Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Serviço atende a casos de surdez de toda a região. Confira depoimento

Publicado:
9 de novembro de 2018
17h 12

A aposentada Isaura Assumpção, 67 anos, é o retrato da luta - e vitória contra a perda auditiva e sua trajetória a torna exemplo do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, celebrado neste sábado (10). Ainda bebê, foi diagnosticada com otite média crônica nos dois ouvidos, o que levou à perda auditiva aos 22 anos, quando se submeteu a uma timpanoplastia (reconstrução do tímpano) para reversão do quadro. Depois, trabalhou, inclusive, como operadora de telemarketing. Aos 53 anos, porém, percebeu que perdia novamente a audição, de forma gradativa.

Em 2006, esteve pela primeira vez no setor de saúde auditiva (Secresa), unidade da Prefeitura, onde fez uma série de exames e foi diagnosticada com surdez irreversível nos dois ouvidos, o que a fez usar aparelho auditivo bilateral.

“Não preciso comprar os aparelhos, porque os recebo aqui. Voltei a ouvir novamente e sou muito grata pelo que tenho conquistado”, diz Isaura, que também escreve poemas e faz aula de teatro no Cecon Izabel Garcia. A arte dramática, aliás, é uma grande paixão, que estava adormecida desde o início da idade adulta, quando precisou trabalhar e, coincidentemente, passou pela primeira perda de audição.

Vaidosa, a aposentada Ruth Dip Rossi, 87 anos, nem parece que usa aparelhos auditivos, já que os esconde por debaixo dos cabelos. Ela os utiliza há 4 anos após ter sido diagnosticada com perda parcial da audição.

“Eles já fazem parte da minha vida. Cuido muito bem e limpo direitinho, conforme aprendi com as fonoaudiólogas. Meu objetivo é voltar a estudar piano”, afirma.

 

Como procurar ajuda

 

Isaura está entre os cerca de 30 milhões de brasileiros que sofrem com problemas auditivos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Realidade constante na Secresa, referência no atendimento à população dos nove municípios da Baixada Santista.

Só de pacientes novos, são atendidos 100 todos os meses: 30 de Santos e 70 das outras cidades. Apenas de atendimentos fonoaudiológicos, que representam o maior fluxo da unidade (exames, consultas, terapia, entre outros) a média é de 2 mil a 2,5 mil atendimentos por mês.

Para ser atendido, o paciente precisa ser encaminhado por outra unidade de saúde. No caso de Santos, passam antes pela policlínica e pelo Ambulatório de Especialidades.

 

RECÉM-NASCIDOS E BEBÊS

A unidade também mantém atendimento aos recém-nascidos de Santos considerados de risco para deficiência auditiva, que são enviados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica, além de bebês com até 1 ano de vida, enviados pelas policlínicas. Em 2018 (até outubro), 300 bebês com critério de risco foram encaminhados ao Secresa e outros 80 sem risco, mas que falharam no teste da orelhinha na maternidade e necessitaram de atenção especializada.

“Além do aparelho auditivo, fornecemos o sistema FM para crianças de 5 a 17 anos, dentro de alguns critérios de avaliação, além do pré-molde do aparelho e realização de todos os exames auditivos e ajustes nos aparelhos”, destaca Glaucia Mazon Cagnin, chefe da Secresa.

Somente em 2018, 958 pacientes de todas as cidades da Baixada Santista receberam aparelhos auditivos na unidade santista (dados até outubro), contra 693 de 2017, e 787 em 2016.

 

Foto: Susan Hortas