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Santos realiza controle da leishmaniose o ano todo

Publicado: 10 de agosto de 2020 - 17h14

Começou a Semana de Prevenção e Controle da Leishmaniose Visceral no Estado de São Paulo, uma iniciativa para intensificar as ações contra a doença. Em Santos, no entanto, este trabalho é ininterrupto. Atualmente, a equipe da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz) realiza testagem nos cães que vivem no bairro do Marapé, que tem 13 casos positivos da doença.

Os cães considerados sadios e que moram em um raio de até 100 metros de distância de cães com a doença passam por exame de sangue para verificar se podem ter se infectado. Todos já utilizam coleira repelente entregue pela Prefeitura para afugentar o mosquito-palha, que transmite a leishmaniose.

O veterinário da Sevicoz, Alexandre Nunes, explica que a testagem dos cães no Marapé, além de avaliar o trabalho de prevenção à doença, pode identificá-la em cães ainda assintomáticos. “Os sintomas da leishmaniose demoram anos para se manifestar. Nosso intuito é verificar de forma mais precisa, com a testagem, como a doença está se comportando na Cidade. Pode ser que identifiquemos cães positivos que não apresentam sintoma. Uma vez identificado, esse animal inicia o tratamento para diminuição da carga parasitária”, destaca.

As amostras de sangue são encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência do Estado. No último sábado (8), 54 animais tiveram o sangue coletado. A próxima ação no Marapé será no dia 16 de agosto, com a previsão de testagem em mais 60 cães. “Dividimos a coleta em dois dias para evitar aglomerações e fazemos a divulgação casa a casa junto aos responsáveis pelos animais que já estão previamente identificados”.

PRÓXIMOS

Nos próximos meses, a testagem será estendida para os demais bairros onde há casos positivos da doença: Morro São Bento, Morro do Marapé, Jabaquara e Morro da Penha. Nos dois últimos fins de semana, a Sevicoz realizou divulgação sobre a doença com entrega de panfleto educativo e visitou os cães com leishmaniose de toda a Cidade. O objetivo foi verificar se continuam vivos, encoleirados e confirmar ou atualizar dados cadastrais.

No caso de aparecimento de sintomas, são orientados a procurar a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), da Secretaria de Meio Ambiente, para atendimento veterinário.

 

Saúde já entregou 560 coleiras com repelente no ano

Em 2020, já foram entregues mais de 560 coleiras repelentes aos animais que têm a doença na Cidade, além dos que moram em um raio de aproximadamente 100 metros de distância.

O uso da coleira repelente é a principal forma de evitar a proliferação, uma vez que mantém os animais sadios livres de uma eventual picada contaminada do inseto e os animais doentes, com a coleira, deixam de ser alvo do mosquito-palha, interrompendo a cadeia de transmissão.

Saiba mais sobre a doença

O primeiro caso de leishmaniose em Santos foi registrado em 2015 e, desde então, 89 animais foram identificados com a doença, dos quais 62 já morreram. A leishmaniose visceral é uma doença crônica. Os sintomas demoram de dois a três anos para aparecer no animal e incluem pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha.

Com seu avanço, os órgãos internos como fígado, baço e pulmão são afetados. Não há cura, mas quanto mais cedo se detecta, mais fácil é o tratamento e o controle da doença. O animal tem que ser monitorado pelo resto da vida.

CUIDADO

Santos realiza um trabalho integral contra a doença, que cobre investigação do vetor, notificações, investigação sorológica, ações de prevenção e tratamento aos cães infectados. A eutanásia ainda é uma medida de controle da doença na maioria das regiões do Brasil. A cidade de Santos é pioneira na abordagem humanitária e integral para a leishmaniose

Ações de Santos

  • Investigação do vetor: embora existam casos positivos de leishmaniose em cães na Cidade, o mosquito-palha da espécie lutzomya longipalpis até hoje não foi encontrado no Município. Desde 2015, a Secretaria de Saúde atua em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do governo estadual, em buscas nas matas, com armadilhas próprias para atrair e reter o inseto transmissor.
  • Notificações: clínicas veterinárias particulares e a Codevida notificam a Sevicoz sobre casos de leishmaniose. A Sevicoz inicia a investigação sorológica, com coleta de sangue no animal e envio da amostra para o laboratório Adolfo Lutz, referência para a confirmação dos casos • Investigação em outros animais: uma vez identificada a doença em algum animal, a Sevicoz faz uma busca ativa de outros cães que possam conviver no mesmo espaço do contaminado e também dos que estão a um raio de 100 metros de diâmetro de distância. É colhido o sangue e enviado ao Adolfo Lutz. 
  •  Tratamento: atualmente, 27 cães com leishmaniose recebem tratamento para controle da carga parasitária. O tratamento dura 28 dias, sendo realizado exame de sangue 3 a 4 meses depois do fim para verificar a resposta do organismo ao medicamento. Com a carga parasitária baixa, o risco de transmissão é menor. Todos foram microchipados, de forma que, se houver fuga do animal, por exemplo, é possível identificar o seu paradeiro
  • Coleira com repelente: todos os cães identificados com leishmaniose recebem uma coleira com repelente de forma a prevenir que o inseto o pique e se torne transmissor da doença para outros animais e pessoas
  • Capacitação: Os agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal passam por capacitações periódicas, a fim de se tornarem multiplicadores de informação para a população
  • Orientação: os munícipes cujos animais passaram por investigação são orientados a manter os ambientes externos livres de material orgânico (fezes, folhas) que atraem o inseto; manter as janelas teladas e usar repelente, em especial no fim da tarde e de noite, períodos de mais atividade do mosquito-palha.

Fotos: divulgação 

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