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Santos celebra história e cultura japonesas

Publicado: 18 de junho de 2022 - 7h46

O dia 18 de junho é especial para todos os mais de 1,5 milhão de japoneses e seus descendentes que vivem no Brasil. Nesta data, em 1908, o navio Kasato Maru desembarcou no Porto de Santos as primeiras famílias vindas das terras nipônicas, e que se integrariam culturalmente, marcando para sempre a história da Cidade e do País.

Não à toa, a Cidade reverencia o legado desse povo com um dos maiores monumentos do Município, à altura de sua importância. Perto dos 114 anos do início da imigração, no último dia 13, a Prefeitura entregou o restauro e um novo mirante para a escultura da artista plástica Tomie Ohtake (1913-2015), no emissário submarino (José Menino), como parte das obras do Novo Quebra-Mar.

Esculpida em aço e com 15 metros de altura, a peça foi inaugurada pelo príncipe Naruhito do Japão, em 2008, e rapidamente se tornou um dos principais cartões postais da Cidade.

O monumento é símbolo de histórias de luta e glórias da colônia do Brasil, como a de muito filhos da ‘terra do sol nascent’” que aportaram aqui, grande parte após a II Guerra Mundial. Foi o caso do grão-mestre Yoshihide Shinzato, que chegou em Santos em 1954 e oito anos depois fundou a academia de caratê (Shinshukan), uma das primeiras escolas da modalidade no País.

No último dia 3, a academia completou 60 anos e pode ser considerada parte da influência da cultura japonesa na Cidade. “Na época da fundação, o caratê ainda não era tão conhecido no País e meu pai começou a ensinar a filosofia aos alunos de Santos”, conta mestre Mitsu Shinzato, filho de Yoshihide e um dos responsáveis por manter vivo o legado da família e das tradições. O respeito aos ancestrais é uma das marcas mais fortes da cultura japonesa.

Mitsu lembra que o caratê é uma arte marcial que traz consigo muitos dos valores japoneses. “É marcado pela disciplina, pelo esforço e pelo respeito ao passado; todas características marcantes da filosofia japonesa, que podem ser passadas pela arte marcial. Isso foi dividido com milhares de pessoas na Cidade”.

Esse é um dos grandes orgulhos do mestre sobre o legado do seu pai e mantido por ele. "É difícil não ter um santista que não treinou ou teve algum familiar que aprendeu com meu pai em algum momento da vida, isso é muito gratificante”, afirma.

HISTÓRIA

Vindo do porto de Kobe, no Japão, em viagem de 52 dias, o navio Kasato Maru trouxe os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido com o Brasil, que precisava de mão de obra para as lavouras de café, enquanto o governo japonês visava amenizar a tensão social gerada pelo alto índice demográfico.

Em 1907, o governo brasileiro publicou a Lei da Imigração e Colonização, permitindo que cada estado definisse a forma mais conveniente de receber e instalar os imigrantes. Ficou acertado que três mil japoneses viriam em um período de três anos. Os primeiros foram encaminhados para seis fazendas paulistas. Os que chegaram depois se espalharam por outros estados.

Em 1973, chegou a Santos o Nippon Maru, último navio a transportar imigrantes nipônicos para o Brasil. Hoje, o Consulado do Japão no Brasil estima que 1,5 milhão de japoneses ou descendentes vivam no País.

 

Galeria de Imagens

dojo de caratê com alunos dando golpe com as pernas. Os pés esquerdos estão no chão, e as pernas direitas no ar, em chute. Todos estão enfileirados. #paratodosverem
Academia tradicional de caratê conserva filosofia japonesa
mestre Mitsu Shinzato, fazendo movimento de luta, com mãos em posição de defesa à frente do tronco. #paratodosverem
Mestre Mitsu Shinzato, filho do fundador, mantém tradicionais em casa e na academia
turma de alunos de caratê posa para foto. Uma parte está em pé ao fundo e outra, estão com as pernas flexionadas no chão. A parede tem inúmeros quadros e fotos.#paratodosverem
Alunos treinam modalidade e incorporam ensinamentos