Oficina capacita servidores da saúde para lidar com sofrimento psicológico de pacientes
A Secretaria de Saúde de Santos, por meio do Departamento de Saúde Mental, realizou, nesta segunda-feira (25), uma oficina com o objetivo de capacitar profissionais de saúde para lidar com o sofrimento psicológico no atendimento aos munícipes que buscam as policlínicas da Cidade. Participaram servidores das unidades de saúde e também dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
A iniciativa piloto foi destinada aos servidores de unidades do Marapé, Centro e Zona Noroeste e visa ampliar o cuidado com os pacientes, oferecendo um atendimento mais acolhedor e qualificado para aqueles que procuram assistência médica, explica a coordenadora de saúde mental, Nathália Naldoni. Outras ações serão preparadas para os funcionários das demais policlínicas.
“A nossa ideia de poder conversar sobre o sofrimento é pensar na prevenção dos transtornos mentais que acontecem em nível de atenção primária. Através dessa abordagem mais ampla, os profissionais poderão identificar adequadamente as demandas dos pacientes”, diz Nathália.
A oficina abordou temas como tristeza, ansiedade, insônia e outros sintomas comuns do sofrimento mental. A ideia é que os profissionais aprendam a escutar ativamente os pacientes, identificando as causas subjacentes ao sofrimento e oferecendo opções de cuidado adequadas.
Segundo a profissional, não se trata de encaminhar o paciente diretamente para um atendimento especializado, mas de ouvi-lo e proporcionar um cuidado que trabalhe a promoção da saúde mental dentro da própria unidade de saúde, quando isso for possível.
“Essa abordagem inclusiva é essencial, pois a saúde mental perpassa todas as áreas da saúde. Mesmo que um paciente procure um atendimento por questões físicas, é importante reconhecer que ele também traz consigo sentimentos e pensamentos que precisam ser escutados e cuidados”, acrescenta a coordenadora.
Outro ponto destacado na atividade foi a importância de se refletir sobre a diferença entre o sofrimento considerado normal e aquele que pode evoluir para um transtorno mental. Por exemplo, uma dificuldade de dormir não necessariamente significa que a pessoa esteja doente, mas pode indicar a necessidade de atividades que proporcionem um alívio na pressão emocional e favoreçam o sono, ressalta a apoiadora da coordenação de atenção básica, Patrícia Augusto.
As profissionais explicam ainda que a saúde mental não deve ser vista como algo separado ou secundário, mas como uma parte integrante e fundamental do atendimento primário. O objetivo da oficina, portanto, é evitar o encaminhamento desnecessário para os Caps, garantindo que o cuidado seja oferecido no âmbito da atenção primária sempre que possível.
“Nem todos os casos precisam ser tratados em serviço especializado, e é importante que os profissionais estejam preparados para lidar com situações dentro da própria unidade de saúde”, acrescenta Patrícia.
Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS