Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Bibliotecas, opções de leitura em todos os cantos da cidade

Publicado: 7 de agosto de 2011
18h 00

“A biblioteca contribuiu muito para as minhas leituras, principalmente na hora do almoço”. O depoimento é de Thiago Luiz dos Santos, 28 anos, santista, que durante quatro anos frequentou semanalmente a Biblioteca Municipal Alberto Sousa, no Centro Histórico.

Hoje, estudante do segundo ano da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo), diz que o hábito de consultar os livros ou retirá-los para levar para casa foi essencial para sua formação como leitor assíduo.

A história é simples, mas reflete a importância deste tipo de espaço público para estímulo à cultura. Em Santos existem outros cinco locais do gênero mantidos pela administração municipal, que estão espalhados na cidade: orla da praia, Zona Noroeste, Morro do São Bento e área continental.

Ao todo, as bibliotecas públicas totalizam um acervo de 84.600 livros, os quais podem ser consultados ou retirados para empréstimo. O número expressivo se refletiu em 2010, de forma positiva, no ranking dos municípios brasileiros com maior número de bibliotecas.

Na pesquisa divulgada pelo Minc (Ministério da Cultura) e encomendada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Santos aparece na 11º colocação, entre as 5.565 cidades brasileiras, superando capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Recife. No Estado, o município ficou em 4° lugar.

Composto por obras de ficção ou não, o acervo mantém livros de diferentes estilos, sem fazer distinção do gosto do público, triado através das solicitações dos usuários e da lista dos títulos mais vendidos, divulgados em revistas especializadas.

Exemplo disso são os livros Ágape, do padre Marcelo Rossi, e badalados livros espíritas editados pela Vida & Consciência, responsável pela publicação de obras de Zíbia Gasparetto.
Volumes das sagas ‘Crepúsculo’, de Stephanie Meyer, e ‘Harry Potter’, de J.K. Rowling, também estão disponíveis.

Além deles, há os clássicos da literatura brasileira e portuguesa como João Guimarães Rosa, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Eça de Queirós, Fernando Pessoa e José Saramago.

Os ‘best-sellers’ de Sidney Sheldon, Paulo Coelho, Agatha Christie também têm seus espaços reservados nas prateleiras das bibliotecas santistas.

Edson Florentino José, diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão e professor de literatura e de língua portuguesa do Unimonte (Centro Universitário Monte Serrat), entende que a biblioteca tem como propósito atender às necessidades de estudo, consulta e recreação de uma comunidade, sem quaisquer discriminação social, cultural, de religião ou de profissão.

“Como dizem os adágios populares ‘gosto não se discute’ e ‘há gosto para tudo’, logo o critério de composição do acervo deve ser o menos restritivo possível, permitindo aos frequentadores a possibilidade de ter contato com os mais diferentes gêneros, autores e estilos literários, dos clássicos aos populares”, argumenta o professor.

Santos ainda mantêm mais dois equipamentos que reúnem variado acervo de gibis e periódicos. São eles a Gibiteca ‘Marcel Rodrigues Paes’ (orla da praia) e a Hemeroteca Roldão Mendes Rosa (Vila Mathias).

No primeiro, cerca de 15 mil gibis são oferecidos, e no outro, revistas e exemplares dos principais jornais da cidade estão à disposição dos interessados. Em Santos, o acesso aos livros não para por aí.

Desde 2006, o projeto ‘Leia Santos – Um Incentivo à Leitura’ é desenvolvidos nos bairros, com uma tenda onde são realizadas atividades ligadas à literatura, como oficina de conservação de livros, doação de gibis e de obras literárias. Até a última edição foram distribuídos quase 9.990 livros, 5.510 gibis e cerca de 4.440 pessoas usufruíram da iniciativa.

A relação direta e estreita com os leitores é outra marca dos serviços prestados. Na Biblioteca Municipal Mário Faria (Posto 6), cuja rotatividade de empréstimos chega a média 2.500 por mês, existem muitos usuários que doam seus livros, por entenderem que num espaço público e bem conservado eles podem alcançar número maior de pessoas. Essa é a conclusão de Sueli Aparecida, bibliotecária no Posto 6 há 15 anos.

O mesmo comportamento foi detectado pela pesquisa do Minc. No Brasil, 83% do acervo das bibliotecas são constituídos por doação e na região Sudeste, o índice chega a 85%. “Não fazemos campanha de doação de livros, mas os aceitamos para possibilitar que o mesmo título possa ser apreciado por mais leitores”, reitera Sueli Aparecida.

De acordo com Jamir Ferreira Lopes, coordenador de informação e centros culturais da Secult (Secretaria de Cultura), a ampliação do acervo não depende só de doação. “As aquisições variam conforme o perfil de cada biblioteca. Em 2011, por exemplo, foram destinados cerca de R$ 15 mil para a compra de mil obras literárias. Também investimos R$ 23,5 mil em assinaturas de revistas e jornais diários, que são distribuídos para toda rede de bibliotecas públicas”.

Outra inovação foi a obtenção de 150 títulos de áudio-livro, que atendem pessoas com necessidades especiais, idosos, ou qualquer usuário que tenha alguma limitação para leitura convencional.

Na Cidade, as condições físicas de cada espaço, mais a qualidade do acervo, demonstram que é possível estimular o hábito da leitura, permitindo que os munícipes tenham acesso não só às obras com valor histórico aplicado ou específico, mas também a outras pelo simples prazer de ler.

“Ninguém chega a gostar dos clássicos universais sem atravessar um percurso de leitura das obras, digamos, mais acessíveis”, explica o professor Edson Florentino.

Assim, também pensa Thiago dos Santos, que hoje credita sua maior capacidade de compreensão a livros mais complexos graças à maneira tranquila como encarou as primeiras leituras. “Eu ia à Biblioteca do Centro e retirava o que tinha de interessante na prateleira. Decidia na hora”, relembra, carregando nas mãos o livro ‘O Justo’, de Paul Ricoeur.

Biblioteca do Caruara: modernizada
Em amplo processo de modernização, a Biblioteca Municipal Plínio Marcos, instalada em Caruara (área continental de Santos), será reinaugurada na primeira quinzena de setembro.

O espaço, que já possui seis mil obras, vai ser contemplado com mais mil livros, novo mobiliário, seis computadores, seis impressoras, rede de internet, além de TV de LCD (42 polegadas), DVD e sistema home theater, para projeções de filmes aos sábados.

A ideia é que as sessões de cinema exibam produções de interesse da comunidade e também contem com a presença de convidados, para realização de debates sobre os temas apresentados. A verba foi obtida através da premiação do concurso de projetos FIA 2010, patrocinado pela Petrobras em parceria com o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Santos).

Endereços

Biblioteca Municipal Alberto Sousa
- Praça José Bonifácio, 58. De segunda a sexta-feira, das 8 às 18h. Tel. 3221-2435.

Biblioteca de Artes Cândido Portinari da Sociedade Humanitária
- Praça José Bonifácio, 59 – 1º andar. De segunda a sexta, das 8h às 18h. Tel. 3223-1857.

‘Mário Faria’ (Posto 6)
– Av. Bartolomeu de Gusmão s/n.º. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábados e domingos das 9h às 13h. Tel. 3231-8713.

‘Silvério Fontes’
– Av. Hugo Maia, 106. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h. Tel. 3203-3399.

‘Plínio Marcos’
– Praça das Palmeiras s/n.º – Caruara. De segunda a sexta, das 8h às 17h. Tel. 3221-21-2435.

‘José Teixeira’
– Rua São José, s/n.º – Morro do São Bento. De segunda a sexta, das 8h às 18h. Telefone: - 3299-5736

Gibiteca Marcel Rodrigues Paes (Posto 5)
– Av. Bartolomeu de Gusmão s/n.º. De segunda a sábado, das 9h às 19h, domingo, das 9h às 14h. Tel. 3288-1300.

Hemeroteca Roldão Mendes Rosa
– Av. Pinheiro Machado, 48. De segunda a sexta, das 8h às 19h, sábados, das 8h às 14h. Tels: 3223-8908 e 3226-8021.