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Meio ambiente, cases de sucesso e redes sociais são destaques no Santos Summit  

Publicado: 9 de março de 2024 - 14h17

Sustentabilidade, oceano e meio ambiente estiveram entre as palavras dominantes desta sexta-feira (8), segundo dia de Santos Summit, realizado no Parque Tecnológico. E reforçando a importância dos temas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reiterou que há recursos da ordem de R$ 12 milhões disponíveis para projetos na região Sudeste e voltou a divulgar edital para fazer o mapeamento da região costeira.

As informações foram passadas durante a palestra Economia Azul Sustentável e o Potencial Brasileiro para investimentos. O analista do BNDES, Luiz Pazos, explicou que o objetivo do edital é buscar uma empresa que faça o mapeamento e planejamento espacial da região costeira.

"Proporcionará uma compreensão mais profunda do ambiente marinho e costeiro, guiando as decisões das autoridades e comunidades sobre o uso sustentável dessas áreas. Desde atividades esportivas e turísticas até questões portuárias e ambientais, o mapeamento abrange uma ampla gama de usos", diz Luiz.

A coordenadora do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marinez Scherer, também ressaltou a importância de a sociedade entender o que é e por que a economia azul é fundamental para a sociedade e os cuidados com o meio ambiente para o uso sustentável dos oceanos.

De acordo com pesquisa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com a Unesco, apenas 1% dos brasileiros sabe exatamente o que é  economia azul.

“Ela só pode ser chamada de economia azul se ela é feita em bases sustentáveis levando em conta os ecossistemas, costeiros e marinhos, Ela não deve interferir a ponto de danificar a estrutura e a função deles, e sim garantir a continuidade dos serviços que a gente tem por um oceano saudável.

"Então, nunca esquecer, a economia azul não é igual a economia marítima. A economia azul é sustentável sempre, não só em relação aos serviços ecossistêmicos e aos ecossistemas, mas justa e inclusiva”, explica a representante do Governo Federal.

Na sequência, no painel Ecoengenharia e Adaptação Climática, foi a vez do professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Universidade de São Paulo (USP), Rafael Giuliano Pileggi, e da oceanógrafa e Doutora em Ecologia, Aline Martinez, abordarem como a tecnologia pode ser usada a favor das pessoas nas áreas urbanas costeiras.

Os participantes destacaram a possibilidade de se combinar princípios de engenharia com ecologia como caminho para reduzir os impactos ambientais das intervenções realizadas pelo homem, acomodando tanto necessidades sociais e econômicas quanto ambientais. “Em um mundo onde a população costeira está aumentando rapidamente, é crucial encontrar soluções que promovam a qualidade de vida e protejam o meio ambiente”, diz o professor.

Plástico, um vilão?

Ainda mantendo o oceano no centro das discussões, o pesquisador sênior da Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ipen e professor da USP,  Nikilaus Ursus Wetter, trouxe o tema “Microplástico e Nano Plástico” para a pauta. Ele ressaltou os danos que o material tem causado para o meio ambiente, apesar de ser uma matéria-prima ainda muito utilizada e importante para a economia.

Segundo dados apresentados por ele, são produzidas 400 milhões de toneladas de microplásticos/ano no mundo e boa parte disso acaba nos mares, afetando oceanos, vidas marinhas e até os seres humanos. Buscar soluções tem sido um desafio para a ciência e os pesquisadores.

Nós estamos pesquisando duas áreas: incorporação do plástico em material de construção, ou seja, asfalto das ruas ou concreto das edificações. É uma técnica cara e precisaríamos ter apoio governamental, poderia ser uma solução. Outra possibilidade é utilizar a radiação ionizante, como a radiação gama, para transformar o material em partículas tão pequenas que não é mais um plástico”, diz o pesquisador.

Mas será que o plástico pode ser considerado um vilão? “Certamente, principalmente o nano plástico. Hoje, não existe uma parte do nosso corpo em que não entra. Ele consegue passar através das paredes das células do nosso corpo e inflama nossas células, poendo causar problemas graves”, afirma Nikilaus.

Games

E, no Parque Tecnológico, os games também fizeram parte da programação. Afinal, o setor não para de crescer, se consolidando como uma das maiores formas de entretenimento da atualidade. Com cenas cada vez mais realistas e histórias envolventes, eles conquistam não apenas os gamers, mas também um público cada vez mais amplo.

E é nesse contexto que a publicidade no universo dos games tem se mostrado uma estratégia eficiente e lucrativa, capaz de agregar valor tanto para as empresas quanto para a comunidade gamer.

Fera no assunto, Maicol Ximenes é especialista em conteúdo criativo da Ubisoft Brasil e falou sobre Games e o que vem desenvolvendo para uma das maiores empresas do setor.

Maicol é formado em publicidade, trabalha com marketing e atua nesse segmento há 15 anos. Há dez anos, atua na Ubisoft Brasil, que possui uma equipe interna de criação publicitária, que desenvolve campanhas inovadoras e autênticas, explorando conceitos e ideias diretamente ligados aos jogos.

Essa abordagem diferenciada permite criar campanhas com um toque de nostalgia, que trazem referências e elementos conhecidos pelos gamers e que geram uma sensação de acolhimento e conexão com a marca, trabalho que vem sendo um grande diferencial no mercado, contou o especialista durante o painel.

“Dei alguns exemplos de cases super legais, como, por exemplo, uma parceria que a gente fez com o grupo É o Tchan, focando no universo de um jogo chamado Far Cry 5, que tinha similaridades com o Brasil. Era um país que não existia, um país fictício, mas que era tropical, tinha o nome das praias, tinha esse calor todo latino, linkou com o É o Tchan e fez uma campanha super divertida, super legal, que deu excelentes resultados. Também passei algumas dicas e mostrei algumas das técnicas e métodos que a gente desenvolveu internamente dentro desses 10 anos de experiência trabalhando com o gamer e que deu certo e funciona até hoje”.

Case de sucesso

Quem também subiu no palco do Santos Summit foi o CEO do Rappi no Brasil, Felipe Criniti, levando sua expertise para os participantes do evento. Ele dividiu com a plateia sua trajetória até chegar ao cargo que ocupa atualmente.

O executivo, que é natural de Santos, é o fundador da Box Delivery, empresa de logística que foi adquirida pelo Rappi em 2023. Ele compartilhou dicas de seu aprendizado e ressaltou como eventos do porte do Summit auxiliam quem busca seu lugar no mercado.

“A realização de eventos de negócios, tecnologia e inovação na Baixada Santista é crucial para o desenvolvimento da região. O Santos Summit é um ambiente propício para a troca de ideias, formação de parcerias e o fomento de novos negócios. Isso ajuda a atrair investimentos para startups e empresas locais, impulsionando o crescimento econômico e a geração de empregos”, afirma o CEO do Rappi no Brasil.

Felipe Criniti também anunciou no evento a ampliação do serviço Rappi Turbo, o mais veloz da América Latina, com entregas em até 10 minutos. “Escolhemos Santos como a cidade que irá estrear a ampliação da modalidade Turbo, de entregas ultrarrápidas. Até então disponível para itens de conveniência, agora teremos entregas em 10 minutos também de refeições de restaurantes e itens de supermercados”, destaca o executivo.

Desinformação e Polarização no Ambiente Digital

Já o pesquisador e conselheiro da Unesco, Ergon Cugler, fez a plateia refletir ao falar sobre  Desinformação, Fake News e Algoritmos: O que são e como afetam nossas vidas.  O palestrante destacou como os algoritmos, que são as regras e padrões utilizados por plataformas como Facebook e Twitter, têm um impacto significativo na forma como as informações são distribuídas e amplificadas nas redes sociais.

O pesquisador explica que eles são projetados para manter os usuários engajados, apresentando conteúdos que se alinham com suas preferências e interesses. A lógica por trás dos algoritmos, segundo ele, é simples: quanto mais tempo uma pessoa passa em uma plataforma, mais anúncios são exibidos e mais lucrativa se torna.

Para isso, os algoritmos personalizam o conteúdo de acordo com o comportamento de cada usuário, exibindo informações que são mais propensos a engajar. O problema é que também, em muitos casos, acaba levando a polarização.

“Falo dessa problematização e das alternativas. A gente discute internacionalmente uma coisa chamada transparência dos algoritmos, que significa as plataformas darem transparência para quais são as regras que fazem um conteúdo ir mais longe e outro não. A ausência dessas regras transparentes faz com que, às vezes, a gente não consiga ter o mínimo de discussão da sociedade. Então, a discussão internacional que os principais especialistas defendem é exatamente a abertura, a transparência desses algoritmos”, diz Ergon

O Santos Summit é uma realização do Parque Tecnológico em parceria com a Prefeitura de Santos, com organização da Fulltime Eventos e Turismo e apoio do Sebrae, Associação Comercial de Santos, Lide Litoral Paulista, Pinacoteca Benedicto Calixto, Museu do Café, B2Mamy, Instituto Multiplicidades, Juicyhub, Hub Brasil Export e Santos Convention & Visitors Bureau.

Esta iniciativa contempla o item 9 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Indústria, Inovação e Infraestrutura. Conheça os outros artigos dos ODS.