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Projeto-piloto já imuniza crianças contra o HPV dentro de escola de Santos

Publicado: 29 de junho de 2022 - 11h42

Rosana Rife
 

Fila, muita expectativa, uma sala especialmente montada e doses da vacina contra o HPV disponíveis na UME João Papa Sobrinho (Gonzaga). Este era o cenário no terceiro andar da unidade preparado para a aplicação das doses em meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos que ainda não haviam sido imunizados.

Pais e os próprios estudantes aprovaram o projeto-piloto que levou a campanha de imunização para dentro da escola na tarde de terça-feira (28) e foi promovida pelas secretarias de Saúde e Educação de Santos, com apoio do Rotary Club de Santos Boqueirão.

Escola preparou ambiente reservado para aplicação das doses nas crianças que ainda não tinham sido vacinadas

A aplicação das doses ficou a cargo da equipe da Vigilância em Saúde do Município. Os estudantes tiveram que levar autorização para participar da ação. Jaqueline Cristina de Godoy, 39 anos, mãe do aluno Renato Henrique Falcão, 11,  foi uma das que gostaram da novidade por diversos motivos. 

“Achei maravilhoso por conta do meu horário de trabalho. Eu teria de levar meu filho para vacinar na folga ou trocar meu horário. Então, é uma ajuda para a gente que trabalha. E tem o ponto primordial que é a prevenção de doenças. Que várias campanhas sejam feitas na escola”.

Avó Ana Lúcia acompanha a neta Luísa, 9: "com a vacina, será muito melhor para ela no futuro"

Já Renato, que é aluno do 5º ano do ensino fundamental, também se sentiu aliviado ao tomar a vacina. “É importante para a gente se prevenir, né? Aprovei”.

A imunização contra o vírus HPV é fundamental na luta contra  alguns tipos de câncer como o de colo de útero e o de pênis, explica o secretário de Saúde, Adriano Catapreta, que também é ginecologista.

“Vimos que a cobertura vacinal contra o HPV está muito aquém do que a gente quer. Está em torno de 63%. Queríamos vacinar 100%, porque o HPV é responsável por mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero, que é um tipo de câncer extremamente grave e muito frequente. Vacinando as nossas crianças, então, podemos diminuir quase a zero esse tipo de doença”.

Ao levar imunização para a escola, Prefeitura quer ampliar a cobertura vacinal

Foi por isso que Ana Lúcia Merline, avó de Luisa Merline, 9, do 4º ano, fez questão que a neta tomasse a primeira dose da vacina. “Achei muito importante essa iniciativa. Tem que pensar na saúde deles. Eu tenho 61 anos e faço meus exames preventivos todo ano. Com a vacina, será muito melhor para ela no futuro.  Sem contar que evita de a gente ter de ir até a policlínica ou ter que faltar ao serviço para isso”.

REPÓRTER

Outra aluna, Ana Alice Bispo dos Santos, 10 anos, também acompanhou toda a movimentação na escola. Ela faz parte do programa de Rádio, TV e Jornal da unidade e vai divulgar as informações para os demais estudantes da unidade. E, claro, foi fazer um questionário diretamente para o secretário de Saúde.

“Eu queria saber o que ele estava achando da vacinação, por que o HPV é perigoso, por que é importante tomar a vacina. Vamos anotar e passar para as outras crianças da escola”.   

Ana Alice entrevistou o secretário de Saúde, Adriano Catapreta, para um informativo aos alunos da unidade

Catapreta se divertiu com os estudantes, destacando que se tornarão multiplicadores de informação. Ele disse ainda que, após avaliação, o projeto-piloto deverá se estender a outras unidades municipais. “Queremos ir a todos os colégios. Mas vale ressaltar que as vacinas estão disponíveis em todas as policlínicas”. 

Já a governadora de Distrito Internacional do Rotary no Estado de São Paulo, Alaíde Vitorino, avalia a possibilidade de levar a campanha para outras localidades. “Vamos acompanhar porque é um projeto-piloto, mas com certeza dará certo. Então, nossa ideia é que ele se transforme em um ‘case’ de sucesso para a gente apresentar e levar para outras regiões. Temos 31 distritos no País”.