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Um sonho de Pelé, uma conquista para Santos

Publicado: 29 de junho de 2010
18h 00

Esta quinta-feira (1°) será uma data especial para Santos e para um santista de coração. A partir das 11h, o Rei do Futebol estará na cidade que o projetou para o mundo, participando da cerimônia que marca o início oficial das obras do Museu Pelé, no Casarão do Valongo (Largo Marquês de Monte Alegre s/n°). O melhor jogador de todos os tempos estará acompanhado do prefeito João Paulo Tavares Papa e dos patrocinadores do empreendimento, que deve ser concluído em 2012.

"Esse é um momento histórico. Importante não apenas para Santos, mas para o Brasil e o mundo", resume o prefeito. Para ele, ao assumir o desafio de reconstruir um imóvel abandonado há 20 anos, “Santos faz escola na recuperação de patrimônios históricos e na criação de novos usos, assegurando a preservação para as novas gerações. É um projeto ambicioso que tem a pretensão de dar ao Museu Pelé visibilidade mundial, já que o ex-atleta é um ícone na história do país e uma figura internacional”.

Para concretização do projeto idealizado pela prefeitura e inserido no programa Alegra Centro, o governo do Estado cedeu o imóvel. O custo total estimado para as obras é da ordem R$ 20 milhões. Já foram fechados patrocínios para mais da metade da construção. Financiam a iniciativa, via lei de incentivos fiscais, BNDES, Fosfertil, MRS Logística, Vivo, Ambev, Gerdau e Mitsubishi. A captação de recursos está a cargo da Oscip (Organização Social de Interesse Público) Ama-Brasil.

Orgulho santista
Nascido em Três Corações (Minas Gerais), Pelé sempre desejou um museu para eternizar sua trajetória profissional, na cidade que o acolheu, em 1956, muito antes de ser rei. Para Santos é motivo de orgulho e uma grande conquista econômica e social. O Casarão do Valongo, edificação de 1865, será transformado em um complexo histórico e cultural gerador de renda e de oportunidades de trabalho na região.

Somado à Estação Ferroviária, de 1867, e ao Santuário de Santo Antônio, de 1640, e com as futuras construções das três torres da Petrobras, do Parque Tecnológico de Santos e do projeto Porto Valongo Santos, na região histórica do cais, o Museu Pelé dará novo perfil ao bairro. “Ele representa a consolidação do processo de revitalização de um conjunto urbanístico de importância nacional. No Valongo surgiram o porto e a ferrovia, propulsores do desenvolvimento econômico de São Paulo e do Brasil no século 20”, diz o prefeito.

Etapas vencidas
Para tornar o museu realidade a prefeitura deu uma grande demonstração de trabalho e empenho, já que foram muitos os desafios até o início das obras. Antigos entraves foram driblados, um a um, tornando mais próxima a conquista do Museu Pelé. A começar pela busca dos proprietários do terreno do Valongo, em Portugal, e pela intermediação da prefeitura nas negociações entre os donos e o governo estadual. De posse do imóvel, em janeiro de 2008, o Estado cedeu à prefeitura, entendendo que o empreendimento agregaria valor à cidade e a São Paulo.

Na sequência, o projeto de restauração do casarão obteve o aval dos órgãos de proteção ao patrimônio, nas esferas municipal, estadual e federal. Em outubro de 2008, o Ministério da Cultura autorizou a captação de recursos junto à iniciativa privada via lei de incentivos fiscais.

História e tecnologia
As obras de reconstrução do Casarão do Valongo, onde será instalado o Museu Pelé, são classificadas como um desafio arquitetônico. As fundações da obra, a cargo da empresa Fundamenta, serão especiais e diferenciadas. “As estacas serão cravadas com baixo impacto e com monitoramento visando resguardar as ruínas das paredes originais e todo o entorno”, destacou o arquiteto da prefeitura e autor do projeto, Ney Caldatto.

O projeto arquitetônico do Museu Pelé reconstrói a fachada original do Casarão do Valongo, do século 19, e cria um edifício com tecnologia do século 21. Pelas plantas, são três blocos interligados abrigando os seguintes espaços: Bloco Central, com 550 m², que concentra entrada do museu, duas lojas, café e sanitários; e Bloco Um, de 1.405 m², com área para exposições temporárias e auditório de 80 lugares para apresentação de documentários, filmes e os gols de Pelé. No pavimento superior fica o setor administrativo.

Com 1.232 m², o Bloco 2 está reservado para o acervo do Rei, com seus objetos pessoais, fotos, filmes, troféus e material impresso dentro de um grande cubo de vidro. Dali, mezaninos liberam a continuidade das perspectivas, em conjunto com a vedação em vidro de todo o perímetro do edifício. Desta forma, são garantidas transparências e leveza, minimizando os obstáculos visuais.

A ideia do museu é não só mostrar fotos, camisas, chuteiras, calções e outros objetos pessoais de Pelé, mas também proporcionar, com a mão da tecnologia, um verdadeiro espetáculo digno das jogadas do Rei.

Um legado para o futuro
Ao lançar a pedra fundamental do Museu Pelé, a prefeitura acrescenta um elemento que representa um legado do ano de 2010 para o futuro: durante a cerimônia, diversos objetos serão colocados numa espécie de cápsula do tempo, a ser aberta daqui a 30 anos, quando Pelé estará com 100.

Trata-se de uma caixa feita de aço, que guardará jornais do dia, mensagens de personalidades e crianças santistas e lembranças, as quais sem dúvida despertarão a curiosidade das pessoas que tiverem acesso ao seu conteúdo, em 2.040.