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Hanseníase: uma doença que tem cura

Publicado: 3 de fevereiro de 2010
20h 00

Manchas na pele que não doem, não coçam e apresentam dormência no local, formigamento e perda de sensibilidade podem ser sinal de hanseníase. A doença, uma das mais antigas do mundo, tem cura e o tratamento é oferecido, gratuitamente, em duas unidades de referência da SMS (Secretaria de Saúde): o Centro de Saúde Martins Fontes e o Ambesp (Ambulatório de Especialidades) da Zona Noroeste. O encaminhamento dos casos suspeitos é feito pelos médicos das unidades básicas de saúde e de saúde da família.

“Trata-se de uma doença dermatológica, infectocontagiosa, que tanto afeta a pele como os nervos”, explica a fisioterapeuta Lúcia Helena dos Santos e Silva, que trabalha no Centro de Saúde Martins Fontes. A hanseníase é causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e sua transmissão se dá pelas vias respiratórias, ou seja, por meio de secreções nasais, tosses e espirros de uma pessoa que possui a forma infectante da doença (multibacilar – MB) e ainda não iniciou o tratamento. O bacilo de Hansen tem a capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas adoecem. “De cada dez pessoas contaminadas apenas uma fica doente. O próprio organismo combate a doença”, destaca Lúcia Helena.

A especialista diz que quanto mais cedo a hanseníase for diagnosticada, menor será o tempo de tratamento e não haverá comprometimento neural. Existem quatro formas clínicas da hanseníase e, dependendo da forma, o tempo de tratamento varia de seis meses a um ano. O diagnóstico é essencialmente clínico, mas também são feitos exames de baciloscopia e biópsia. Além dos medicamentos (que inclui uma dose mensal supervisionada na unidade e comprimidos diários em casa), os pacientes são acompanhados por dermatologista, fisioterapeuta e oftalmologista.

Os nervos mais afetados são dos membros superiores (ulnar, mediano e radial), inferiores (tibial anteriores e posterior e fibular), além dos da visão. “A avaliação do fisioterapeuta é importante para verificar se já existem lesões (dos nervos), causadas, na maioria das vezes, pela falta de sensibilidade no local afetado”, argumenta Lúcia, explicando que antigamente as pessoas sofriam amputações, em função disso, e até ficavam cegas, o que hoje já não acontece.