Visitantes descobrem atrações da ZNO com nova linha turística
A sensação foi de descobrir uma nova cidade, sem sair de Santos ou pegar uma estrada. “Nunca imaginei que, assim perto, houvesse lugares tão lindos e diferentes”, comentou Zenaide de Brito, ao término da viagem inaugural da Linha Conheça Santos-Zona Noroeste, por volta das 13h de sábado (10).
A contadora, em Santos há sete anos, foi um dos 67 passageiros dos três micro-ônibus destacados pela prefeitura para cumprir o percurso, que começou no Gonzaga, passou pelo Marapé e Morro da Nova Cintra para alcançar o Jardim Botânico Chico Mendes e as ruínas do Engenho de São Jorge dos Erasmos, as duas principais atrações da Zona Noroeste. O passeio, coordenado pela Setur (Secretaria de Turismo) e ainda em caráter experimental, terá nova saída no próximo mês.
“Já conheci todos os locais interessantes da orla e do Centro Histórico, mas da Zona Noroeste nem tinha ouvido falar”, disse Oscarino Vieira, paulistano que se mudou para a cidade em 2007. Felipe Paulin, de 12 anos, veio passar o feriado na casa do avô Fernando e também aprovou o passeio que fizeram: “Gostei de tudo, mas o Jardim Botânico foi mais legal”.
Atento à monitoria de Pablo Antônio Gonzalez, funcionário do parque, Paulin conheceu a ‘árvore do viajante’ (retém água entre as folhas) e a embaúba, cujo caule é oco e abriga um formigueiro; surpreendeu-se com a melaleuca, de tronco macio, formado por cortiça; descobriu um morcego pendurado nas folhas de uma cuca e sujou de vermelho as mãos, ao passá-las no tronco de um araça-piranga.
Durante o percurso, os participantes ouviram curiosidades de espécies do Jardim Botânico, puderam tocar e ‘abraçar’ as árvores. Apesar de já conhecer o local, Sônia Fraga disse que, graças à monitoria, pôde aproveitar melhor o passeio. “Passei muitos anos sem saber que este local existia e que era tão lindo”, afirmou.
Mais surpresas
A visita às ruínas do engenho, candidata ao título de ‘patrimônio da humanidade’, foi outra surpresa. O biólogo André Müller Mello, que atuou como monitor, falou sobre a história de quase 500 anos do mais antigo e conservado engenho, que durante 70 anos fabricou e exportou açúcar durante o Brasil Colônia.
Ele levou os visitantes a um ‘buraco misterioso’, que desafia a imaginação e o conhecimento dos arqueólogos, e às ruínas da capela de São Jorge, em cuja área ainda existem 20 ossadas de índios, enterrados em rituais cristãos. Educador da USP, instituição responsável pela área, Mello disse que poucas pessoas sabem que o local está aberto ao público de terça a domingo, com visitas monitoradas.