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Voluntários da saúde já estão em plena atividade

Publicado: 2 de julho de 2001
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A recepção aos usuários das unidades da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ganhou uma dose maior de atenção e calor humano. Já estão em plena atividade, desde a última quinta-feira, os voluntários da Saúde que estão doando algumas horas semanais de trabalho, em Unidades Básicas de Saúde (seis policlínicas), no Craids e no complexo de atendimento da Zona Noroeste – (Hospital Arthur Domingues Pinto, Pronto-Socorro e Ambulatório de Especialidades Médicas) e ainda no Hospital e Maternidade Silvério Fontes. O Programa Voluntários da Saúde, lançado oficialmente no dia 21 de junho, já conta com 156 pessoas que passaram por cursos de capacitação e treinamento e estão engajadas na rede municipal. Uma parte dos voluntários, cerca de 20, vai trabalhar nas campanhas de saúde preventiva que a SMS realiza periodicamente e 44 estão atuando no Craids (Centro de Referência em Aids), no atendimento a portadores do HIV. E já tem gente na fila aguardando abertura de novas inscrições para atuar como voluntários na Saúde, o que deve acontecer em breve. Os voluntários nada recebem pelos serviços e prestam, no mínimo, 3 horas contínuas de trabalho por semana, embora a maioria faça muito mais que a cota mínima. Para a Secretaria de Saúde, esse tipo de trabalho dos voluntários é um dos passos que a SMS está dando, no processo de tornar a rede cada vez mais humana, o que é fundamental para um serviço efetivamente de qualidade. BOM HUMOR E PACIÊNCIA - A estréia ¨oficial¨ na função, de três dessas pessoas especiais, que, têm em comum, paciência, bom humor e vontade de ajudar o próximo, foi acompanhada na última semana, num dos equipamentos mais agitados da rede municipal, o Ambulatório de Especialidades Médicas da Areia Branca. O Ambesp da Zona Noroeste atende mais de 8 mil pacientes mês, em 21 especialidades, sem contar média mensal de 300 curativos, cerca de 1.100 inalações, l.300 coletas de material sem contar dezenas de outros procedimentos. Desde as primeiras horas da manhã, a movimentação no Ambesp já é enorme, na medida que além dos pacientes que vêm para as consultas já marcadas, há as filas para novos agendamentos, em datas específicas para cada especialidade (tais como cardiologia, gastro, nefrologia, oncologia, neurologia e assim por diante), sem contar os ¨encaixes¨, beneficiando pacientes com problemas emergenciais, e os agendamentos permanentemente abertos para determinadas especialidades, como ginecologia. O Programa do Idoso, outra iniciativa da SMS recentemente colocada em prática, exige atenção especial às pessoas com mais de 60 anos. Elas passam a ter prioridade nas consultas e um atendimento diferenciado, desde a recepção. Esse é um novo desafio no serviço público, que também terá um vasto campo de atuação para os voluntários. Nesse entra e sai sem fim de pessoas, sempre há quem fique desorientado para onde se dirigir, mesmo com a boa organização que existe no equipamento. É nessa hora que entra o papel do voluntário, abordando as pessoas que parecem nervosas com a doença, irritadas com alguma demora no atendimento, queixosas porque não conseguiram agendar consulta na data esperada ou então perdidas numa fila errada. APOSENTADA AGORA É VOLUNTÁRIA Erotildes Alves, 73 anos, é uma das voluntárias que atuam no Ambesp da Areia Branca. Oficialmente, na quinta-feira, seria seu ¨primeiro¨ dia de trabalho, após o curso de treinamento. Mas, na verdade, ela é uma voluntária veterana no espaço. Ex-funcionária municipal, trabalhou durante anos na farmácia do Ambesp, manipulando medicamentos. Aposentou-se em 98 e, como sempre gostou de ajudar e tem enorme apego ao seu antigo local de trabalho, continuou aparecendo no ambulatório, colaborando com os ex-colegas de forma espontânea, até fevereiro deste ano, quando precisou passar por uma cirurgia. Agora ela volta como ¨voluntária oficial¨, crachá no peito, e corre de um lado para outro, orientando usuários e também os novos voluntários no encaminhamento dos casos. Mãe de 2 filhos, 4 netos e 5 bisnetos, ela diz que consegue dar conta do trabalho voluntário e ainda dar atenção aos familiares. ¨Faço com o maior prazer¨. Simone Marques Teixeira, 22 anos é outra voluntária da Saúde. Seus plantões ocorrem no final de semana, já que trabalha fora, além de cursar jornalismo. Mas na última quinta-feira, mesmo não sendo seu dia de voluntária, apareceu "para dar uma força". Ela é uma das mais jovens no programa, integrado sobretudo por aposentados ou donas de casa que já criaram seus filhos. Lidar com o público é uma qualidade que está desenvolvendo, até por conta da futura profissão, que considera também um caminho para ajudar as pessoas a obterem mais qualidade de vida. Para trabalhar como voluntária no complexo de saúde da Zona Noroeste ela terá que renunciar à praia e a passeios. ¨Ajudar também dá muita alegria¨ diz convicta, explicando que foi incentivada pela mãe, ex-funcionária de hospital. Ela sempre me disse que a Saúde é uma área difícil, onde as pessoas necessitam de muito apoio. No trabalho voluntário a gente aprende a entender melhor as dificuldades do serviço público e as necessidades da população. Essa forma de encarar a função também é analisada pelo voluntário Carlos Lopes Fernandes, 58 anos, comerciante aposentado. Com alguma experiência em entidade social (creche), Carlos diz que resolveu se inscrever no programa de Santos, já que não existe algo semelhante em São Vicente, onde reside. ¨Vi o anúncio e me dispus a trabalhar 3 vezes por semana, num total de 9 horas semanais¨. Ele está atuando no complexo do ambulatório, hospital e centro de saúde da Zona Noroeste e garante que não encontrou nenhuma dificuldade no seu primeiro dia. ¨É muito bom lidar com o público. Já fazia isso como comerciante e agora, de uma forma diferente, mas igualmente satisfatória¨.