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"Vovô Sabe Tudo" desperta interesse de outros municípios

Publicado: 5 de maio de 2011
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O programa Vovô Sabe Tudo, que faz sucesso em Santos e tem reconhecimento nacional, será divulgado em outras regiões do país. A iniciativa de valorização da terceira idade será levada pela prefeitura, por meio da Seas (Secretaria de Assistência Social), à Frente Paulista de Municípios. Material de divulgação do programa, que hoje conta com 52 vovôs, está sendo preparado para mostrar como ele funciona. As cidades de Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS) já sinalizaram a intenção de criar propostas similares.

A proposta de divulgar a iniciativa surgiu após o reconhecimento com o prêmio da Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, como melhor projeto da região Sudeste, em 2009. "A divulgação das experiências bem-sucedidas é uma das metas da Fundação Banco do Brasil, e a prefeitura também tem interesse em compartilhar com outros municípios esse projeto vitorioso", disse o secretário de Assistência Social, Carlos Teixeira Filho, também presidente da Frente Paulista de Municípios.

Criada em 1998 com nove vovôs, hoje a iniciativa comporta 52, que realizam cerca de 9 mil atendimentos mensais. E nesta semana abriu mais uma frente de atuação, com a vovó Marilene Rossi na campanha "Vovô no trânsito mostra sua maturidade", da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Ela ensina aos colegas da terceira idade sobre comportamento adequado no trânsito e cuidados que devem ter na travessia das ruas.

O maior mérito do Vovô Sabe Tudo é a valorização da experiência do idoso e a promoção de seu contato com gerações mais jovens. "Todos ganham com essa proximidade, os idosos na elevação da autoestima e de seu papel na sociedade, e as crianças ao receberem conhecimentos e valores humanos", afirmou Rosana Maria Gomes, responsável técnica do programa. O projeto também recebeu o Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa, da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, vinculada ao Ministério da Cultura.

O valor do programa municipal é confirmado diariamente pelos integrantes. "Minha vida é esse projeto", afirmou o vovô Luiz Brambilla, de 77 anos, que "brinca" de artesanato com papelão com as crianças de 6 a 12 anos. Segundo ele, até a relação com a mulher melhorou ao integrar o programa. "Ela diz que não paro em casa, que pareço um moço. E realmente me sinto vivo de novo. Aprendo muito com os mais jovens e ganho sua energia".

A vovó Terezi Ventura, 72 anos, que dá aulas de origami, explicou que os benefícios de sua participação têm reflexos na saúde. "Não fico mais doente nem preciso de terapia. Estou sempre planejando atividades e com a cabeça ocupada". Como Terezi não tem netos, ganhou centenas deles no projeto. "Os meus netos são os alunos das escolas municipais".

Com 82 anos, o vovô Petrônio Trigoso de Lima mantém-se em atividade constante. "Estou sempre pesquisando histórias e as adapto de acordo com a idade do público". Ele também cria as marionetes que o ajudam na narração. "Gosto muito do que faço. Sinto-me útil. Esse projeto consegue reviver o idoso". Mas para Petrônio, a maior satisfação é o carinho das crianças. "Realizo-me quando eles pedem para chamar-me de vovô".

Respeito
Durante as oficinas dos vovôs, o clima é de alegria, respeito e descontração. "Ele é muito engraçado. Gosto muito dele", diz Leonardo Rodrigues, 6 anos, da escola Gota de Leite. "O vovô é muito bonzinho", concordam Amandha Ramos e Alessandra Cecília, da mesma turma.

Atualmente o Vovô Sabe Tudo está com o quadro completo. As atividades são nas áreas de turismo, educação, cultura e meio ambiente. Os vovôs atuam no bonde turístico, contam histórias, dão aulas de jardinagem, dobradura, origami, pintura em tela e tecido, bordado, crochê, artesanato e instruções sobre trânsito.

O projeto emprega habilidades específicas de cada um dos participantes na interação com crianças, capacitação de jovens e na prestação de serviços à população em geral. Os integrantes recebem um salário mínimo por atividades de 16 horas semanais e estão em treinamento e capacitação constantes.

Para participar, o idoso passa por um processo seletivo e deve ter 60 anos em diante, morar em Santos, renda pessoal de até cinco salários mínimos e uma habilidade que possa ser transmitida para crianças e adolescentes.