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Conselho de Defesa do Patrimônio tem nova diretoria e quer aproximar órgão do santista

Publicado: 11 de março de 2024
15h 29

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) está sob nova direção. Estarão no comando o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Glaucus Farinello, e a vice-presidência será ocupada pelo arquiteto Gustavo de Araújo Nunes. Eles atuarão no biênio 2024/2025.

De acordo com a legislação, o Condepasa é órgão autônomo e deliberativo em questões referentes à preservação e ao tombamento de bens culturais e naturais. Representantes de secretarias municipais, associações e universidades compõem o conselho do órgão. Seus líderes são eleitos. Glaucus foi eleito pelo poder público e Gustavo pela sociedade civil.

O time é composto pelo arquiteto do Órgão Técnico de Apoio (OTA), Vanderlei Hassan, e pela chefe do OTA, Marina Destro. “Nossa equipe ainda é muito pequena, mas pretendemos expandir parcerias, buscar apoio das universidades, seja na parte de história, de arqueologia ou outras disciplinas que possam somar com o conselho e com a equipe de apoio técnico”, explica Glaucus frisando que este é um dos objetivos da diretoria. Segundo ele, um dos pilares do trabalho será aproximar a sociedade da história, da cultura e da arquitetura e atuar alinhado à política de governo também por conta das ações voltadas à retomada do Centro que estão sendo desenvolvidas pelo Município, visando o repovoamento, a preservação e renovação urbana.

“O conselho tem esse viés focado na preservação do patrimônio, mas é importante haja uma integração com as demais políticas municipais para a gente entender como preservar patrimônio associado ao desenvolvimento. Acho que essa é a grande missão, é integrar as políticas, mas desmistificar que o conselho e o patrimônio são vilões”, acrescenta o presidente do Condepasa.

A nova diretoria planeja ainda modernizar a legislação para agilizar as ações. “O nosso regimento é muito antigo, precisa ser modernizado. Necessitamos investir muito em educação patrimonial. Precisamos nos aproximar, por meio de parcerias, dos demais órgãos e de universidades para avançar com esse assunto de educação patrimonial”, ressalta Gustavo.

APRENDIZADO

Justamente por isso, outra missão é tornar o Condepasa mais próximo da sociedade por meio de informações, esclarecimentos e campanhas sobre qual o papel e a importância do órgão na vida do santista. A falta de conhecimento sobre a atuação do órgão, como tombamentos e a necessidade de preservação do patrimônio, algumas vezes provoca ruídos na comunicação com a população. Por isso, educação patrimonial será uma das palavras-chave no Condepasa, conta a chefe do OTA, Marina Destro. Não à toa uma das frases preferidas dela traduz uma das metas elencadas pelo órgão. Ela pertence a Aloísio Magalhães, advogado de formação, mas uma referência em cultura por paixão: “A gente só protege o que a gente ama. A gente só ama o que a gente conhece”. “Como que a gente vai querer proteger o patrimônio se a gente não conhece? Então, vamos pegar essas informações, atualizar o site, e vamos esclarecer todas as dúvidas e questões em volta da preservação que as pessoas tenham para que conheçam o nosso patrimônio, possam amá-lo e preservá-lo”, diz Marina.

O arquiteto e técnico do OTA também concorda. “Todo o santista é apaixonado pela Cidade, torce por ela, mas, infelizmente, muitas vezes, não tem conhecimento do patrimônio. Por isso, educação é fundamental para vencer essa barreira”. Uma informação considerada relevante neste caso refere-se justamente aos tombamentos. A Cidade possui atualmente 57 imóveis tombados, sendo a maioria na região central.

“As pessoas associam imóvel tombado a perda de valor, mas pelo contrário. Ele tem a sua relevância arquitetônica e acaba tendo maior liquidez. Esse novo momento, nessa onda de retomada do Centro, é visível pela Rua XV. Os imóveis que hoje estão em uso lá são aqueles com o maior valor histórico e arquitetônico”, analisa Glaucus.

O vice-presidente do Condepasa concorda. “A gente percebe que o que diferencia o Centro de Santos de outras cidades, por exemplo, é justamente o seu patrimônio. Precisamos pensar em educação patrimonial para que a gente consiga que os proprietários, os profissionais que atuam no mercado se envolvam nessa temática, que é mais importante ter o patrimônio inteiro e bem conservado do que no chão e sem história”. Marina também destaca a relevância dos imóveis preservados.

“O proprietário vê que aquele edifício não é um ônus, mas é um tesouro na mão dele que tem potencial de uso turístico e cultural e que o Município só tem a ganhar com o seu patrimônio preservado”, diz Marina, acrescentando ainda que há impactos positivos também na qualidade de vida, em desenvolvimento sustentável e até na própria educação dos munícipes. Vale destacar ainda que o Condepasa trata também do chamado patrimônio imaterial, ressalta Gustavo. “Você tem pão de cará, tamboréu, tem a cachaça da Nova Cintra, e muitos outros. Então, há inúmeros elementos da cultura santista que precisam ser lembrados e conhecidos também para a gente avançar”, frisa Gustavo.

 

Esta iniciativa contempla o item 11 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Cidades e Comunidades Sustentáveis. Conheça os outros itens do ODS