Festival de Capoeira leva inclusão, cultura e esporte a vários bairros de Santos

Nascida da necessidade de se buscar a liberdade e a igualdade social entre os povos escravizados no Brasil, a capoeira começou como uma arte marcial que foi ganhando contornos culturais e hoje é utilizada como uma importante ferramenta de inclusão, unindo Esporte, Cultura e Educação. E é essa junção que dá o direcionamento à 10ª edição do Festival de Capoeira, que começou nesta segunda-feira (26) e segue até sexta-feira, em vários pontos da Cidade.

“A ideia é mostrar que a capoeira pode ser praticada por todos. É uma prática inclusiva, que recebe gente de todas as idades, de crianças a idosos”, explica o capoeirista Márcio Rodrigues do Santos, conhecido como Mestre Márcio, que coordena as atividades do festival.

Na tarde desta segunda-feira, crianças do Grupo de Apoio à Inclusão Social e Profissional (Galp) participaram de uma atividade lúdica e interdisciplinar no Jardim Botânico, na Zona Noroeste. Ali, elas aprenderam um pouco da história da capoeira, alguns golpes básicos e se divertiram ao som de instrumentos como o berimbau e o atabaque.

O pequeno Felipe Moura, de 6 anos, era um dos mais concentrados e mostrou toda a ginga durante a programação. “Gostei muito de jogar capoeira e ouvir as histórias. Foi bem divertido”, conta ele.

A atividade contou ainda com a presença de Mestre Gladson, ex-professor de Capoeira do Centro de Práticas Esportivas da USP (Ceeusp) e coordenador do Projeto ‘Porta Aberta’, que atende crianças em situação de vulnerabilidade social no Capão Redondo, na capital paulista. “Mais do que vivenciar uma brincadeira, o lúdico é mais sério do que a gente pensa. Aqui, eles aprendem a ser livres, a seguir uma ordem, a ter tempo de reação e procurar um objetivo na vida”, avalia o veterano de 80 anos, que foi um dos fundadores da Federação Paulista de Capoeira e conquistou quatro vezes o título de campeão brasileiro da modalidade.

PROGRAMAÇÃO

Nesta terça-feira (27), o destaque fica por conta da palestra ‘Capoeira é Saúde’, com o professor Dilmar e Mestre Sombra, que divide o título de precursor da capoeira na Baixada Santista junto com Mestre Corisco. Eles começaram a difundir a modalidade a partir da década de 60, formando vários mestres. A programação completa pode ser conferida no facebook e no instagram do festival.

O evento é gratuito e, para participar, basta doar um item de higiene pessoal ou limpeza. As doações serão destinadas ao Grupo de Apoio à Inclusão Social e Profissional (Galp), voltado à assistência de crianças em vulnerabilidade social, e ao Centro de Convivência da Associação Beneficente de Assistência Social ao Excepcional (Abase), que acolhe adultos e idosos com deficiência intelectual.

O Festival de Capoeira é promovido pela Prefeitura de Santos, por meio da Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial e Étnica (Copire), ligada à Secretaria de Governo, e conta com a apoio do Conselho de Participação, Desenvolvimento da Comunidade Negra e da Igualdade Racial.

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS .