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Congresso comprova sucesso da terapia comunitária

Publicado: 30 de agosto de 2011
18h 00

"Quando a boca cala, os órgãos falam. E nós vamos responder com depressão, insônia e gastrite". A frase do psiquiatra e antropólogo cearense Adalberto de Paula Barreto mostra a importância da terapia comunitária integrada, tema do 6º Congresso Brasileiro, 3º Encontro Internacional de Terapia Comunitária Integrativa e do 2º Encontro de Pesquisa em Terapia Comunitária Integrativa, que teve início nesta terça-feira (30) e segue até sábado (3).

O evento reúne no Cais (Centro de Atividades Integradas) Colégio Santista (Rua Sete de Setembro, 34, Vila Nova) mais de 400 profissionais e outros 50 convidados do Brasil, México, Uruguai, Argentina e Espanha. Entre eles, autoridades no tema como o advogado José Airton Barreto, o padre francês Henri Marie Leboursicaud, a doutora espanhola Leonor Maria Espinosa e o criador da técnica, Adalberto de Paula Barreto.

Criado há 26 anos, em Fortaleza (CE), para atender pessoas de uma favela cearense, o conceito está presente na Europa, América Latina e já chega, meio do governo brasileiro, a países africanos de língua portuguesa.

Ainda marca presença em todos os estados brasileiros com 46 polos de formação. Consiste em reunir pessoas para falar, ouvir e compartilhar problemas. Os grupos são coordenados por terapeutas de várias áreas, inclusive pessoas da própria comunidade.

Exemplo
Para o fundador do conceito, Santos é um exemplo no uso da terapia comunitária. "O município entendeu bem a proposta e ultrapassou o domínio da saúde para atingir a comunidade. E este é o ideal", diz Adalberto.

"Hoje a terapia está nas escolas para reduzir a violência e humanizar as relações, nos presídios e nas empresas. O conceito de saúde é amplo, envolve o indivíduo e a comunidade e cuida dos corpos físico e social".

Implantado na cidade em 2006 para proporcionar mais qualidade de vida à população, o método está disponível em unidades básicas de saúde e de saúde da família, centros de referência em assistência social, centros comunitários e em escolas.

Segundo pesquisa em 12 estados, dos 88,5% de pessoas que chegavam às rodas de conversa em busca de medicação, apenas 11,5% precisavam de medicamento. "O que elas tinham era dor da alma. Então criamos instrumentos para acolher o sofrimento na comunidade antes que a ansiedade e o estresse virassem doença, evitando que se tenha que recorrer a tratamentos caros", explicou o especialista.

De acordo com Adalberto, a técnica é complementar à medicina. "Existem pacientes que, de fato, precisam da medicação e também participam da terapia, onde vão trabalhar vínculos e ter o suporte nos momentos difíceis".

Programação
O congresso de terapia comunitária prossegue nesta quinta-feira (1°) com atividades no Cais Colégio Santista, das 7h às 17h30. Entre os temas está a Implantação da Terapia Comunitária Integrada na Estratégia Saúde da Família, às 10h.

O evento é direcionado a terapeutas comunitários, profissionais das áreas de saúde, assistência social, educação, cultura, esportes e empresários. As inscrições devem ser feitas no Cais Colégio Santista.

A programação completa está no site www.congressotci.com.br. A realização é do Polo Roda Viva de Santos e Abratecom (Associação Brasileira de Terapia Comunitária), com apoio da prefeitura e Santos e Região Convention & Visitors Bureau.