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Grupo de mulheres faz a diferença na Zona Noroeste

Publicado: 14 de setembro de 2011
18h 00

Guarda-chuva quebrado vira avental, banner de anúncio se transforma em bolsa e CD em porta-toalhas. Muita coisa que vai para o lixo torna-se arte nas mãos das mulheres da Cooperdique (Cooperativa de Trabalho de Costura do Dique da Vila Gilda – Costurando o Amanhã).

Com apoio da prefeitura, elas tornaram realidade o sonho da inclusão social e geração de renda e hoje trabalham na Av. Frederico Figueiredo Neiva, 24, Vila Gilda (Zona Noroeste), sede da cooperativa, cujas portas estão abertas de segunda a sexta, das 8h às 18h.

Nove máquinas de costura são ocupadas por 23 mulheres da Zona Noroeste, de 40 a 80 anos, que se revezam para colocar a criatividade em prática no artesanato e atender as encomendas, que não param de chegar. Tudo começou em 2007 com Lucinéia Souza, 51 anos, moradora da Vila Gilda.

“Ela entregou o projeto pronto para o prefeito, com começo, meio e fim. A partir daí, orientamos sobre qualificação e somos responsáveis pela matrícula em cursos”, diz o chefe do Departamento de Empreendedorismo e Emprego, da Sedes (Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos), Julio Cesar Santos.

Depois de capacitadas no Senai em costura industrial e supervisão de produção, estudaram cooperativismo e empreendedorismo no Sebrae. No Sesi, com apoio do Rotary Club–Zona Noroeste, aprenderam silkscrean. Também foram atendidas por oftalmologistas da SMS (Secretaria de Saúde). Quem precisou recebeu óculos do Rotary Club-José Bonifácio, que também forneceu os primeiros materiais de corte e costura.

Autoestima
As mulheres iniciaram as atividades em novembro do ano passado na Sociedade de Melhoramentos da Vila Gilda, antes do atual endereço, com apoio da Incubadora da UniSantos. A formalização da cooperativa foi o último passo do processo.

Hoje todas têm conta bancária. De tudo que é feito, 20% vai para a manutenção da cooperativa. O restante é dividido entre as costureiras, conforme a produção individual.

Em menos de 12 meses, elas já fizeram fantasias de Carnaval para escola de samba, uniformes de futebol e para empresas, vestido de noiva e as exposições ‘A Evolução do Biquíni’ e 'Vestido de Noiva - Boneca Barbie'.

“O trabalho mostra como são capazes de transformar e buscar o melhor para sua família. Descobriram que há um outro caminho e são exemplo para a comunidade”, afirma Lucineia, presidente da cooperativa.

A costureira Maria Isilda dos Santos, de 59 anos, residente no Caminho São Sebastião, ajuda no sustento de quatro netos. “Compro roupas e comida. Minha vida mudou aqui”. Maria José Oliveira, de 60, é a mais experiente. Costura desde os 14 anos e apoia as colegas, “Dou dicas porque elas ainda estão aprendendo”, diz, enquanto transforma um banner em capa para mesa de snooker. Com a renda obtida, cerca de 30% a mais do seu orçamento, ela está reformando sua casa na Vila Gilda.

Responsabilidade social
Mas o sonho é maior: elas querem dar cursos de corte e costura para a comunidade. “Não queremos que outras pessoas passem o que nós passamos. Mas isso ainda está sendo estruturado e precisamos nos preparar”, explica a presidente da cooperativa. Mesmo assim, com apoio do Rotary Club - Zona Noroeste, oferecem oficinas culturais uma vez por mês para os moradores.

Quem for à cooperativa conhecerá o bazar de artesanato. Por R$ 10,00 encontra-se bolsas, aventais e almofadas produzidas com tecido de guarda-chuva e sacolas com banner. O porta–toalha de crochê com detalhes em tampas de garrafa e CD custa R$8,00. Encomendas podem ser feitas pelo telefone 3299-0243.