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Bulevar das Artes

ALZIRA RUFINO

Alzira Rufino, nascida em Santos em 1949, foi enfermeira, escritora e ativista da causa das mulheres negras.

Em 1990, fundou a Casa de Cultura da Mulher Negra, uma organização não governamental com o propósito de contribuir para o desenvolvimento profissional de mulheres negras, além de oferecer apoio jurídico e psicológico para vítimas de violência doméstica, sexual e de racismo.

Pelo seu trabalho, Alzira Rufino foi homenageada como Mulher do Ano, em 1991, no Rio de Janeiro, pelo Conselho Nacional da Mulher Brasileira. Em 1992, recebeu o título de Cidadã Emérita da Câmara Municipal de Santos, sendo a primeira mulher negra a receber essa homenagem na região. Entre os anos de 1995 e 1998, exerceu a função de coordenadora da Rede Feminista Latino-Americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, na sub-região Brasil.

Em 2005, foi uma das 52 mulheres brasileiras indicadas para o Projeto 1.000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz 2005. Morreu em Santos em 26 de abril de 2023.

ANTONIO LUIZ GONZAGA

Santista nascido em 19 de junho de 1854, Antônio Luís Gonzaga batizou com seu sobrenome um dos bairros mais queridos da Cidade.

Trabalhador da construção civil, construtor, marceneiro, avaliador forense e intermediário de negócios, ele ficou mesmo conhecido por abrir um botequim em 1888, bem no ponto dos bondes puxados a burro, onde hoje corresponde à esquina da Avenida Presidente Wilson com a Rua Marcílio Dias.

Seu estabelecimento logo ficou conhecido como o ponto do Gonzaga, por ser o local onde os passageiros se abrigavam do sol ou da chuva e também muito pelo jeitão do proprietário, que adorava contar piadas e era boa gente.

Logo os santistas daquela época começaram a dizer “Vamos ao bar do Gonzaga e, depois, Vamos ao Gonzaga”. Estava assim criado o bairro cuja formação é de 1889, um dos primeiros da Cidade.

ARISTIDE DE JESUS

Aristides de Jesus Rodrigues nasceu em Santos no dia 5 de outubro de 1942. Filho de Lucinda Rodrigues e Antônio Manoel Rodrigues, passou sua infância no bairro Campo Grande. Estudou no Colégio Tarquínio Silva e começou a trabalhar ainda criança. Aos nove anos já ajudava o seu pai, no período da tarde, no estabelecimento da família, um bar na Rua Tuiuti.  

Em 1960, o seu pai, Sr. Antonio Manoel Rodrigues, abriu o ‘Lanches Independência’, numa esquina do entorno da Praça da Independência, no coração do bairro Gonzaga. Desde então, Aristides passou a trabalhar no estabelecimento, assumindo o comércio aos 18 anos.

Mas ele não parou por aí. Em paralelo ao trabalho no restaurante, por volta do ano de 1975, foi sócio na Independente Comercial e Construtora, passando a construir prédios na cidade de Santos e Guarujá.

Tornou-se corretor de imóveis e se associou ao Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurante e Similares de Santos, passando a representar a categoria como juiz classista na Justiça do Trabalho de Santos e Guarujá. Quando se aposentou como juiz classista, continuou à frente do ‘Lanches Independência’ e na administração de alguns imóveis da família.

Casou-se em 28 de julho de 1966 com Maria de Lourdes de Freitas Rodrigues, com quem teve quatro filhos: Andrea de Freitas Rodrigues, Alexandre de Freitas Rodrigues, Márcio de Freitas Rodrigues (falecido) e Renata de Freitas Rodrigues. Tinha três netos, Fernanda Rodrigues Guidoni, Guilherme Rodrigues Guidoni e Beatriz de Freitas Rodrigues.

Aristides acompanhou o crescimento do Gonzaga de perto. Seu maior orgulho era o trabalho e sua família. Morou no bairro por aproximadamente 40 anos, onde conhecia e conversava com todos comerciantes da região, fazendo do ‘Lanches Independência’ o ponto de encontro de muitos amigos, políticos e outros comerciantes.

Faleceu em 13 de dezembro de 2015, em Santos. Atualmente o ‘Lanches Independência’ se chama ‘Independência Choperia & Restaurante’ e é administrado pelo seu filho Alexandre de Freitas Rodrigues, mantendo a tradição familiar.

 

CHORÃO

Alexandre Magno Abrão, conhecido como Chorão, foi o vocalista, líder, principal letrista e cofundador da banda santista Charlie Brown Jr., formada em 1992, junto com Renato Pelado, Marcão, Champignon e Thiago Castanho.

O apelido veio do skate, seu esporte e estilo de vida, porque, nos anos 80, durante as sessões no Ibirapuera, ele ficava no canto da pista com cara de choro quando errava as manobras.

Nascido em São Paulo, em 9 de abril de 1970, Chorão veio morar em Santos na adolescência. Abraçou a Cidade de tal maneira que fazia questão de dizer em qualquer show que o Charlie Brown era uma banda de Santos.

Foi aqui que começou sua carreira de músico. Com o sonho de ter uma banda, Chorão aproveitou que o vocalista se ausentou do palco, durante um show que assistia, pegou o microfone e pediu para os músicos tocarem uma canção da banda Suicidal Tendencies. A partir daí, passou a ser vocalista da banda de metal What´s Up, com repertório em inglês.

O nome Charlie Brown Jr. veio porque Chorão bateu de carro em uma barraca de água de coco, no Embaré, que tinha o desenho do Charlie Brown, o personagem do desenho animado Snoopy. E o Jr era pelo fato de os integrantes se considerarem filhos do rock.

O quinteto teve suas primeiras apresentações em Santos e São Paulo, especialmente em campeonatos de skate. Uma fita demo foi entregue a Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil, que se interessou pelo grupo e os contratou. De uma demo de três faixas surgiu o primeiro disco do CBJr, o álbum Transpiração Contínua Prolongada, com as faixas ‘O Côro Vai Comê!’, ‘Proibida pra Mim (Grazon)’, ‘Tudo que Ela Gosta de Escutar’, ‘Quinta-Feira’ e ‘Gimme o Anel’.

Com o Charlie Brown lançou dez discos, que venderam mais de cinco milhões de cópias. Além disso, também atuou como cineasta, roteirista e empresário.
Chorão faleceu em São Paulo, no dia 6 de março de 2013, aos 42 anos, e está enterrado em Santos, na Memorial Necrópole Ecumênica.

GILBERTO MENDES

Gilberto Ambrósio Garcia Mendes nasceu em Santos, 13 de outubro de 1922. Foi compositor, professor universitário e autor de livros e artigos sobre música, sendo ainda um dos principais nomes da música contemporânea brasileira de vanguarda. Foi pioneiro em música aleatória e música concreta no Brasil e signatário do Manifesto Música Nova de 1963.

Sua obra mais famosa é certamente o ‘Moteto em Ré Menor’ (1967), mais conhecido como ‘Beba Coca-Cola’, para vozes corais e poema de Décio Pignatari, em que fica explícita a sua diversidade do material sonoro e pelo emprego do humor e da crítica social, mantendo e ampliando as características inovadoras e de ruptura que também marcaram os modernistas da Semana de Arte de 1922.

Gilberto Mendes faleceu no dia 1º de janeiro de 2016.

ORLANDO CARLOS

Orlando Carlos Correia Tavares, o popular Morgado, chegou no Brasil há 68 anos. Nasceu em Casal de Arão, uma aldeia na cidade de Vale de Cambra, que pertence ao Distrito de Aveiro (Portugal), em 5 de março de 1940. Português do Porto desembarcou em 1955, ainda menino, no cais santista, na esperança de uma vida melhor, a convite de sua irmã Maria Carminda que já morava aqui.

Assim que chegou em Santos fez um curso de padeiro no Sesi onde aprendeu a profissão. Fez de tudo. Trabalhou em várias empresas e foi vendedor de doces. Fazia entregas de pão e leite com uma bicicleta pelos bairros da cidade e principalmente na Vila Mathias, para a antiga Padaria Londrina, onde trabalhava em meados de 50 e 60.

Em 1971 resolveu ser autônomo e abriu uma pequena mercearia, na própria rua onde morava, no bairro Gonzaga, na Rua Carlos Afonseca, atrás do Parque Balneário. Como o comércio deu muito certo, ele teve a ideia de começar um restaurante, e assim, em 25 de dezembro de 1981, surgia o ‘Último Gole Choperia’.
O bar era o principal reduto de boleiros e ex-boleiros da Baixada Santista, e centro de atração turística, conhecido até hoje pelos santistas. Orlando também foi presidente da A. A. Portuguesa de Santos em 2002 e 2003, uma de suas paixões.

Era um apaixonado pelo carnaval santista e ficou décadas comandando o bloco ‘Raparigas do Último Gole’, realizado todos os anos na rua do seu estabelecimento. O bloco surgiu em 1986, numa conversa entre ele e o amigo Odair Gonzalez, dentro do bar. A ideia era montar um grupo de homens vestidos de mulher para sair na Dona Dorotéia, dando o nome de “raparigas”, como são chamadas as mulheres em Portugal.  

Foi casado com Dona Teresinha, que era conhecida por fazer “o melhor bolinho de bacalhau do mundo”. O casal teve três filhos e um neto. Em 12 de fevereiro de 2016 comemorou Bodas de Ouro ao lado de sua esposa e, em novembro do mesmo ano, recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadão Santista. Orlando Carlos Correia Tavares morreu no dia 14 de novembro de 2018.

No dia 31 de novembro de 2018 ele foi homenageado por veteranos de Santos e da Portuguesa Santista, num jogo amistoso entre Amigos do Último Gole e Amigos Lusitanos. Dona Terezinha, viúva de Orlando, recebeu uma placa de prata.

 

Othon Feliciano

O Dr. Othon Feliciano da Silva foi médico e um dos fundadores da Assistência  Infância Gota de Leite, entidade que dirigiu durante anos. Médico sanitarista, atuou ainda como chefe do Centro de Sa˙de de Santos, cargo que exerceu até sua aposentadoria.

Nasceu em Paraibana (S„o Paulo), em 13 de janeiro de 1888. Formou-se em Medicina no Rio de Janeiro e, depois, veio para Santos, onde montou consultório na Farm·cia Vila Nova. No passado, a via que leva seu nome era chamada de Rua dos Aimorés.

PELÉ

O que dizer do Atleta do Século 20 e do Melhor Jogador de Futebol de todos os tempos? Apelido de Edson Arantes do Nascimento, Pelé nasceu em Três Corações, em Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940, mas foi no Santos Futebol Clube que conquistou o coração dos santistas e dos habitantes da Terra com seu talento surreal com a bola.

No total foram 1.283 gols em 1.363 jogos, incluindo amistosos não oficiais - um recorde mundial.  Foi campeão da Copa do Mundo por três vezes: 1958, 1962 e 1970, sendo o único a fazê-lo como jogador. Contando os gols oficiais, Pelé é, ao lado de Neymar, o maior goleador da história da Seleção Brasileira, com 77 gols em 92 jogos.

Ele é o maior artilheiro da história do Santos e levou o clube a várias conquistas, com destaque para duas Copas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes, em 1962 e 1963.
Excursionou com o Santos FC para vários países do mundo e, em 1969, parou uma guerra na Nigéria, na cidade de Benin. Depois da carreira de sucesso no Brasil, passou a jogar no Cosmos de Nova Iorque, onde também se tornou ídolo.

No Brasil, na década de 1990, foi ministro dos Esportes e sempre manteve um carinho e um envolvimento especial com o Santos FC e com a cidade Santos, que prestaram uma homenagem extraordinária com a sua morte em 29 de dezembro de 2022.

A Cidade parou durante o velório no gramado da Vila Belmiro e no cortejo pelas ruas santistas acompanhados por milhares de pessoas. Conforme seu desejo, Edson Arantes do Nascimento foi enterrado em Santos, no Memorial Necrópole Ecumênica, perto da Vila Belmiro. Mas, para todos nós, Pelé é eterno.

PATRICIA GALVÃO

Patrícia Galvão, a Pagu, nasceu em São João da Boa Vista, em 9 de junho de 1910, mas adotou Santos como sua cidade de coração. Foi escritora, poeta, tradutora, diretora de teatro, desenhista, jornalista e militante comunista.

Aos 15 anos já colaborava para jornais. Participou do Movimento Antropófago e do Partido Comunista. Recebeu o apelido de Pagu do poeta Raul Bopp. Em 1933, publicou Parque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo.

Em agosto de 1931, durante uma manifestação em Santos, foi presa e levada à Cadeia Velha de Santos, na Praça dos Andradas, tornando-se a primeira brasileira a ser presa por motivações políticas. Em 1935, filiou-se ao Partido Comunista na França, sendo presa em Paris. Em 1940, ao sair da prisão, Pagu tenta o suicídio e rompe com o Partido Comunista.

Em 1946, mudou-se para Santos e passou a colaborar com diversos jornais. Dedicou-se ao teatro amador e participou ativamente do movimento para a criação do Teatro Municipal de Santos, que está instalado no Centro de Cultura Patrícia Galvão.

Sua vida foi tema de filmes, livro e de música de Rita Lee e Zélia Duncan. Morreu em Santos no dia 12 de dezembro de 1962.

Quintino de Lacerda

Quintino de Lacerda foi um dos maiores destaques na campanha da Abolição da Escravatura, comandando o Quilombo do Jabaquara, em Santos.

Foi major na Guarda Nacional, tendo atuado também em defesa da República, e foi eleito vereador na Cidade. Alguns inimigos tentaram impedi-lo de tomar posse argumentando que era analfabeto.Natural de Sergipe, de onde fugiu da condição de escravo, passou a viver em Santos e a trabalhar para Antônio de Lacerda Franco, de quem tomou o sobrenome.

O major Quintino de Lacerda morreu em 10 de agosto de 1898 em Santos.  Seu cortejo fúnebre saiu do Jabaquara, passando por velório na Igreja Matriz e foi enterrado no Cemitério do Paquetá.Desde 1962, instituiu-se no Município o dia 13 de maio como o Dia de Quintino Lacerda, para ser comemorado anualmente em homenagem a esse grande lutador.

 

TANAH CORREA

Athanazildo Corrêa Neto, mais conhecido como Tanah Corrêa, nasceu em Bauru (SP), mas jamais escondeu seu amor por Santos, tento até mesmo recebido o título de cidadão santista, em agosto de 2005. Na Cidade fez curso de Licenciatura Plena em Educação Artística - Artes Cênicas na Fundação Lusíada, atualmente Unilus.

A partir de 1969, ainda no teatro amador, Tanah deu início a uma carreira incrível, com passagens marcantes também na televisão e cinema. Fora das telas e palcos, era figura presente nos debates dos rumos da cultura em Santos.

De 1984 a 1985 foi assessor municipal de Cultura de Santos, para logo a seguir tornar-se o primeiro secretário de Cultura do Município, cargo que exerceu até 1988. Ele ainda foi membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cinc), do Ministério da Cultura; secretário geral da Confederação Nacional de Teatro Amador (Confenata) e diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Autores (SBAT). Tanah faleceu no dia 27 de junho de 2023.

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