Balé e corpos de baile da cidade se preparam para festivais de dança

Respeitados pela crítica e público, o Balé da Cidade de Santos e os corpos de baile da Escola Municipal de Bailado se preparam para os tradicionais festivais de dança do país, entre junho e setembro.

É certo que os 60 integrantes dos grupos infantil, juvenil e jovem estarão no Dançar a Vida, que acontece na cidade; Passo de Arte, em Indaiatuba; e Enda (Encontro Nacional de Dança), em São Paulo. A maior de todas as competições, o Festival de Joinville, divulga os selecionados em junho.

Os bailarinos santistas apresentam no currículo mais de 700 troféus, com primeiras colocações no Festival Internacional de Dança de Nova York, em Joinville e no Passo de Arte. "Embora nossa meta não seja as competições, estamos sempre participando delas com sucesso", avalia a diretora e coreógrafa, Renata Pacheco.

Para fazer jus à cidade que representam, os bailarinos suam nos ensaios diários na Escola de Bailado, que ocupa o quarto andar do Centro de Cultura Patrícia Galvão. É de lá que está saindo a nova produção, de estilo livre, que promete surpreender jurados e público. O espetáculo 'Malandragem' tira as bailarinas da rigidez do clássico e leva à liberdade do samba, a partir de músicas de Adoniran Barbosa e Noel Rosa.

"Essa movimentação de samba é difícil para o bailarino clássico, sempre ligado à base acadêmica. Mas é exatamente devido a esse repertório que ele consegue fazer qualquer tipo de dança", disse a coreógrafa. O desafio foi aceito pelas 16 bailarinas do grupo.

"No começo, sofri. Agora estou adorando e sei que o tempo tornará ainda melhor o desempenho", afirmou Sabrina Coelho. Pela experiência de quatro anos no teatro, encarnar o personagem do malandro do samba foi mais fácil para Beatriz Fidalgo. "Facilita na hora de trabalhar as expressões".

Mas não será a estreia das bailarinas no samba. Elas desfilam tradicionalmente na comissão de frente da Unidos dos Morros, na passarela Dráuzio da Cruz. "Mas é diferente. Não chegamos a sambar na avenida, dançamos uma coreografia". 'Malandragem' deve estrear em setembro, durante a Bienal Sesc de Dança, em Santos.

Enquanto isso, o Balé da Cidade leva o espetáculo 'Páginas', baseado na vida da cantora francesa Edith Piaf, a cidades do interior. O grupo integra as 700 atrações do Circuito Cultural Paulista, que promove gratuitamente espetáculos de circo, teatro, dança e música, em 70 municípios. As bailarinas santistas acabam de voltar de turnê por Fernandópolis e Votuporanga, e já têm na agenda de junho apresentações em Atibaia, Assis e Sertãozinho.

Dedicação total
Aulas, ensaios e apresentações das montagens. A vida não é fácil para as integrantes do Balé da Cidade de Santos, grupo profissional formado por alunas e ex-alunas da Escola de Bailado. Com a dança elas ainda conciliam estudos e trabalho. Enquanto os colegas de Camylla dos Santos Povoas estão em alguma festa, ela está ensaiando. "Quem é de fora do meio tem dificuldade de entender o grau de compromisso com o balé".

As bailarinas dançam às segundas, terças, quintas e sábados, de cinco a seis horas por dia. Três delas ainda cursam o 9° e último ano da Escola de Bailado. "O que mais impressiona as pessoas é a dedicação, o tempo e os anos que passamos dançando", conta Ana Paula da Silva Mendes.

Fundada por Ruth Lima, em 26 de janeiro de 1972, a Escola Municipal de Bailado de Santos, mantida pela prefeitura, completa 40 anos em 2012. Responsável pela formação de várias gerações de bailarinos santistas, hoje a unidade conta com 500 alunos, entre meninas e meninos. Em fevereiro são feitas as seleções de aptidão física para entrar no curso, que é gratuito.