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Restos de vegetação se transformam em adubo para jardins e canteiros. Assista a vídeo

Publicado:
16 de julho de 2018
17h 02

ANDRESSA LUZIRÃO

 

Canteiros e jardins da praia, de parques e de praças vistosos chamam a atenção por sua beleza natural. O segredo do solo fértil está em um processo biológico de valorização da matéria orgânica, rica em nutrientes, reaproveitada e transformada em adubo. Trata-se da compostagem, sistema altamente sustentável e essencial na preservação do meio ambiente, desenvolvido pela Prefeitura sob responsabilidade da Secretaria de Serviços Públicos (Seserp).

É no serviço de poda de árvore que o trabalho começa, quando as equipes, após o corte das folhagens e dos galhos nas ruas, fazem a trituração da vegetação. Por dia, são, em média, 15 toneladas de material triturado, ou seja, 300t ao mês. O processo aumenta a qualidade das plantas e tem custo baixo, já que é a própria natureza que faz a degradação do material.

“A medida está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável do planeta. Não aplicamos acelerador de degradação e eliminamos a necessidade de levar o material para aterros sanitários. Santos foi uma das pioneiras há mais de 20 anos nesse processo, em que alcançamos a excelência de utilizar 100% do material de poda, percentual que mantemos desde 2013”, diz o chefe da Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa), o engenheiro agrônomo João Cirilo.

O triturado é encaminhado em caminhões basculantes à Copaisa, sediada no Bom Retiro, ao lado do Jardim Botânico Chico Mendes, na Zona Noroeste. No local, o processo é como o vinho - quanto mais curtido, melhor. “O material fica curtindo, em média, de 30 a 45 dias, sob sol e chuva, e vai se transformando em terra adubada”, conta o mestre de paisagismo Sérgio Luiz da Cunha, há 30 anos servidor público municipal.

No local também é feita a chamada ‘virada’ do material, para que a decomposição dos restos da poda seja homogênea. Com a fermentação ideal, o adubo é aplicado no plantio de mudas e levado aos canteiros, às praças e aos jardins da orla e de parques como o Botânico e o Orquidário, conservando o solo por mais tempo. “Com essa adubação, diminuímos os tratos culturais, controlando as ervas invasoras, adubando o solo e melhorando sua parte estrutural. O benefício é dez vezes maior do que o adubo químico”, afirma Cirilo, ressaltando que o material de corte de grama da orla também é reutilizado na adubação do próprio jardim e dos canteiros de plantas.

 

Cerca de 20 mil mudas são produzidas por ano 

 

Quem é atento às espécies, reconhece nos jardins e canteiros de todo o Município plantas como dracena, moreia, barba de serpente, jasmin e ixora. Mas o que nem todos sabem é que elas são plantadas pelas mãos de funcionários como Epifânio dos Santos Filho, 58 anos, e Sansão José de Souza, 57, na Copaisa. Em média, são 20 mil mudas ao ano produzidas por eles.

Sentados à beira dos canteiros, na Copaisa, eles fazem todo o passo a passo: cortam as folhas e cabos, plantam na terra e, com o auxílio de pás e carrinho, depositam o composto orgânico, oriundo das podas. “Plantando me sinto bem”, diz Sansão. Troncos de árvores também são aproveitados no paisagismo. Da Copaisa, a equipe segue para vários pontos da Cidade.

 

Beleza orgânica tratada com carinho

 

Orla da Pompeia, posto 2. É uma quarta-feira e o caminhão da Prefeitura chega ao local com 3m³ de material triturado para ser colocado nos canteiros. Sansão e Epifânio estão no interior do veículo e se preparam para mais um dia de trabalho. Uma pá e um carrinho de mão são seus instrumentos. Acompanha o trabalho o mestre de paisagismo Sérgio.

À espera deles, a encarregada do posto 2, Geilza Maria da Conceição, 62, uma verdadeira ‘cuidadora’ do jardim. Assim que eles depositam o adubo, ela ‘acerta’ a terra com o auxílio de um xacho. “Trabalho com amor e carinho. Gosto da natureza e das plantas, até converso com elas. Elas sentem como a gente”, diz ela. De lá, Sérgio, Sansão e Epifânio seguem para a Praça dos Andradas, no Centro, onde o trabalho se repete. “Quando fazemos um jardim e as pessoas elogiam é gratificante. Nessa rotina, embelezamos a Cidade”, fala Sérgio.

 

 

Alguns benefícios da compostagem

 

  • Aumenta a capacidade da infiltração da água
  • Mantém estável a temperatura e os níveis de acidez no solo
  • Ativa a vida do solo
  • Destinação correta das podas
  • Redução de custos com destinação para aterros
  • Redução de custos com adubação
  • Contribui para o desenvolvimento sustentável e é ecologicamente correto

 

Fotos: Francisco Arrais

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