionar um tapete com as cores da Itália, país de origem da Lambretta, sobre o qual o veículo permanece quando exposto.
Cinco motos antigas de corrida disputavam a atenção do público com a Viúva Negra, da Yamaha, 1973; 7 Galo 750 Four, da Honda, 1974; TR 3 e a TZ de 350 cilindradas, ambas da Yamaha, entre muitos outros exemplares de duas rodas. Apesar de o tempo instável ter impedido a vinda de vários colecionadores, o organizador do evento, Marcos Pasini, estava satisfeito com o resultado final. Dono de sete motos restauradas e uma contemporânea, ele diz que os colecionadores gostam de trocar ideias sobre seus veículos, de mostrá-los e contagiar o público com essa paixão sobre duas rodas.