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Roteiro noturno destaca participação dos negros na construção de Santos

Publicado:
13 de novembro de 2025
14h 28
pessoas participando do roteiro #paratodosverem

Fernanda Mello e Wellington Alexandre

A noite desta quarta-feira (12) foi diferente para 60 alunos da educação de jovens e adultos (EJA) de várias unidades municipais de ensino de Santos. Eles participaram do primeiro roteiro noturno Étnico-Racial no Centro Histórico, promovido pelo setor educacional da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), integrando a programação do Mês da Consciência Negra.

Conduzido pelas historiadoras e educadoras Sandra Ramos e Adriana Negreiros e o professor da Secretaria de Educação, Luís Canuto, o passeio contemplou pontos que se relacionam com a história da população negra, como o Outeiro de Santa Catarina, onde se conta que o médico abolicionista João Éboli abrigava os escravizados em fuga na gruta interna de sua casa acastelada.

O grupo também esteve na Casa do Trem Bélico, hoje chamada de Casa do Artesão, onde se falou sobre o soldado Chaguinhas, cabo responsável pelo levante em Santos em 1821 que reivindicava igualdade de salários para os soldados brasileiros.

Outros pontos foram visitados foram o Conjunto do Carmo, Pantheon dos Andradas, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Teatro Guarany, Casa da Frontaria Azulejada e a Travessa Anísio José da Costa.

RESGATE

“Este roteiro é voltado para evidenciar a participação da população negra na nossa Cidade. Depois de anos de invisibilidade dessa cultura e das marcas da população negra, buscamos resgatar esses registros escondidos e esquecidos", destacou Sandra Ramos.

Adriana Negreiros explicou que o roteiro étnico noturno foi realizado para atender principalmente os estudantes da EJA e também o público trabalhador em geral. “A ideia é que as  pessoas que circulam diariamente pelo Centro trabalhando também reconheçam essa cidade como histórica e se apropriem dessa história”.

Para Manuel Messias, 60 anos, estudante da EJA e morador do bairro Pompeia, foi uma excelente oportunidade de conhecer mais a cidade onde vive há 40 anos. “Tem partes da história que eu não conhecia. Eu nunca tinha visitado o Outeiro de Santa Catarina e muitas dessas igrejas históricas. Veja como são as coisas”.

A professora Virgínia Soares Alonso, da UME José Bonifácio, destacou que a atividade de exploração do território é importante para que as pessoas conheçam a relevância de cada trecho da Cidade, dos pontos históricos, dos lugares por onde circulam e onde vivem. “Aprendem a importância de cada um desses espaços e, assim, passam a dar significado aos pontos principais da Cidade.”

Escolas interessadas no roteiro podem fazer contato pelo e-mail educafams@fundasantos.org.br.

Confira a programação do Mês da Consciência Negra em https://www.santos.sp.gov.br/?q=hotsite/mes-da-consciencia-negra


Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS

Fotos: Carlos Nogueira