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Casas entregues a famílias que estavam em áreas onde serão construídas comportas e estações

Publicado: 14 de setembro de 2012
18h 00

Após 48 anos vivendo em palafitas, Maria Cristina Silva dos Santos recebeu, sábado (15) pela manhã, a primeira das 56 chaves das casas construídas na rua Flor Horácio Cyrillo (Dique da Vila Gilda) para famílias que desocuparão as áreas onde serão construídas novas vias, estações elevatórias, comportas e galerias, em mais uma etapa do Programa Santos Novos Tempos, da prefeitura. O reassentamento dessas famílias permitirá obras que beneficiarão os bairros Castelo, Rádio Clube e Saboó (entrada da cidade), eliminando as enchentes.

Falando em nome dos moradores, Maria Cristina disse: “Durante toda a minha vida, sonhei que um dia teria um lugar melhor para morar. Acreditei nisso, e chegar aqui é uma vitória”, afirmou, emocionada.

A importância do momento foi destacada pelo prefeito João Paulo Tavares Papa: “É um dia histórico, que marca um pacote de obras fundamentais para transformar o perfil desta região. Trata-se do maior programa de desenvolvimento já realizado na cidade em termos de engenharia civil e social”. E destacou que o edital internacional, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos, para licitação das obras de macrodrenagem abrirá as propostas das empresas interessadas em 30 de outubro, com início das obras um mês depois.

O programa completo envolve a aplicação de R$ 580 milhões, parte financiada pelo Banco Mundial, com contrapartida do município – que integra a referida licitação - e parte pelo governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Habitação. Além de solucionar o problema das enchentes, o programa está construindo e consolidandos moradias para receber famílias que residem em palafitas, e vai consolidar as edificadas em terra firme. Além das 56 casas entregues no sábado, outras 16 estão em fase final na quadra 16, e mais 680 em andamento na Caneleira. No total, o programa já entregou 1.240 unidades.

Centro de Informações

A prefeitura montará, em dois contêineres a serem instalados na praça Júlio Dantas, um centro de informações para que os moradores conheçam a programação das obras a serem ali realizadas.

A diretora de Desenvolvimento Urbano e Rural da filial Santos da Caixa Econômica Federal, Ilse Vaccari, também participou do evento, encerrado com a soltura de balões de gás. Estiveram presentes representantes de sociedades de melhoramentos, moradores da região e secretários municipais.

Dificuldades
Morando com a família de sete pessoas sobre palafitas há mais de duas décadas, Josevaldo Pereira dos Santos era só sorrisos. “Depois de 25 anos esperando, finalmente vou morar em uma casa”, desabafou, dizendo que todos os dias ia à obra verificar o andamento. “A vida era muito difícil. Eram enchentes que destruíam nossas coisas, mau cheiro, animais mortos, e o risco de cair na maré”.

As três crianças, que dormiam na sala, e os adultos, que dividiam o quarto, passarão a ocupar uma unidade de 55,78m², com três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, com acabamentos de piso cerâmico de alta resistência e azulejo, esquadrias de alumínio anodizado, além de instalações de água e luz individualizados, espaço para estacionamento e área verde.

Das 56 casas, 28 têm 46,30m² e dispõem de dois quartos, além das demais dependências; 24, com os mesmos cômodos, 45,87m²; duas, de 35,96m², são de um quarto e outras duas, com três dormitórios, contam com 55,78m² de área total.

Maria do Carmo Santos Oliveira morou 42 dos seus 63 anos sobre palafitas. “Na verdade, era quase dentro d’água”, disse ela, situação responsável por inúmeros de seus problemas de saúde. Sylvandira Albuquerque, há 50 anos no dique, foi logo abrindo a casa 2 do bloco 11 para conferir aonde passaria a morar. Agora, muitos planos para o futuro é que não faltam para as pessoas que estão mudando para as sobrepostas da Vila Gilda.