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Sábado tem caminhada de alerta sobre a endometriose em Santos e outras 300 cidades

Publicado: 25 de março de 2025
12h 47

Prepare o tênis e uma camisa ou acessório na cor amarela: a tradicional caminhada de conscientização da endometriose será neste sábado (29), em Santos, com concentração a partir das 9h na Praça Luiz La Scala (Aquário). Santos se junta a outras 300 localidades ao redor do mundo que farão o evento no mesmo dia.

Desde 2018, a orla santista fica uma vez por ano tomada pela cor amarela, reunindo mulheres, familiares, profissionais de saúde e apoiadores da causa. Quem quiser garantir gratuitamente a camiseta oficial do evento pode se inscrever aqui. A Endocaminhada é organizada pela Associação EndoMulheres, com apoio da Prefeitura de Santos.

CUIDADO

Santos foi o primeiro município do Brasil a ter legislação municipal que garante o cuidado às mulheres com endometriose. O Município dispõe de protocolo completo de assistência às pacientes no Sistema Único de Saúde, contemplando inclusive um centro de referência para a realização de cirurgias no Complexo Hospitalar dos Estivadores. “Santos é referência para outras cidades do Brasil. Já recebemos representantes de outros municípios para conhecer o trabalho que desenvolvemos aqui, mas ainda temos um caminho a percorrer no que se refere à conscientização no acolhimento às mulheres”, afirma o secretário de saúde, Fábio Lopez.

Muitas mulheres demoram anos a ter o diagnóstico correto, outras têm os sinais e sintomas menosprezados, inclusive por pessoas próximas. Aquelas que sentem cólicas muito fortes, que até incapacitam para a realização de ações rotineiras, por vezes são tratadas como alguém que reclama, que quer chamar a atenção. Não é levantada a suspeita de que possam estar acometidas por uma doença que, em casos graves, leva à infertilidade.

“Ainda há falta de preparo entre profissionais de saúde e estudantes, o que leva à negligência no atendimento. Precisamos conscientizar e educar para o diagnóstico precoce. Não podemos mais aceitar que a endometriose seja tratada com descaso. É urgente garantir políticas públicas que proporcionem acesso ao tratamento especializado e a centros de referência. Precisamos alertar, informar e cobrar mudanças. O silêncio perpetua o sofrimento”, destaca Flávia Marcelino, presidente da Associação EndoMulheres Baixada Santista.

A DOENÇA

O endométrio é a camada que reveste a parede interna do útero. A endometriose é a inflamação causada por células que, em vez de serem escoadas por via vaginal durante a menstruação, passam a se implantar nos ovários, peritônio, bexiga e intestino.  Os sintomas são cólicas menstruais mais frequentes, aumento do fluxo menstrual ou até infertilidade. O primeiro passo ao suspeitar da endometriose é procurar a policlínica de referência do local de moradia.

Havendo a suspeita diagnóstica, a paciente é encaminhada ao Instituto da Mulher e Gestante para confirmação ou descarte. A ultrassonografia transvaginal identifica se há focos de endometriose na pelve. No entanto, há mulheres nas quais a doença está localizada fora do útero e do ovário, havendo necessidade de exames complementares para investigação, como a ressonância magnética, que mostrará se há comprometimento dos outros órgãos. Para casos iniciais, o tratamento é feito com o uso de medicamentos (pílulas anticoncepcionais ou remédios específicos, a critério médico).

Quando a doença compromete a estrutura de outros órgãos como ovários, ligamentos de sustentação do útero, bexiga ou intestino, há necessidade de cirurgia e a paciente é encaminhada ao Complexo Estivadores.

 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde e Bem-Estar. Conheça os outros artigos dos ODS