Três alunas da rede municipal de Santos vencem concurso de poesia

Três estudantes da rede municipal foram as vencedoras do Concurso de Poesias Benedicto Calixto, promovido pela Fundação para comemorar o Dia Nacional do Pau-Brasil nesta segunda-feira (3). Essa foi a primeira edição do evento e teve a participação de alunos das escolas da rede municipal e particular do ensino fundamental.

O primeiro lugar foi conquistado por Luiza Eduardo Lustosa, do 9º ano da escola José da Costa e Silva Sobrinho (Piratininga). Ela já é escritora e, em 2019, lançou livro que aborda questões raciais intitulado "Sob à Lus da Pele" (Lus, em alusão ao nome da autora), por uma editora independente. Ela explica que sempre escreveu poesia como forma de protesto. Mas, quando o professor falou da proposta do concurso, viu a oportunidade de se aprofundar em outros assuntos.

"Foi uma honra estar lá na premiação. Acho importante essa iniciativa de promover a educação. A gente precisa promover mais a educação para mudar o nosso país".

O segundo lugar também foi conquistado por aluna da escola do bairro Piratininga: Gabriela Blanco, do 9º ano. Ambas são alunas do professor Marcos Rogério Fidelis dos Santos. Em terceiro lugar ficou Júlia F. Silva, do 8º ano da escola Mário de Almeida Alcântara.

POEMAS INÉDITOS

Cada autor pôde inscrever um poema inédito, com até 15 linhas sobre o tema árvores, a natureza e o Pau-Brasil. A comissão julgadora, formada por artistas e professores convidados pela organização do evento, escolheu os vencedores após leitura e avaliação. No dia da apresentação, as poesias vencedoras foram interpretadas por seus autores para o público presente.

CONFIRA A POESIA VENCEDORA

ALUNA LUÍZA LUSTOSA – UME JOSÉ DA COSTA E SILVA SOBRINHO

Ouço as árvores cantarem

Sinto o balanço do vento

Tenho histórias pra contar,

Histórias que me contavam a todo tempo.

A brisa suave da cachoeira, o canto inesperado dos passarinhos.

Moramos na selva… Na selva de concreto, onde

a escuridão assola.

A natureza é o meu lar, é o ar que eu respiro

Com as árvores "caindo", sei que ela corre perigo.

Venho de muito longe, de um lugar onde a beleza da natureza predomina.

Amo seus frutos… Sou fruto dela, doce menina.

Meus sonhos são matérias, nasci do pó da terra, sou filha do céu.

Os pássaros nas gaiolas… não são feitos de papel.

Escrevo, pois sei da minha força, e do meu talento.

Sou filha da natureza,

E de um Deus… Que formou o vento!