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Representantes da administração pedem a alckmin que interceda para solução da crise

Publicado: 3 de abril de 2001
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A Prefeitura recorreu, ontem (02), ao governador Geraldo Alckmin, pedindo que interceda junto ao Governo Federal pela liberação de recursos para o Plano de Desligamento Voluntário (PDV). Representantes do Executivo falaram com Alckmin, argumentando sobre a importância do PDV, reivindicado há muito pelos trabalhadores e ponto importante para a solução do conflito instalado no Porto santista, que, ontem, teve o seu dia mais tenso, desde o início do movimento dos trabalhadores, na terça-feira passada (27). À tarde, houve confronto entre a Tropa de Choque da Polícia Militar e portuários, no Armazém 35. O saldo do tumulto: cerca de 80 estivadores foram levados para o 3º Distrito Policial e outros sete ficaram feridos, sendo atendidos nos PSs Central e do Macuco. No local do conflito, os trabalhadores tentavam impedir que a empresa Libra, respaldada em liminar concedida pela Justiça, movimentasse carga em navio. Por causa do confronto, a sessão da Câmara acabou não sendo realizada, já que vários membros da Câmamra estavam no cais defendendo e auxiliando no socorro aos portuários. À noite, à falar a categoria nas escadarias do Paço Municipal, o executivo pediu insistentemente que sejam evitados confrontos com a polícia. No contato com o governador também solicitaram a Alckmin uma posição em relação à atitude do policiamento. Ao governador, também insistiu-se para que ele pondere junto ao Governo Federal para que traga uma esperança tão aguardada pelos trabalhadores do Porto: o PDV. Para a Administração, a União, que já injetou recursos para socorrer bancos e outros setores de atividade, não pode deixar de financiar o Plano, orçado em R$ 70 milhões. Falou-se aos manifestantes que, desde o início do movimento, vem tentando, em conjunto com as lideranças sindicais – os presidentes dos sindicatos da Estiva, Vanderlei José da Silva, e dos Trabalhadores do Bloco, João Saldanha -, negociar uma solução para o problema no Porto, que atenda aos anseios dos trabalhadores. Lembrou que várias reuniões foram feitas, nesse sentido, com dirigentes do Órgão Gestor da Mão-de-Obra (Ogmo), sindicato patronal (Operadores Portuários), Grupo Executivo para Modernização dos Porto (Gempo) e Ministério Público do Trabalho. Também estamos acionando autoridades em todas as esferas de poder, disse, enfatizando que vem buscando a negociação em torno de três pontos: o sistema de escala, o PDV e as perdas salariais (dissídios) da categoria. PROPOSTA Hoje (03), estivadores e trabalhadores do bloco analisam em assembléia a proposta apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em audiência ontem à tarde: suspensão da greve por 30 dias e do processo de dissídio coletivo da categoria, por igual período, com a permanência dos 24 contratados pelo Ogmo para a realização da escala. Independente da proposta conciliatória, continua valendo a decisão do TRT que determinou a volta ao trabalho, na sexta-feira (30), com multa diária de R$ 50 mil pelo não cumprimento da medida. Também ontem, a Intersindical Portuária, entidade que congrega as várias categorias de trabalhadores do Porto, deliberou em reunião o apoio ao movimento dos estivadores e está contatando federações nacionais (Estivadores, do Bloco, Conferentes e Portuários), visando à adesão desses órgãos à mobilização dos portuários santistas e mesmo uma possível paralisação nos demais portos do País. Por volta das 22h30, o executivo seguiu até o Armazém 35, onde a empresa Libra operava o navio Maesrk Nagoi com mão-de-obra própria, Um forte esquema policial guardava o local com base interdito proibitório concedido pelo juiz Amable Lopez Soto para garantir as instalações do local, mas não para operar sem a estiva. Representantes do Executivo conversaram com cerca de oitenta estivadores no local pedindo que voltassem à praça, uma vez que qualquer tentativa de invadir o terminal da Libra junto ao Armazém 35, para impedir a operação causaria vítimas. O objetivo é que hoje pela manhã os advogados do sindicato tentem obtenção de liminar para impedir a operação sem a estiva, expediente que também já vem sendo adotado por outras operadoras. O mesmo apelo foi feito pelo executivo, quando retornou à Praça Mauá, às 23h30, e o próprio presidente do sindicato reconheceu que era a atitude mais sensata.