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Mapeamento arqueológico revelará detalhes de construção do século 17 no Centro de Santos

Publicado: 28 de outubro de 2024 - 0h00

A Prefeitura de Santos iniciará o mapeamento arqueológico na área onde se localiza o conjunto do Carmo, no Centro Histórico, edificado originalmente no século XVII. A pesquisa inédita no local utilizará tecnologia avançada para revelar as fundações originais de monumentos históricos.

O trabalho será conduzido por uma empresa especializada em arqueologia que utilizará um georadar para escanear o subsolo. O objetivo é identificar as fundações antigas da igreja e do convento, que foram construídas entre 1608 e 1640, respectivamente, explica o arquiteto da Prefeitura, Ney Caldatto Barbosa. O resultado servirá de base para medidas de restauro no complexo.

“Esses edifícios que estão aqui foram erguidos no século XVIII. A Ordem Carmelita constrói a primeira igreja no século XVII, por volta de 1608. Ela constrói primeiro o convento e em 1640 termina a igreja. Cerca de dez anos depois, em 1650, é construída a Capela da Ordem Terceira. Esses edifícios foram demolidos para dar lugar a estes que estão aqui atualmente”, diz o arquiteto da Prefeitura.

Por isso, segundo ele, a leitura do georadar permitirá um reconhecimento preciso das estruturas, contribuindo significativamente para a compreensão histórica da presença carmelita em Santos.

“Não vamos quebrar o piso, nem abrir as fundações ou recolher objetos, nada disso. Neste momento, vamos fazer um reconhecimento do local. O georadar faz uma leitura do subsolo e permite identificar as fundações da primitiva igreja e do primitivo convento”.

A assinatura do contrato com a empresa arqueológica vencedora da licitação e o início dos trabalhos dependem de trâmites burocráticos em andamento. Assim que a documentação estiver finalizada, a equipe começará a passar o georadar pelo local, com a expectativa de concluir o mapeamento em cerca de 40 dias.

ÚNICA DA ERA COLONIAL

A Ordem Carmelita estabeleceu-se em Santos em 1589, sendo a única ordem religiosa da era colonial que permaneceu no Município. Com o mapeamento arqueológico em mãos, a Prefeitura planeja dar continuidade ao projeto de restauro.

A previsão é que os projetos para preparação do restauro estejam concluídos até o final deste ano, permitindo o início das obras no ano seguinte, após a captação de recursos. A primeira etapa focará na fachada dos edifícios, seguida pela restauração completa da capela, da igreja e das partes remanescentes do convento, além da torre.

“A pesquisa histórica é essencial não apenas para a preservação do patrimônio, mas também para o sentimento de pertencimento dos moradores. Vamos entender as origens e as transformações da Igreja e Convento e ajudar a compreender a história dos carmelitas em Santos. Aliás, de todas as ordens religiosas que vieram para o Brasil na era colonial, eles foram os únicos que permaneceram. Então, este projeto busca mais do que restaurar edifícios: é uma intervenção que valoriza a história e a identidade de Santos”, finaliza Ney Caldatto.

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.