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Saiba o que mudou nos cardápios das escolas públicas de Santos

Publicado: 13 de agosto de 2021 - 16h02

É comum escutar de nutricionistas e outros especialistas a frase: descasque mais e desembale menos. E é exatamente este o lema do novo cardápio das escolas públicas brasileiras, com mais alimentos saudáveis e menos itens industrializados, que já é seguido em Santos pela Secretaria de Educação (Seduc), responsável pela alimentação de cerca de 56 mil alunos de 86 escolas municipais e 23 estaduais.

A mudança veio com a resolução federal 06/2020 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que entrou em vigor em janeiro deste ano. Mas, o que mudou realmente no cardápio escolar?

A oferta de leite com achocolatado ficou restrita a uma vez por mês. Biscoitos, pães ou bolos devem ser oferecidos, no máximo, três vezes por semana (quando servida duas refeições ou mais) e até sete vezes por semana para alunos em período integral.

Outro item é a margarina, que só pode constar no cardápio duas vezes por mês para quem estuda em período parcial e, uma vez por semana, para estudantes do período integral. A adição de açúcar nos alimentos também tem restrição de uso e é proibida para menores de três anos.

“Frutas, legumes e verduras já faziam parte do cardápio dos nossos alunos, que já era bastante balanceado. Com a nova legislação, a oferta foi ampliada. Então, todos os dias, além dos legumes e verduras, temos a fruta no almoço, como sobremesa, ou no acompanhamento do lanche da tarde ou café da manhã”, explica a coordenadora de merenda escolar da Seduc, Sofia Bonna.

ALIMENTOS NATURAIS

A resolução está alinhada às diretrizes do Ministério da Saúde, baseadas no Guia Alimentar da População Brasileira, que prioriza o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Entre as novas preparações para o lanche da tarde ou café da manhã estão: leite batido com frutas, mingau de aveia ou de amido de milho, pão com ovo mexido ou com requeijão, cuscuz, suco natural, entre outros.

“Este cardápio está sendo oferecido desde fevereiro. No entanto, por conta da pandemia, os alunos estavam no modelo híbrido (aulas presenciais e remotas) e não frequentavam as escolas todos os dias, com muitos deles apenas no ensino remoto”, complementa Sofia.

A partir de agosto, com a autorização para o retorno presencial de até 100% dos alunos, mais estudantes retornaram e se depararam com a mudança na alimentação. A alteração é um desafio para a equipe que cuida da merenda escolar nas escolas públicas de Santos, formada por 13 nutricionistas e mais de 350 cozinheiros. Todos propõem ideias de preparos e adaptações, a fim de seguir a legislação, ampliar a aceitação dos alunos e desenvolver hábitos mais saudáveis.

OBESIDADE INFANTIL

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a estimativa é de que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para a obesidade. A doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida.

Nessa faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8%, sendo que 7% já apresentam obesidade. Os dados são de 2019, baseados no Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças que são atendidas na Atenção Primária à Saúde (SAPS).

Fotos: Rogério Bomfim.

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Estudante uniformizado come melancia. #pracegover
Frutas estão incluídas no café da manhã, almoço e lanche.