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Projeto reaproveita hortaliças de feira de Santos para educação ambiental e combate à fome

Publicado: 9 de novembro de 2022 - 17h05

Folhas de alface, repolho, beterraba, couve-flor e agrião. Talos de brócolis, cascas de abacaxi e ramas de cenoura. Elementos comumente descartados em qualquer feira, mas que em Santos são reaproveitados de três formas diferentes com o projeto Feira Feliz.

Realizado desde agosto, sempre às quartas-feiras, próximo ao Orquidário Municipal, o trabalho voltado para o ‘desperdício zero’ é feito de forma multidisciplinar. Envolve profissionais e voluntários do Programa Composta Santos, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), além de representantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Paulista (Unip) e do programa nacional Mesa Brasil Sesc.

Em formato de parceria com os feirantes, o Feira Feliz coleta hortaliças e verduras que até então seriam descartadas pelos comerciantes. Uma triagem do material é feita na barraca do projeto e, em seguida, destinada a três diferentes segmentos: alimentação humana (Mesa Brasil), enriquecimento de alimentação animal e compostagem para adubo (Orquidário).

Somente nesta quarta-feira (9), em pouco mais de duas horas de trabalho, o Feira Feliz coletou 66,3 quilos entre folhas, cascas, palhas e verduras. Desse total, 18,1 quilos (27,30%) foram destinados para consumo humano, 6,9 quilos (10,41%) prontos para enriquecimento de alimentação animal e 41,3kg (62,29%) voltados à compostagem.

A barraca do Feira Feliz também conta com educação ambiental. Além de orientar frequentadores sobre como criar uma caixa de compostagem, o projeto cede gratuitamente pequenas garrafas de biofertilizantes para quem desejar.

PROJETO PROMISSOR

Otávio Lourenço é feirante há mais de 50 anos. Primeiro comerciante a contribuir com o Feira Feliz, que hoje tem três barracas ‘parceiras’, ele não esconde o orgulho de fazer parte de uma ação solidária. Para ele, todos são beneficiados com o projeto santista.

“Fico muito feliz por ajudar esse lindo projeto. E digo que todo mundo ganha com ele, pois minha barraca fica mais organizada depois das doações e sei que todas as folhas vão ser bem aproveitadas. Espero que esse projeto promissor siga crescendo em Santos”, salientou o comerciante de 63 anos.

Quem passava pela feira e ficou surpreso com a movimentação do Feira Feliz foi o aposentado Antônio Liberato, de 73 anos. Aproveitando o aniversário da namorada, que é apaixonada por plantas, resolveu levar um biofertilizante como presente para a companheira e ainda aprender mais sobre o processo de compostagem.

“Não conhecia o projeto e achei bem interessante, principalmente por ajudar a combater a fome. Quando descobri que ainda poderia levar um biofertilizante como presente, não pensei duas vezes. A Prefeitura está de parabéns pela iniciativa e já vou divulgá-lo para meus amigos”, concluiu.

Para o coordenador do Programa Composta Santos, Paulo Marco Gonçalves, o projeto santista segue ‘ganhando corpo’ e, a partir do próximo ano, ampliará suas ações. “O Feira Feliz foi oficializado neste semestre, mas ações de reaproveitamento de alimentos acontecem na Cidade desde 2019. Crescemos, hoje temos respaldo de universidades, parceria com um programa nacional, e toda essa estrutura nos dará densidade para multiplicar nossas ações a partir de 2023”, concluiu Paulo Marco.