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Serviços em Santos ajudam pacientes a se recuperar da covid-19

Publicado: 6 de agosto de 2020
16h 57
paciente levanta os braços em tratamento #paratodosverem

VEJA COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO

Patrícia Fagueiro

“Só um milagre pode salvar o seu marido. Se a senhora tem fé, ore”. Essa frase foi ouvida pela esposa de César Gonsales Madeira, de 61 anos, que ficou internado por 35 dias (dos quais 15 na UTI, intubado) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Pequeno Porte (antigo PS Central), em virtude da covid-19. Com o passar dos dias no hospital, recuperou a saúde e a consciência. Da equipe que o atendia, ouvia palavras animadoras. "Eu não entendia muito bem. Não sabia que eu havia sido um milagre", relembra.

Atualmente, César é um dos assistidos no ambulatório pós-covid, serviço oferecido pela Secretaria de Saúde de Santos para pessoas que foram hospitalizadas e ficaram com sequelas motoras e/ou respiratórias, além da saúde emocional abalada. Os atendimentos são realizados no Centro Especializado em Reabilitação (CER) e na Seção de Recuperação e Fisioterapia (Serfis), após encaminhamento dos pacientes (mais informações abaixo). Pessoas que residem nas regiões da orla, zona intermediária e central de Santos são atendidas na Serfis. Morros e Zona Noroeste, no CER.

O serviço conta com uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e profissionais de enfermagem. Eles desenvolvem um projeto de tratamento individual, de acordo com as sequelas apresentadas pelo paciente. As mais comuns estão cansaço, falta de ar, fraqueza muscular e abalo psicológico.

“O paciente responde a um questionário, que embasará o atendimento de acordo com as necessidades dele. Percebemos que, no mínimo, dois profissionais de áreas diferentes da saúde são envolvidos. O paciente estará apto para alta quando puder retomar as suas atividades do dia a dia da forma como fazia antes. Porém, não conseguimos prever por quanto tempo permanece conosco. Cada organismo responde de uma forma diferente aos estímulos, exercícios e medicação administrados. Cada um tem o seu tempo”, explica Lúcia Helena dos Santos e Silva, fisioterapeuta da Serfis.

ATIVO

César menciona que, antes da internação, costumava caminhar regularmente do canal 3 ao 6, e até corria um pouco. Para uma pessoa tão ativa quanto ele, o cansaço foi a sequela mais sentida após deixar o hospital. Mal conseguia subir escada. Há cerca de um mês passa por tratamento no ambulatório pós-covid, onde é atendido semanalmente. Ele já sente melhora: consegue subir escada com mais agilidade, cansa menos e está com a musculatura mais fortalecida. "O tratamento está sendo ótimo para mim".

Antes de ficar doente, César subestimava a covid-19. Hoje, se mostra muito mais preocupado, em especial com as pessoas de sua família. "Sinto medo de pegarem a doença e passarem pelo que passei. Peço às pessoas que se previnam, usem máscara, lavem as mãos, e que ao chegar da rua, tomem banho, troquem sua roupa. Enfim, mantenham todos os cuidados, porque algumas pessoas podem não ter sintomas e outras, como um amigo meu, morrer em poucos dias", finaliza.

 

Como funciona o atendimento

Para ser atendido no ambulatório pós-covid, o paciente precisa ter histórico de internação hospitalar em leito SUS e passar por uma avaliação inicial da Seção de Atendimento Domiciliar (Seadomi), da Secretaria de Saúde, ou da policlínica do bairro em que reside ou de outros serviços da rede municipal de saúde. A maior parte dos pacientes é encaminhado pela Seadomi, que acompanha a saída do hospital de quem teve a doença. A equipe vai até o local e avalia o paciente.

Em casos mais severos, quando a pessoa está muito fraca, necessita de dieta ou oxigênio, por exemplo, a Seadomi assume a assistência do paciente em sua casa até que se fortaleça, onde é atendido por uma equipe formada por fisioterapeuta, nutricionista e equipe de enfermagem.

Além dos exercícios necessários para a sua recuperação motora e respiratória, são indicadas suplementações para o fortalecimento da musculatura. Quando o paciente fica menos debilitado e tem condições de se deslocar, a Seadomi o encaminha a um dos ambulatórios pós-covid para dar prosseguimento ao tratamento das sequelas.

Também há casos de pacientes que apresentam quadro clínico de baixa complexidade após a saída do hospital, não necessitando de assistência no leito em casa. Estes já são diretamente encaminhados para um dos ambulatórios. As policlínicas também são porta de entrada para o tratamento das sequelas da covid-19, mas é necessário que o paciente passe por consulta com o médico da unidade, responsável pela avaliação do seu quadro clínico e encaminhamento para os ambulatórios quando necessário.

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paciente deixa hospital em cadeia de rodas com bexigas #paratodosverem
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