Transfusões de sangue ficam mais seguras com método e equipamentos modernos em Santos
Estão ainda mais seguras as transfusões de hemocomponentes (componentes do sangue) realizadas pelo Complexo Hospitalar da Zona Noroeste (Castelo) e Hospital de Pequeno Porte (Jabaquara) de Santos. Isso porque, há pouco mais de um mês, foi substituído o método antigo de tipagem (processo de coleta e análise do sangue do paciente para identificar a qual grupo sanguíneo pertence) e provas de pré-transfusão (exames realizados antes da transfusão). Agora, uma leitura automatizada das amostras permite resultados mais ágeis e confiáveis.
Complexo Hospitalar da Zona Noroeste é uma das unidades com atuação da Agência Transfusional da SMS
A responsável pela mudança é a Agência Transfusional da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que cuida das unidades, a primeira da região a utilizar o maquinário completo, que consiste na incubadora, para controlar a temperatura da amostra de sangue; uma centrífuga, que acelera a reação do sangue em contato com o gel; a leitora, responsável pela interpretação automática das amostras.
Antes, as amostras eram analisadas visualmente por meio de tubos de ensaio. Agora, passam pelo método em colunas com gel e seguem para análise da leitura. "Conversamos com hematologistas e decidimos implementar o que havia de mais moderno nesta área", diz Silvano Silva, farmacêutico e chefe da Seção Centro de Diagnósticos (Secedi) de Santos.
POR QUE SÃO MAIS SEGUROS?
Os resultados obtidos por meio do novo método são mais seguros, pois, sendo automatizados, excluem a possibilidade do erro humano. Os técnicos não precisam manipular os reagentes, pois já estão contidos no gel; não analisam visualmente, nem correm o risco de cometer erros de digitação/escrita que comprometam o resultado, já que este passa a ser gerado pela máquina e encaminhado diretamente ao usuário.
“Em todo paciente que for receber um hemocomponente como plaquetas, hemácias ou bolsa de sangue realizamos antes esse procedimento de tipagem e provas pré-transfusionais”, explica Silvano.
A nova técnica também é rastreável, pois a leitora registra a análise e armazena os dados obtidos, possibilitando a consulta posterior. “Com os tubos de ensaio, não havia essa possibilidade, visto que eles são descartados logo após a análise. Se houvesse alguma dúvida quanto ao resultado, seria necessário realizar o procedimento novamente”.
Silvano Silva, chefe da Secedi: "decidimos implementar o que tem de mais moderno nesta área"
Ele afirma que, em breve, mais novidades em outras metodologias serão anunciadas. "Estamos sempre trabalhando para oferecer o melhor aos munícipes", disse, enfatizando o apoio às novas ideias dado pelo Departamento de Atenção Pré-Hospitalar e Hospitalar (Daphos), chefiado pelo médico Luiz Carlos Espíndola Junior.
PROCEDIMENTO
O método de testagem em colunas com gel consiste em adicionar as amostras de sangue dos pacientes em tubos com uma solução de reagentes. Neste procedimento, o sangue dentro da coluna pode assumir diferentes posições, conforme a reação dos anticorpos presentes. Com isso, o aparelho consegue fazer uma leitura, interpretando o resultado sobre a tipagem sanguínea ou outra prova pré-transfusional.
Assim que chegam à Agência Transfusional, as amostras de sangue são colocadas nas colunas de gel. Dependendo do exame, passa pela incubadora para ajustar a temperatura. Depois, o material é centrifugado e inserido na leitora, que mostra o resultado em cerca de dez segundos. O procedimento completo leva, no máximo, trinta minutos. E os resultados e todas as informações referentes às amostras podem ser conferidos no visor da máquina e impressos para entrega ao paciente.
FOTOS: CARLOS NOGUEIRA/PMS