Projeto da Seduc leva sala de aula para residência
Uma sala de aula no quarto. É a realidade de Gabriel Hora Fernandes, de 7 anos, morador do Macuco. O menino está inserido no projeto da prefeitura 'Atendimento Domiciliar', desenvolvido pela Seduc (Secretaria de Educação). Ele sofre de 'Síndrome de Miopatia Congênita Miotubular', doença muscular que está presente desde o nascimento e que acompanha uma insuficiência respiratória. Todos os dias a criança recebe a visita da professora e estuda durante duas horas.
O projeto tem o objetivo de viabilizar a educação escolar de alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamentos prolongados de saúde. Além do Gabriel, mais uma criança recebe este tipo de atendimento. Segundo a secretária de Educação, Suely Maia, a iniciativa ajuda a ratificar o título que Santos tem de 'Cidade Educadora'. “Todos devem ter acesso ao aprendizado”, destaca.
Sempre sorridente, Gabriel se mostra entusiasmado com a aula. A doença não compromete sua capacidade de absorção e compreensão do conteúdo. “Ele é muito inteligente e acompanha a matéria sem nenhuma dificuldade”, afirma a professora Fabiana Paloni Queijo.
Antes de ir para a casa do menino, ela passa na escola municipal Auxiliadora da Instrução, onde ele está matriculado no 2º ano, para receber as orientações sobre as atividades do dia da professora responsável pela classe. “Depois disso repasso para ele exatamente o que os outros alunos irão aprender em aula.”
Para o pai do garoto, Kléber Gomes Fernandes, o atendimento domiciliar é de grande valia para o desenvolvimento do filho, “que gosta de estudar e tem facilidade”. Há duas semanas, com a liberação médica, Gabriel começou a ir alguns dias à escola para interagir com as outras crianças. “Isso está sendo ótimo para ele”.
Engana-se quem imagina que Gabriel não usa uniforme só porque estuda em casa, pois faz questão de se arrumar como se estivesse na escola. Além disso, recebe o material escolar da prefeitura e ainda conta com um notebook emprestado pela Seduc para realizar as atividades.
O menino disse que existem três coisas que quer fazer no futuro: “respirar, comer e andar, sem precisar de aparelhos”. Depois de elogiar a professora, afirmou que está empolgado para a festa junina da escola. “Vou dançar quadrilha”.
“A cada dia ele melhora mais e nos deixa cheios de orgulho”, diz a a mãe, Marta Emilene Fernandes. Ela teve de aprender a lidar com a doença de Gabriel e nunca perdeu as esperanças. “Eu e meu marido estamos sempre lutando para que tenha o tratamento adequado para ter uma vida melhor”.
Educação especial
A prefeitura, por meio da Seduc, atende cerca de 1.300 alunos na educação especial. São diversos tipos de atendimento. Entre eles, os projetos 'Professor itinerante de alunos de baixa visão', 'Professor Auxiliar de Classe', 'Intérprete de Libras' e o 'Coligação', com alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Além disso, a secretaria realiza formações frequentes com os educadores da educação especial. A função da Seduc ainda é de orientar as equipes das escolas, pais e professores acerca dos serviços prestados.
A rede municipal de ensino conta ainda com a escola municipal de educação especial Professora Maria Carmelita Proost Villaça.