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‘Sopro Doce’: o som que ecoa na vida de alunos da rede municipal

Publicado: 11 de junho de 2012
18h 00

As pequenas mãos dedilham a flauta e, com o sopro suave, ecoa pela escola repertório musical que vai de canções folclóricas, populares e clássicas até sucessos do momento. É o projeto Sopro Doce, desenvolvido pela Seduc (Secretaria de Educação) em cinco unidades municipais de ensino, com o objetivo de proporcionar a crianças de sete a 11 anos o primeiro contato com o instrumento musical e desenvolver sua habilidade.

Os ecos da iniciativa, criada há quatro anos e inserida no programa ‘Escola Total’, refletem em sala de aula e ultrapassam os muros da escola, repercutindo na vida das crianças, que se tornam mais responsáveis e sociáveis. “Percebemos maior desempenho delas em sala. Melhoram em disciplina, memorização, raciocínio, autoestima e concentração”, afirma a coordenadora do projeto, Maria de Lourdes Pimenta da Silva, ressaltando que o trabalho é um desmembramento do projeto ‘Pra Ver a Banda Tocar’.

No momento, 250 alunos das unidades Waldery de Almeida, Maria de Lourdes Borges Bernal (Zona Noroeste), Florestan Fernandes (Embaré), Gota de Leite (Encruzilhada) e Monte Cabrão (área continental) participam do projeto, que inclui o aprendizado das notas musicais, visualização da partitura, forma correta de respirar e de colocar os dedos na flauta. Eles se apresentam em eventos, teatros e outras instituições.

No pátio da 'Waldery', 60 crianças tocam canções com acompanhamento da professora Lilian Assis Faustino no teclado. “Elas são assíduos nos ensaios, começam a gostar de música e, aos poucos, entendem que a flauta é doce e que som bonito é o suave. Além disso, aprendem a trabalhar em grupo e a se concentrar”.

Mãe de Nathália, 9 anos, Elizabete Silvestre, 33, sente orgulho da dedicação da filha. “Ela é esforçada e disciplinada, ama o que faz. Em casa, termina a lição e vai ensaiar, às vezes o dia inteiro. O projeto dá mais responsabilidade, tira as crianças das ruas e mostra um mundo melhor”. Segundo Elizabete, a filha também quer aprender a tocar outros instrumentos. “Vou apoiá-la, não posso tirar isso dela. Já imaginou ela tocando piano ou violão para mim?”.

Silvia Caroline Araújo, tia de Júlia Cristina, 9, revela que a sobrinha ensaia o dia todo em casa. “Ela e a prima tocam juntas e estão mais unidas”.

Mais alegria
Em uma sala de aula na Florestan Fernandes, a professora Sônia Regina Rodrigues comanda 30 alunos. Com partitura sobre a carteira, eles tocam Bambalalão, Trem de Ferro, Mucama Bonita e Assim sem Você, entre outras. “A flauta desenvolve o ouvido da criança e auxilia na coordenação motora. O progresso deles é o que mais me deixa feliz. Eles buscam na internet e me trazem o que querem aprender”, diz Sônia.

A assistente de direção da unidade, Maria de Fátima Alves dos Santos, destaca a mudança no ambiente escolar. “Além da disciplina, há mais alegria na escola. Isso é muito importante”. Mãe de Izabelly e Nicolly, 9 e 7, Vera Lúcia Correia dos Santos afirma que o comportamento das filhas também mudou para melhor. “A Izabelly era muito tímida e hoje percebo que está mais solta, tem maior entrosamento na escola e as notas aumentaram. A Nicolly também está mais falante”.

Pai de Ana Carolina, o aposentado Jair dos Santos destaca a iniciativa. “Projetos como esse diminuem a violência. É um aprendizado de solidariedade, respeito mútuo e convivência em grupo que minha filha levará para o resto da vida”.

Som suave
As crianças aprendem se divertindo e são unânimes em dizer que o som transmite paz. Davi Silva Coimbra, 9, participa há dois anos do projeto na Florestan e tem até sua própria flauta. “É muito legal, me dá mais calma. A flauta significa harmonia”, diz ele, contando que gosta de tocar ‘Ondas do Danúbio’ e que quer aprender guitarra e bateria.

Gabriella Romero de Oliveira, 9, e Giovana Karla Rodrigues Pereira, 10, concordam: “É um som bonito. Faz a gente ficar mais leve”, afirma Gabriella. Para Giovana “dá tranquilidade e paz”.