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Teatro guarany será reinaugurado domingo

Publicado: 5 de dezembro de 2008
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Santos terá de volta domingo (7) um grande espaço das artes, da cultura e de sua história. O Teatro Guarany será entregue à população pela prefeitura, totalmente restaurado, para abrigar espetáculos e a escola municipal de artes cênicas. E também impulsionar ainda mais a revitalização do Centro Histórico. Para marcar a entrega do teatro, abandonado por mais de 20 anos, a partir das 19h30, a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos executa trechos da ópera Il Guarany, de Carlos Gomes, ao ar livre, na Praça dos Andradas, em frente ao imóvel restaurado. Após o espetáculo, ocorrerá visita monitorada ao Guarany. A obra de reconstrução do teatro, inaugurado em 7 de dezembro de 1882, respeitou as formas originais do prédio na sua parte externa e refez toda a área interna – destruída por incêndio em 1981-, com infra-estrutura de moderna casa de espetáculos. Com custo de R$ 6,7 milhões, viabilizado pela iniciativa privada, por meio da Lei Rouanet, o projeto foi elaborado pelo arquiteto Ney Caldatto Barbosa, da Seplan (Secretaria de Planejamento). O recursos foram captados pela Ama-Brasil (Organização de Desenvolvimento Cultural e Preservação Ambiental), junto às empresas Cosipa-Usiminas, Telefonica, MRS Logística, Cutrale, Petrobras, Fosfertil, Comgás, Bunge, Copersucar e Carbocloro. As obras tiveram início em fevereiro de 2007. NOVO GUARANY Além de platéia com 270 lugares e camarotes – capacidade total será de 350 pessoas -, o novo Guarany terá ateliê, camarins, café, salas de aula e laboratórios de som e iluminação e de cenografia. As adaptações contemplam acesso para deficientes. No prédio renovado se destacam as pinturas do teto e do foyer do segundo piso, feitas pelo artista Paulo Von Poser. A primeira retrata cena do romance O Guarany, de José de Alencar, e da ópera composta por Carlos Gomes. A outra é uma releitura do artista para o quadro de Benedicto Calixto, que mostra Santos vista do alto do Monte Serrat. A sala de espetáculos receberá o nome de Carlos Alberto Soffredini, autor e diretor santista. Já a Escola de Artes Cênicas da Secult (Secretaria de Cultura) será denominada Wilson Geraldo, diretor de teatro amador. Externamente, a fiação para a iluminação foi embutida sob o piso e os postes são de época, semelhantes aos da Rua XV de Novembro. A fachada do teatro terá ainda luz especial. Histórico O Teatro Guarany é um dos locais de maior relevância na história de Santos. Por volta de 1876, um grupo formado por pessoas da sociedade santista fundou a Associação Theatro Guarany. O objetivo era construção de uma nova casa de espetáculo para substituir o antigo armazém situado no Largo da Misericórdia (atual Praça Mauá), que abrigava os eventos do município, mas não tinha condições de higiene e segurança adequadas, causando constantes protestos dos freqüentadores. Em 6 de junho de 1880, a Associação Theatro Guarany abriu inscrições para o concurso que escolheria o projeto arquitetônico para construção do teatro. Dentre os inscritos, o vencedor foi o engenheiro carioca Manuel Ferreira Garcia Redondo, com um projeto de inspiração neoclássica. A execução ficou a cargo da serraria e carpintaria de Tomaz Antonio de Azevedo. Esta oficina tinha o mérito de executar trabalhos em ferro, bronze e madeira com grande maestria. Benedicto Calixto era funcionário da serraria e foi o responsável pela pintura das paredes e do teto, além de um dos panos de boca do palco do teatro. Por esse trabalho, Calixto ganhou renome e a oportunidade de estudar na Europa. Além das pinturas, o Guarany ostentaria a riqueza da gente que investira nele. Os materiais empregados eram de primeira qualidade. As paredes externas, por exemplo, foram feitas em alvenaria de pedra, antiga técnica portuguesa. Em 7 de dezembro de 1882, após atraso de 11 meses na obra por motivos financeiros, o Teatro Guarany, nome dado em homenagem a José de Alencar e Carlos Gomes, abria suas portas com a exibição do drama Mário, extraído do romance Marthe de Kerven, de Eduardo Capendu, adaptado curiosamente pelo autor do projeto, o engenheiro Manuel Ferreira Garcia Redondo. A partir deste momento, o Guarany receberia personalidades do porte de Sarah Bernhardt (1886), Emanuel Giovani (1887), Rejane (1902) e Artur Azevedo (1907). Além de grandes eventos artísticos, o teatro abrigou manifestações abolicionistas, incluindo discursos de José do Patrocínio, palanque para atos republicanos e até cerimônias fúnebres, como no falecimento de Carlos Gomes (1896), quando seu corpo passou por Santos a caminho de Campinas. Por volta de 1910, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia adquiriu o teatro. O imóvel passou por reforma, retomando suas atividades e recebendo expoentes da cultura brasileira, como Olavo Bilac (1917) e Júlio Dantas (1923). Com a inauguração do Teatro Cassino Parque Balneário (1923) e do Coliseu (1924), o Guarany sofreu um duro golpe. Os dois novos prédios renovaram as exigências da burguesia cafeeira, que o ´trocou´ pelas duas novas casas. O prédio serviu de ambulatório na Revolução de 1924. Foi concentração de oposicionistas ao regime de Vargas, na Revolução de 1932. Com o passar do tempo exibiu apenas espetáculos menores, sem grande projeção. Nos anos 50 sofreu profundas alterações em seu interior, onde foi instalado um cinema, bar e loja comercial, marcando o declínio do espaço. Ficou assim até meados de 1980, quando a Santa Casa quis vender o imóvel. No mesmo ano o Condephaat decidiu pelo tombamento. Em seguida a este anúncio, um incêndio destruiu o interior da casa de espetáculos. O imóvel permaneceu abandonado. Somente a partir de 1994, a Santa Casa leiloou o teatro, que foi arrematado por um comerciante por U$ 90 mil. Em 2003, a Prefeitura de Santos desapropriou o imóvel e iniciou o processo de compra e recuperação total do Teatro Guarany, a partir do Programa de Revitalização da Região Central Histórica, o – Alegra Centro. PROGRAMAÇÃO DE REINAUGURAÇÃO Domingo (7) 19h30 - Orquestra Sinfônica Municipal de Santos Programa: Carlos Gomes – trechos da ópera Il Guarany. Solistas: Gabriela Pace (soprano), Marcelo Vanucci (tenor) e Sebastião Teixeira (barítono); narração: Silvio Roupa (ator) Regência: maestro Luís Gustavo Petri / Direção: Cléber Papa. Após o concerto haverá visita monitorada, ao som do saxofonista Caio Mesquita Segunda-feira (8) das 11h às 17h: visitas monitoradas e abertas ao público 19h30 - Coral Municipal de Santos Regência: maestro Roberto Martins Entrada franca com retirada de ingressos Terça-feira(9) das 11h às 17h: visitas monitoradas e abertas ao público 19h30 - Camerata Heitor Villa-Lobos Direção artística: prof. Antônio Manzione Entrada franca com retirada de ingressos Quinta-feira (11) 19h – noite de autógrafos do livro: ‘Theatro Guarany – O renascer de um palco centenário’, de autoria de Taís Assunção Curi Pereira Local: Livraria Realejo (Av. Marechal Floriano Peixoto, 44 – Shopping Miramar) Patrocínio: Cosipa-Usiminas Dias 13 e 14 das 11h às 17h: visitas monitoradas e abertas ao público Espetáculos da Escola de Artes Cênicas da Secult 15h – ‘A Revolta dos Perus’ (infantil) 19h – ‘Bailei na Curva’ (adulto) Direção artística: André Leahun Entrada franca com retirada de ingressos