Exposição em Santos exalta a arte performática drag queen
A ‘Duo Drag’ – exposição de retratos de Drag Queens, do fotógrafo Paulo Vitale - chega a Santos a partir de terça-feira (21), às 19h, na Galeria de Arte Patrícia Galvão (Av. Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias). Contemplada pelo edital fomento CultSP PROAC no 26/2024, dá imagem, voz e visibilidade à arte performática de 30 drag queens.
A visitação é gratuita e vai até o dia 28 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h.
O fotógrafo Paulo Vitale, um dos mais requisitados da atualidade no País, dedicou-se, em 2020, a registrar artistas que brilham na noite paulistana. Com curadoria de Eder Chiodetto, a exposição apresenta retratos e depoimentos das drags, que também aparecem vestidas com roupas do dia a dia, criando um paralelismo que tem cativado o público.
A seleção reúne nomes que movimentam a cena paulistana, desde o fim dos anos 1980, com importante papel político na defesa da liberdade de expressão e da diversidade, além de artistas em início de carreira. As consagradas Silvetty Montilla, Marcia Pantera, Miss Judy Rainbow e Lysa Bombom dividem espaço com expressões da nova geração, como Vera Ronzella, Allyssa e Judy Rainbow, além de Kaká Di Polly, uma das pioneiras do movimento, falecida em 2023.
Ainda há vídeos com depoimentos das artistas. Trechos dessas entrevistas também podem ser acessados em www.paulovitale.com.br/duodrag
MANIFESTO
Cada drag queen carrega uma infinidade de histórias: divertidas, de sucesso, de bastidores, de performances acrobáticas sobre o público, figurinos glamourosos ou improvisados com cola quente, além de perucas voadoras. Mas também há relatos de preconceito, discriminação e arte feita à margem. E há sonhos, que se renovam a cada performance ou aparição.
As drag queens tiveram papel decisivo no desenvolvimento cultural e criativo de São Paulo, impulsionando equipes de artistas, cenógrafos, figurinistas, coreógrafos e DJs, que se profissionalizaram nos shows delas.
Num momento em que o Brasil ostenta a triste marca de ser o líder mundial nas estatísticas de violência e homicídios contra a comunidade LGBTQIA+, a exposição é um manifesto em prol da diversidade, da tolerância e do livre arbítrio. Celebrar esses corpos e suas vidas em museus – espaços legitimadores da cultura e mediadores entre público, linguagens artísticas e saberes – é fundamental para promover uma convivência mais harmoniosa entre diferentes concepções de gênero, desejo e modos de vida.
SOBRE O FOTÓGRAFO
Cursou História, na USP, e Fotografia, no International Center of Photography, em Nova Iorque. Já percorreu mais de 50 países realizando trabalhos editoriais, corporativos e publicitários. Retratou grandes personalidades brasileiras e internacionais, como Nelson Mandela, Oscar Niemeyer, Bill Clinton, Mark Zuckerberg e Pelé.
Recebeu 15 prêmios Abril e tem mais de 100 capas publicadas em revistas como Marie Claire, Vip, Alfa, Veja, Época, Men’s Health e GQ. Entre suas exposições – muitas transformadas em livros – estão Chefs, Cartunistas, Breaking e a inédita Tradições em Retratos. Informações em https://www.paulovitale.com.br/
CURADOR
Mestre em Comunicação e Artes pela USP, é jornalista, fotógrafo, curador independente, crítico de fotografia e publisher da Fotô Editorial. Autor de livros como O Lugar do Escritor (Cosac Naify), vencedor do Prêmio Jabuti 2004, e Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição (Ateliê Fotô/Funarte, 2013). Coordenou a coleção Ipsis de Fotografia Brasileira e publicou Ser Diretor: Uma Viagem por 30 Escolas Públicas Brasileiras (Fotô Editorial, 2018).
Editou cerca de 120 livros de fotógrafos como Claudia Andujar, Araquém Alcântara, Luiz Braga, German Lorca, Cristiano Mascaro, Thomaz Farkas e Rosângela Rennó. Desde 2002, realizou cerca de 130 exposições no Brasil, América do Sul, Europa, Estados Unidos e Japão.
Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS