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Partos de adolescentes no SUS caem 52% na década

Publicado: 24 de março de 2010
18h 00

O número de partos em adolescentes residentes em Santos caiu 52,2% na rede pública de saúde, entre 2000 e 2009. O percentual é maior do que a média registrada no país no mesmo período. Segundo dados divulgados no início do mês pelo Ministério da Saúde, a redução nacional foi de 34,6%.

Em Santos, no primeiro ano da década, foram anotados 927 partos entre meninas de 10 a 19 anos, contra 443 em 2009, ano com menor índice, de acordo com informações do DataSUS.

A redução no índice de gravidez nessa faixa etária pode ser atribuído às campanhas educativas, ampliação do acesso ao planejamento familiar e ao fortalecimento da rede integrada de atenção à infância, estabelecido pela prefeitura com o Programa Santos Criança. Com a rede, projetos e programas de diversas áreas, como educação, saúde, assistência social, cultura, esportes, turismo e meio ambiente, passaram a ser desenvolvidos em sintonia, dando ao jovem novas perspectivas de vida.

Riscos
A gravidez na adolescência pode acarretar uma série de riscos para a saúde da mãe e do bebê. “Biologicamente uma menina com 13 anos ainda está em desenvolvimento. Os órgãos não estão totalmente constituídos, como na mulher adulta, principalmente a pélvis (bacia). Pode ocorrer parto prematuro, infecções urinárias, e elevação da pressão arterial, que leva a pré-eclâmpsia”, disse a obstetra Vera Aparecida Andrade, que há 17 anos trabalha no pré-natal de adolescentes e recentemente assumiu a Coordenadoria de Saúde da Mulher, da SMS (Secretaria de Saúde).

Isso sem falar na questão emocional. “É um período de muitas descobertas. O jovem não domina ainda a própria sexualidade, não tem conhecimento total de suas emoções e sentimentos”, afirmou a psicóloga Márcia Regina de Almeida Ramos Gonçalves, que integra a equipe da Casa da Gestante, que funciona no Instituto da Mulher (Avenida Conselheiro Nébias, 439).

Casa da Gestante
Na Casa da Gestante e no Ambesp da Zona Noroeste além do acompanhamento médico e psicossocial individual, as adolescentes grávidas participam, uma vez por semana, do grupo de preparação para o parto. São abordados temas diferentes a cada encontro, sempre relacionados à gravidez e ao momento do parto, tendo como foco a questão emocional. “Às vezes uma fala de um problema e outra conta que teve o mesmo problema e diz como resolveu. Essa troca de vivências ajuda muito, alivia a angústia”, enfatizou Gonçalves.