Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Vestir ECO: moda, autoestima e sustentabilidade no Morro do São Bento

Publicado: 16 de julho de 2018
18h 14

Antes mesmo da palavra sustentabilidade ganhar “fama”, a estilista Alzira Lúcio, que é filha de costureira, já utilizava resíduos descartados para confeccionar materiais de moda. Ela buscava retalhos com tapeceiros e moveleiros (artesãos que faziam sofás e almofadas) e com esse material confeccionava bolsas. Depois começou a usar retalhos de lycra para confeccionar peças.

 “Desde sempre reutilizei material, mas não tinha consciência que era algo ecologicamente correto. Na verdade, eu fazia porque dava dinheiro”, comenta.

Após 20 anos de experiência com artesanato, Alzira resolveu voltar a estudar e foi lá na faculdade de moda que ela percebeu que estava salvando uma série de recursos.

A estilista foi criada no Morro São Bento. Depois do falecimento do seu pai, por apego e dificuldade de vender a casa, decidiu fazer da propriedade da família um espaço destinado às crianças. Fundou o Projeto Luzes da Vila. Hoje, o projeto toma todo o seu tempo, mas ela diz que fez o que tinha que fazer.

No total, o seu projeto Vestir ECO, um círculo de formação em moda e sustentabilidade com o objetivo de atender as jovens da comunidade em que vive, realizou 12 encontros entre oficinas e rodas de conversa. Foram promovidas oficinas sobre reutilização de jeans, criação de brincos com caixas Tetra Pak, turbantes e estamparia artesanal. Já as rodas de conversa abordaram as práticas sustentáveis, práticas ambientais na indústria têxtil, economia criativa na moda e descarte inadequado e desperdício.

Para celebrar as atividades, foi organizado um desfile de encerramento no qual as meninas da comunidade vestiram as roupas produzidas por elas mesmas durante as oficinas.

 “Era somente uma ideia até então. Foi maravilhoso, foi um sonho poder realizar nesse formato. Agora eu quero dar continuidade e montar uma turma para o próximo curso”, avalia Alzira.

Para a criadora do projeto, mais do que um projeto de moda, foi também um processo de autoestima. Ela disse que foi legal ver a transformação, o antes e depois do projeto. A alegria nas fotos e desfile. Elas se olhavam e ficavam surpresas com o resultado.

Fonte: Instituto Procomum

Foto: Divulgação