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Rivalidade entre escolas só na avenida

Publicado: 8 de fevereiro de 2010
20h 00

A primeira definição dos dicionários para rivalidade é competição. No Carnaval santista, durante muito tempo a disputa entre escolas de samba foi entendida por meio de outros significados como oposição, luta e conflito, sendo rotina incidentes envolvendo simpatizantes, integrantes e diretores das agremiações adversárias. Desde a retomada dos desfiles em 2006, não há registro de ocorrências graves e o clima predominante é de cooperação em prol do fortalecimento da festa.

“Rivalidade somente na avenida. Hoje somos todos amigos e frequentamos as escolas uns dos outros”, conta o presidente da Licess (Liga Independente e Cultural das Escolas de Samba de Santos), Heldir Lopes Penha, o Aldinho, também vice-presidente da União Imperial. Segundo ele, a atuação da liga nos últimos dois anos, a mudança de mentalidade dos dirigentes e os eventos com participação de todas as escolas, como o Dia do Samba e o concurso da rainha e princesa do Carnaval, têm contribuído para a convivência pacífica.

Para o presidente da X-9, Fabiano Paz, o fim dos conflitos entre as escolas ajuda a recuperar o tempo perdido com os cinco anos sem desfile oficial (2001 a 2005). “Todo mundo quer ganhar o campeonato, mas todos estão se ajudando porque temos o mesmo propósito, que é resgatar o Carnaval”. Ele lembra que seis agremiações adversárias estiveram na quadra da sua agremiação nos últimos anos - União Imperial, Padre Paulo, Sangue Jovem, Unidos dos Morros, Brasil e Amazonense – e que este intercâmbio é comum em São Paulo e Rio. Em retribuição à visita que fez em 2009, no dia 25 de janeiro deste ano a União Imperial recebeu a X-9 em sua quadra no Marapé.

Outro que esqueceu o tempo de briga entre as agremiações é o presidente da Padre Paulo, Roberto dos Santos Silva, que desfila há 35 anos pela escola. “Tenho familiares que estão na X-9 e, nessa época do ano, a gente nem conversava”, conta ele o fato inusitado que hoje em dia não se repete mais - para o bem da família e do Carnaval santista.

BATERIA DOS MESTRES
Antiga tradição, a Bateria dos Mestres, foi resgatada neste ano e também ajuda a apaziguar os ânimos entre as escolas. Formado por integrantes das 15 agremiações do desfile da cidade, o time foi responsável em 2010 pelo ritmo dos sambas-enredos do CD oficial. A ideia de formação do grupo ocorreu no final da década de 80 com os mestres Simonal (União Imperial), Paulinho (Brasil) e o falecido Rubens (X-9). “Criamos a bateria por causa da dificuldade que havia para definir a de qual escola iria para as apresentações oficiais”, explica Simonal, que comanda a Bateria dos Mestres. Além da troca de informações, a formação une os concorrentes. “A bateria ajuda a eliminar a rivalidade e tem resultado em muita amizade entre nós”.