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Santos capacita profissionais e alerta para diagnóstico precoce da esclerose múltipla

Publicado: 22 de maio de 2023 - 14h57

Em 30 de maio é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Esclerose Múltipla, doença autoimune que não tem cura, mas que pode ser controlada a partir do tratamento adequado. E quanto mais cedo for descoberta, melhor será a qualidade de vida do paciente e menores as chances de desenvolver sequelas. O problema é que nem todas as pessoas com a doença recebem o diagnóstico com rapidez.

O Município de Santos é referência na Baixada Santista por ter criado, em janeiro de 2022, um serviço específico para o enfrentamento da doença. Localizado no Ambulatório de Especialidades da Zona Noroeste (Ambesp ZNO), acompanha cerca de 50 pacientes atualmente, com capacidade para ampliação de atendimento. 

Para que mais pessoas tenham acesso ao diagnóstico precoce, a Secretaria de Saúde de Santos, por meio da Escola Municipal de Saúde Pública, e a Associação do Litoral Santista de Amigos e Portadores de Esclerose Múltipla (Alsapem) promoveram o 3º Encontro do Mês Mundial da Esclerose Múltipla, nesta segunda-feira (22), com palestras voltadas a cuidadores, pacientes e principalmente médicos das redes pública e privada.

Diversos aspectos da doença foram abordados por profissionais de diversas áreas que atuam de forma multidisciplinar, com o objetivo de alertar para a importância de observar sinais e sintomas e encaminhar ao serviço especializado tão logo haja suspeita diagnóstica.

FLUXO DE ATENDIMENTO

No caso da Prefeitura de Santos, os pacientes passam pelo primeiro atendimento na policlínica e, a partir da avaliação dos sinais e sintomas, são encaminhados para o ambulatório especializado para confirmação ou descarte da suspeita diagnóstica, a partir da avaliação do especialista e exame de imagem e laboratorial.

A neurologista Mariana Cardoso, responsável pelo ambulatório, explica que a esclerose múltipla é mais comum em mulheres jovens, entre 20 e 40 anos de idade. Porém está longe de se tornar uma regra. Por isso, a profissional fez questão de apresentar três casos clínicos completamente distintos em sua palestra, todos de pacientes dela, um deles um menino diagnosticado aos 10 anos.

“Quero trazer a necessidade do diagnóstico precoce aos meus colegas, independentemente da faixa etária ou do sexo mais predominante. Essa criança demorou quase um ano para chegar até mim, porque trataram o sintoma como se fosse uma doença infecciosa, quando na realidade era esclerose múltipla, e ela acabou ficando com sequela”.

Ana Bernarda dos Santos, presidente da Alsapem, exemplifica a importância do diagnóstico precoce a partir do relato de sua própria vida. Ela teve o primeiro surto da doença aos 50 anos de idade. O diagnóstico, porém, ocorreu tardiamente: aos 56.

Hoje, Ana se locomove com o auxílio de um andador e dedica-se à causa para que mais pessoas tenham acesso a informações sobre a doença e possam buscar auxílio médico o mais brevemente. “Por causa da dificuldade que eu enfrentei para o diagnóstico, vejo a diferença entre mim e outras pessoas, que têm a oportunidade de fazer coisas que não posso”.

PIONEIRISMO

A prefeita em exercício, Renata Bravo, destacou a importância de outros municípios terem também um serviço de referência. “A Alsapem está levando a nossa experiência para os demais municípios da Baixada Santista, nossos acertos e desafios. Não basta só Santos ter esse avanço. Queremos um atendimento eficiente para todos e que os pacientes com esclerose múltipla sejam atendidos o mais breve possível e tenham qualidade de vida boa”.

O secretário de Saúde, Adriano Catapreta, destacou a parceria com a Alsapem na realização do evento. “Pensamos sempre no melhor para o nosso paciente e a educação permanente é importantíssima para o aperfeiçoamento do atendimento na nossa rede. Com profissionais mais bem capacitados, conseguiremos promover mais qualidade de vida às pessoas que convivem com a doença”.

FIQUE LIGADO

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central. Afeta uma estrutura dos neurônios, chamada bainha de mielina, que é a responsável por transmitir as mensagens elétricas pelos neurônios, permitindo uma resposta rápida e normal do sistema nervoso.

O diagnóstico da doença é feito por meio de ressonância magnética, análise de líquor da medula óssea e avaliação dos sinais e sintomas do paciente.

Principais sintomas

  • Embaçamento visual ou visão dupla
  • Formigamento em partes do corpo
  • Dificuldade para falar
  • Falta de coordenação motora (dificuldade de manter o equilíbrio)
  • Perda de forças em braços e/ou pernas
  • Fadiga intensa
  • Tontura
  • Perda de controle de urina e/ou fezes

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade.