Restauração de pinturas do Outeiro de Santa Catarina, em Santos, está avançada
Com 70% dos serviços executados, o restauro de pinturas decorativas no Outeiro de Santa Catarina, marco do início do povoamento da Vila de Santos, deve ser entregue em outubro. O trabalho muito detalhado e minucioso é realizado no salão do pavimento térreo e em dois cômodos interligados no pavimento superior da edificação.
O conjunto de pinturas decorativas foi encontrado durante intervenção anterior realizada no Outeiro (Rua Visconde do Rio Branco, 48), mas esse restauro não pôde ser incluído no projeto em andamento. Foi preciso elaborar um novo projeto e nova licitação para definir a empresa que faria a obra, sob o gerenciamento da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi). Nos serviços são empregados R$ 194.085,84, recursos municipais.
Segundo o arquiteto Roger Guerra, chefe do Departamento de Obras da Siedi, o trabalho dos restauradores começou com prospecção e análises de cor, que compuseram o mapeamento dos danos para permitir a recuperação das pinturas decorativas. Uma pequena faixa das evidências da prospecção foi deixada em uma das salas para registro histórico.
As pinturas decorativas estão sendo restauradas pelo Estúdio Sarasá, especialista neste tipo de trabalho e que tem em seu portfólio trabalhos no Teatro Municipal de São Paulo, Museu do Ipiranga e azulejos dos monumentos da Serra do Mar e, em Santos, o retábulo do altar-mor da Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, anexa à Igreja Santo Antônio do Valongo.
MELHORIAS ANTERIORES
Na intervenção anterior, finalizada em 2022, o equipamento turístico, que faz parte do roteiro do Centro Histórico de Santos, foi restaurado e ganhou acessibilidade. Para tanto foi construída uma caixa de circulação externa com elevador e escada, além de uma plataforma entre os dois imóveis para acessar a Casa de João Éboli.
Os ornamentos dos arcos da fachada foram recuperados, assim como o painel artístico e foi implantada a iluminação cenotécnica das fachadas. Tanto o projeto do restauro anterior como o do atual são de autoria do arquiteto Ney Caldatto, da Siedi. O espaço abriga atualmente a sede da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), que gerencia arquivos públicos da Administração Municipal e a memória documental e iconográfica da Cidade.
OUTEIRO, A CASA ACASTELADA
No século 16, o casal Luís Góis e Catarina de Aguillar ergueu, na base do pequeno morro, a Capela de Santa Catarina de Alexandria, junto à qual foi construída, em 1543, a primeira Santa Casa do País. Desde então, a região passou a ser ocupada, estendendo-se ao local que mais tarde seria a ‘Vila de Santos’ e, por fim, Santos.
Durante anos, o outeiro forneceu pedras para o calçamento das ruas e a ampliação do porto. Entre 1880 e 1884, o médico italiano João Éboli construiu uma casa acastelada no bloco de rocha que restou do monte e, em 1922, a Câmara Municipal reconheceu o Outeiro de Santa Catarina como sendo o marco inicial do povoamento da Cidade.
Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.