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Trabalhadoras da Lavanderia Comunitária querem formar cooperativa

Publicado: 24 de fevereiro de 2010
18h 00

Expandir é a palavra de ordem da Lavanderia Comunitária 8 de Março (Rua Amador Bueno, 309, Centro Histórico). A idéia virou realidade há um ano, ganhou visibilidade e agora cresce com a aquisição de três novos maquinários semi-industriais. Com função de lavagem e secagem, os equipamentos serão comprados pela Seas (Secretaria de Assistência Social), parceira no projeto com a ONG UBM (União Brasileira de Mulheres) e o programa Remar, da Petrobras, que propicia inclusão social e renda de mulheres da região central da cidade.

Segundo o secretário de Assistência Social, Carlos Teixeira Filho, uma máquina será comprada nos próximos dias e as outras duas passarão pelo processo licitatório. Mesmo assim, a lavanderia precisa de outros aparelhos. “O projeto merece atenção do empresariado, pois já dá resultados positivos, mesmo que a renda gerada ainda não seja o ideal”, destaca.

Atualmente, o projeto reúne 14 lavadeiras que, depois de tomarem gosto pelo ofício, sonham com esses e outros novos equipamentos para ampliarem o negócio. Elas contam com sete máquinas de lavar, sete secadoras e 14 aparelhos de passar, todos de uso doméstico. “Com as semi-industriais, a qualidade irá melhorar e elas poderão fazer lavagens a seco. A produtividade deverá aumentar em 50%”, explicou a coordenadora do projeto pela UBM, Silvia Amaral, que projeta incluir hotéis no rol da clientela.

Cada trabalhadora consegue lucrar cerca de R$500,00 por mês, com quatro horas diárias de trabalho de segunda a sexta. Conhecida entre as colegas por ‘ligeirinha’, Maria Nadir, 57 anos, descobriu a nova profissão depois de ter passado boa parte da vida trabalhando como cozinheira. “Está sendo ótimo, consigo me manter, e estou adorando lavar roupas”.

EXPERIMENTAL
Diferente do que foi implementado no ano passado, essas mulheres estão participando do sistema cooperado experimental. “Com o aumento que tivemos da demanda, quisemos estimular o trabalho coletivo. Se antes, recebiam por produção individual, agora trabalham e lucram igualmente”, explica Silvia Amaral, coordenadora do projeto.

Para a lavadeira Elizângela Bispo, 34 anos, a mudança foi aprovada. “Embora eu ganhasse mais, agora não há mais competição entre a gente. A tendência é melhorar”. Seu sonho na Lavanderia é ser a gerente administrativa: “por isso voltarei a estudar este ano”. Com os novos maquinários há previsão de se abrir mais vagas. De 14 terá que saltar para 20, número suficiente para criação da cooperativa, a segunda meta do projeto. Os requisitos para o trabalho são: ser moradora do Centro Histórico, alfabetizada e assistida pelo Cras (Centro de Referência da Assistência Social).

Outra novidade é o curso ‘Técnicas básicas de lavanderia – gestão e operação’, que será oferecido pelo Senac em março. Por meio da iniciativa, elas aprenderão analisar as roupas, escolher a técnica e produtos adequados para lavar e passar, tratamentos e operação das máquinas.

ECONOMIA E AGILIDADE
Desde a inauguração do equipamento, a fama do local tem se espalhado, seja pelo preço - 40% mais barato que as demais lavanderias - ou pela rapidez, com entrega em até 24h. Em janeiro de 2009, quando começou a funcionar, a lavanderia recebeu 70 quilos de peças. No mês seguinte subiu para 200 quilos, em julho passou para 800 até chegar a dezembro em 950 quilos.

A média de atendimento é de 300 clientes ao mês, sendo em sua maioria moradores do Centro, além de munícipes de outras regiões, a exemplo do Gonzaga, Embaré, José Menino e Ponta da Praia. A maior procura é por lavagem de edredons e colchas, além da passadoria de camisas sociais.

O serviço completo de lavagem, secagem e passadoria para capa de sofá, sai de R$5,00 a R$7,00; edredom, de R$10 a R$15,00; terno, R$15,00 e blusa de moletom, R$5,00. Quem optar só pela passadoria de camisa ou calça social, pagará R$3,00, por exemplo. Informações pelo telefone 3221-7717.