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Mães santistas protagonizam suas próprias histórias de crescimento e superação

Publicado:
12 de maio de 2024
10h 14
mãe abraça os 3 filhos #paratodosverem

Em um mês que celebra o amor materno, histórias de superação, crescimento e cumplicidade são contadas por mães santistas que unem coragem e força de vontade para realizar os próprios sonhos e de seus filhos. Mas, para isso, essas mulheres contam com o apoio de diversas iniciativas da Prefeitura, que oferecem suporte, capacitação, qualidade de ensino e vida.

Para as mães da família Rodrigues, moradoras do Rádio Clube, a busca pela autonomia inicia com Janaína, 41, quando enfrentava um período delicado envolvendo uma separação. Para sustentar as filhas, ingressou nas capacitações que o Salão-Escola Autoestima oferece desde 1992. Foi na unidade Mercado, na Zona Noroeste, que recebeu os certificados de cabeleireira e manicure e, desde então, brilha compartilhando a autoestima que as aulas trouxeram, deixando outras mulheres ainda mais bonitas com penteados feitos em domicílio. “A gente tem que mostrar que a mãe tem força. Um dia chega o nosso momento de brilhar”.

A afirmação foi dita pela autônoma ao olhar orgulhosamente para a filha, Jeniffer Rodrigues, de 21, também mãe. Ambas sonham em abrir um salão de beleza e, para isso, contam com um momento do dia para se dedicar ao empreendedorismo com a facilidade que a jornada ampliada nas escolas municipais proporciona aos seus filhos. Dessa forma, a autônoma consegue equilibrar a rotina de trabalho com o seu momento de mãe e avó.

Além de Jeniffer, Janaina também é mãe de Jaqueline, 24, e Alana, 6 - esta estudante do ensino integral da UME Professor Pedro Crescenti (Rádio Clube). Ela tem quatro netos que também são alunos de escolas que oferecem a jornada ampliada. Para ela, o período dispõe de segurança e estabilidade e diz observar o resultado em casa. “Para mim o ensino integral é uma oportunidade muito boa porque consigo fazer os meus penteados, que aprendi nas aulas do Salão-Escola Autoestima, e ter a minha renda enquanto a Alana está estudando. Lá, a minha filha se alimenta, faz amizades, brinca e aprende muito. Esses dias, ouvi que ela está até aprendendo Libras. Na minha época eu nunca imaginaria receber tanto conhecimento como a Alana e os meus netos hoje, que amam a escola”.

REALIZAÇÃO DE UM SONHO

Durante sua ida à Vila Criativa Zona Noroeste, Jeniffer observava o local com ansiedade e uma alegria que transbordava pelo olhar. Os sentimentos não são por menos: a jovem está prestes a realizar o sonho de virar profissional da beleza e seguir os mesmos passos que Janaína. Isso porque está matriculada nos cursos de manicure e sobrancelha da unidade.

A jovem é mãe de Manuela, 5, aluna da UME João Walter Sampaio Smolka, e Ana, 2, da UME Professor Pedro Crescenti, e está contando com o ensino integral para realizar o desejo que já vem desde mais nova. “Sempre amei esse eixo da beleza e me dedico muito. Porém, os salões que eu procurava sempre exigiam uma certificação e eu não tenho condições de pagar um curso. Foi quando encontrei na Vila Criativa as aulas das áreas que mais me interesso. Enquanto isso, as minhas filhas estarão estudando e tendo uma educação de qualidade que eu já vejo ser efetiva. Ali, elas são bem acolhidas”.

Em cinco anos, Jeniffer se imagina com um salão completo montado na região, com atendimentos de qualidade realizados por ela e sua mãe e a marca da simpatia que é vista desde já. E também tem outros planos para o futuro: quer fazer o curso de pedreiro para ampliar a autonomia. Ao refletir sobre outras mães que, com a rotina deixam seus sonhos de lado, a jovem dá um conselho ‘de amiga’.  “Ser mãe, para mim, é ser guerreira, então não desistam de vocês mesmas. Anos atrás, ser manicure era um sonho impossível, mas graças à Vila Criativa estou a um passo de realizá-lo”.

A emoção inicia quando sua mãe, Janaina, resgata lembranças de quando tudo ainda parecia difícil para seguir adiante. “Estou muito orgulhosa da Jeniffer, que está seguindo um caminho bom e certo. Um conhecimento é importante para conseguirmos atingir os nossos objetivos e espero que outras mães da comunidade sigam o exemplo da minha filha em busca de mudar o quadro da vida delas para melhor”.

MUDANÇA DE VIDA

Em outro ponto da Cidade, mais especificamente na Ponta da Praia, o sol ainda está nascendo quando Cristina Atanes, 45, dona do próprio negócio ‘Mamãe Arteira’, sai com Isabella, 11, Miguel, 9, e Manuella, 7, para um novo dia de aula no ensino integral da UME Maria Carmelita Proost Villaça. Ela divide a rotina de mãe solo de três com a vida de empreendedora na Loja Colaborativa Feito em Santos, onde tem o seu espaço para vender brinquedos pedagógicos, como quebra-cabeças, casinhas de bonecas e jogos de labirinto - tudo feito com o carinho de uma mãe, em uma máquina de costura em sua casa.

Mas há quem diga de fora que Cristina é um caso ‘diferenciado’ ao saber que é mãe de Isabella, com síndrome de Down, e Miguel, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas a empreendedora desmente. “A única diferença são as terapias, porque de resto os filhos são todos iguais. Os três pegam gripe da mesma forma, ficam aborrecidos, têm manias e são muito amorosos. Muitas pessoas me perguntam como é ser mãe de dois filhos ‘com particularidades’ e uma sem, e eu digo que tem seus desafios, mas ao mesmo tempo é um aprendizado. Os três me ensinaram a ser quem eu sou hoje, porque a gente acaba tendo que aprender um pouquinho de tudo para poder ajudar no desenvolvimento deles. Ser mãe é a melhor coisa do mundo”, emocionou-se.

E o empreendedorismo nem sempre foi uma opção na vida de Cris, que se formou em Direito e Tradução. Tudo começou quando Bella nasceu com os diagnósticos de síndrome de Down e de cardiopatia congênita e a sua vida teve que parar. Por seis meses, pausou o seu trabalho para fazer o pré-operatório e o pós-operatório da filha. Logo em seguida vieram os irmãos da pequena, e a empreendedora não conseguiu retornar ao mercado de trabalho. Foi então que procurou alguma alternativa que pudesse fazer dentro de casa, estando junto aos filhos e acompanhando as terapias.

Com a participação em algumas feiras particulares, o ‘Mamãe Arteira’ foi se expandindo e, desde 2021, ela participa da iniciativa do Feito em Santos na Casa do Artesão (Centro Histórico), onde expõe todas as suas produções feitas com o objetivo de levar um diferencial no aprendizado e no desenvolvimento da criançada. Por meio da brincadeira, crianças com ou sem deficiência podem aprender com os estímulos que Cris estudou para ensinar os seus filhos em casa, juntamente ao ensino do período integral que, para a empreendedora, é completo ao oferecer a parte pedagógica e a lúdica, com atividades interativas que sozinha não poderia pagar.

A mãe do trio define o seu desafio diário: “Ser mãe é assumir, ao mesmo tempo, as funções de cozinheira, motorista e professora. No meu caso, além dessas, eu virei terapeuta, psicóloga e fonoaudióloga porque a gente quer ser cada vez melhor para eles. Se eu pudesse voltar atrás, mesmo assim, não mudaria nada. Faria de tudo e mais um pouco por eles”.

CONSELHO DE MÃE

Conselho de mãe a gente leva pra vida. E foi o que fez a chefe de turma do Departamento de Apoio à Limpeza Pública (Deap) da Prodesan, Cristiane de Santana Silva, 45 anos, em 2015. Sua mãe, Sônia Soares Augusto de Santana, 65, entrou na empresa em 2010 como auxiliar de limpeza — função na qual trabalha até hoje, na USF (Unidade de Saúde de Família) Monte Serrat. Foi ela quem incentivou a filha a prestar o concurso para o atual cargo. “Nem foi conselho, foi ordem!”, brinca. “A satisfação profissional que eu tinha eu também queria para ela”.

Cristiane não só acatou a recomendação como a repassou - e dentro de casa. “Me tornei parceira da minha mãe na empresa e, como gostei, aconselhei meu filho a tentar uma vaga também”. Deu certo. Eduardo Santana de Souza Lima, 23, foi aprovado para o cargo de auxiliar operacional na Prodesan no início deste ano. “Nem é como se fôssemos uma família: somos de fato uma família”, ele sorri.

“O mais legal é que a sugestão da minha mãe transformou não só minha vida, mas a de várias pessoas ao redor”, afirma Cristiane. Tanto é que seguiram seus passos o irmão, a cunhada - ambos contratados - e o marido, que prestou o concurso e aguarda uma vaga. “Se não fosse por ela, a gente não estaria aqui, com a vida feita”.

BEM-ESTAR NO ESPORTE

Quem compartilha do mesmo sentimento de cumplicidade, porém no esporte, é a empresária Aline Faria, 38, enquanto acompanha a pequena Júlia, 9, no Centro Esportivo e Recreativo Rebouças (Ponta da Praia). Há um ano, a mãe aproveita o período em que a filha patina na pista do clube para se dedicar simultaneamente à atividade física nos aparelhos de musculação.

Mas o comprometimento com o bem-estar não é de hoje. Quando criança, Aline já frequentava o Rebouças ao fazer aulas de futebol e ginástica olímpica e, desse período, a empresária lembra com o coração: sua mãe era quem a levava para realizar os esportes. Porém, ao passar dos anos, com a rotina agitada da maternidade, Aline acabou deixando a prática de lado. Hoje, criando uma nova memória afetiva e com o objetivo de cuidar de si mesma, é ela quem leva a filha às aulas de patinação que ocorrem no mesmo horário do seu treino.

A empresária, inclusive, falou da sensação de voltar à vida esportiva no equipamento. “Quando viramos mães, acabamos vivendo automaticamente em prol dos filhos. Anos atrás eu não conseguia ter tempo para praticar alguma atividade física, mas agora eu estou conseguindo me dedicar à musculação, então deixo a Júlia na aula e vou fazer o meu exercício. Aqui, eu sinto que também estou cuidando dela com segurança enquanto prezo pela minha saúde, e isso é maravilhoso”, contou Aline.

 

Esta iniciativa contempla os itens 3, 4 e 8 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde e Educação de Qualidade e Trabalho Digno e Crescimento Econômico. Conheça os outros artigos dos ODS

Fotos: Raimundo Rosa, Carlos Nogueira e divulgação